*Com Maria Eugênia Gonçalves
É certeiro dizer que algumas gerações contaram com suas comédias adolescentes definitivas. Dentre os diversos títulos, é possível enxergar alguns sub-subgêneros, que vai desde o humor besteirol, vide “American Pie – A Primeira Vez é Inesquecível” (“American Pie”, 1999) e “Não é Mais um Besteirol Americano” (“Not Another Teen Movie”, 2001); passando por clássicos que vão além da marca ‘sessão da tarde’, como “Curtindo a Vida Adoidado” (“Ferris Bueller’s Day Off”, 1986) e “Nunca Fui Beijada” (“Never Been Kissed”, 1999); isso sem deixar de lembrar os exemplares recheados de diálogos afiados e cenas memoráveis, vistos em “10 Coisas que Eu Odeio Em Você” (“10 Things I Hate About You”, 1999) e “A Mentira” (“Easy A”, 2010).
Entretanto, houveram três filmes que marcaram época por, acima de tudo, servirem como fiéis retratações do mundo jovem vigente em suas datas de estreia. Apresentando um conteúdo de dar inveja a grandes produções premiadas, “Atração Mortal” (“Heathers”, 1988), “As Patricinhas de Beverly Hills” (“Clueless”, 1995) e “Meninas Malvadas” (“Mean Girls”, 2004) formaram a importante tríade de referências teen das últimas décadas, seja para patricinhas ou para mauricinhos. E, o segundo título dessa lista está prestes a estender sua influência para os palcos.
Levemente baseado no romance “Emma”, de Jane Austen, “As Patricinhas de Beverly Hills”, além de um dos responsáveis pela ascensão da atriz Alicia Silverstone no início dos anos 1990 – quando não gravava vídeoclipes com o Aerosmith -, foi também um exemplo de estilo para a década, tanto na moda, quanto no lifestyle, com os conjuntinhos usados pela protagonista Cher Horowitz (Alicia) e com uma espécie de dicionário para fãs de citações da cultura pop. A força da comédia é tanta que, 20 anos após a sua estreia, ela permanece mostrando sua influência, desde o lançamento do guarda-roupa virtual da protagonista a videoclipes de pseudo-happers, amplamente baseados no visual-tendência da personagem e da direção de arte (vide “Fancy”, de Iggy Azzalea).
Para celebrar o vigésimo aniversário do filme, logo, nada melhor do que uma nova roupagem com elementos já familiares. Escrito pela própria roteirista, Amy Heckerling, uma adaptação teatral para os palcos da Broadway já está sendo preparada aos moldes de uma jukebox musical – o que significa que, em vez de optar por canções originais, a trilha consistirá de músicas já conhecidas (e o que nos faz torcer pela presença de “Supermodel” e “All By Myself”, hinos que fizeram parte da trilha-sonora do longa).
Clueless – “Supermodel”
Embora a data de estreia ainda esteja longe de ser divulgada – Amy revelou em recente entrevista ao Entetainment Tonight que “é difícil de saber quando as coisas podem acontecer na Broadway” eas dificuldades para a escolha do elenco -, já é garantia que a peça contará com a presença da diretora Kristin Hanggi (responsável pelo também musical “Rock of Ages”) e da equipe de produção Dodger Theatricals.
Resta-nos agora aguardar ansiosamente por uma produção que faça jus ao clássico noventista, com um elenco de peso (R.I.P. Brittany Murphy, sentiremos sempre sua falta) e uma atriz que consiga recriar tão bem os maneirismos da inesquecível Cher Horowitz de Silverstone.
“As If” (“Ate parece”), de “As Patricinhas de Beverly Hills”, era o bordão equivalente ao “On wednesdays we wear pink” (“às quartas nós vestimos rosa”), de “Meninas Malvadas” nos anos 1990.
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