“Falar de amor é sempre pauta”. Por pensar assim que, depois de “Crônica do amor mal falado” (última semana em cartaz no Teatro Fashion Mall), Felipe Roque embarcará em “Sexo grátis, amor a combinar” (que estreia no mesmo teatro no dia 03 de março). “O amor movimenta o mundo e o sexo faz parte de um lugar do amor. Vale a pena tocar nessa vertente sempre”, disse em entrevista exclusiva. Com texto de Raul Franco, argumento de Sandra Nicolau e direção de Bia Oliveira, o novo espetáculo quer mostrar o que a gente, aqui de HT, já fala há um tempo: vivemos os tempos das relações líquidas onde o tête-à-tête faz uma baita falta. Na peça, sete jovens (Lu Rocha, Lucas Pougy, Vitor Rios, Karine Barros, Mayara Bueno e Pedro Bahia, além de Felipe) reconhecem o quanto as redes sociais e os aplicativos para relacionamentos começaram a interferir, modificar e substituir as relações interpessoais até então vigentes na sociedade.
“É um projeto que eu já faço parte há um tempo. Faz parte da nossa companhia, a Biarte, com a VertebralCult Produções. Fiz a temporada em Niterói, no mês passado, mas agora mudei de personagem. A gente pegou para ensaiar firme uns 20 dias antes do Carnaval”, contou. Em tempos de Tinder, onde apenas uma foto bem clicada já vale por uma curtida ou uma recusa, Felipe traça uma alusão: “Eu vejo como uma boate online. A vida ficou cada vez mais corrida com essa era da comunicação e do acesso fácil às coisas. Ninguém quer perder mais tempo em se arrumar, sair de casa, conhecer alguém. As pessoas já tem fotos, momentos e se encontram. Procuram pessoas pela embalagem. Eu tenho uma prima que conheceu o namorado pelo Tinder. Eu não vejo problema nenhum, apesar de não usar. Prefiro ir atrás, sentir, tocar. Sou mais conservador nessa área”.
Felipe, que em “Crônica do amor mal amado” surge de sunga e dá um selinho gay – triplo, mas bem singelo e sem alvoroços -, disse que “é besteira” e questão de “rótulo” quando passagens da peça como essas geram mais burburinho que o ofício do ator em si. “Isso é usado para gerar mais clique, mais interesse, para poder falar de uma questão mais interessante. Dentro do trabalho de ator, você aparecer com mais ou menos roupa, beijar um homem ou uma mulher não faz a menor diferença para mim”, garantiu. No ar como o Kim de “A regra do jogo” (às 21h na Rede Globo), Felipe Roque, dono de um belo par de olhos verdes e portador de uma barriga tanquinho, é daqueles que acha que “a embalagem é só um atrativo inicial” e “segura você até a página dois”.
E segue com um discurso cabeça para um carioca de 28 anos, bem nascido, criado na Tijuca, Zona Norte do Rio, e que ganhou o pão como modelo antes de ganhar os palcos, a telinha e o cinema. “A arte sempre vai ser mais forte, vai ganhar, vai se sobressair. Pensando na questão de interpretar, temos diversos meios e modos. A TV, sem dúvida, é um lugar em que a beleza está presente, é essencial de uma certa forma. Assim como, às vezes, a não-beleza é essencial. Acho que a aparência é simplesmente mais um quesito que deve ser preenchido dependendo do ator. O personagem é que encontra o ator. Isso é uma questão. Assim como às vezes precisa de um tanquinho e de um olho bonito, às vezes precisa de uma barriga e de um cabelo raspado”. Não é que o menino tem razão?
Em tempo: “Sexo grátis, amor a combinar” aproveita para fazer um incentivo à leitura e oferece descontos em troca de livros em bom estado.
Serviço
Estreia: 03 de maço de 2016
Horário: Quintas e sextas, às 21h30
Temporada: de 3 de março a 1º de abril
Teatro: Teatro Fashion Mall – Estrada da Gávea, 899 / Loja 213 – São Conrado
Preço: R$ 60,00 (inteira) / R$30,00 (meia)
Bilheteria: Tel.: 2422-9800 / De terça a domingo, das 15h às 20h
Vendas também pelo www.ingresso.com
Capacidade: 352 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Gênero: Comédia
Duração: 60 minutos
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