Cinquenta anos de carreira não é para qualquer um. Em comemoração a isso, o ator Marcello Picchi está em cartaz no Teatro Cândido Mendes, em Ipanema, com o espetáculo ‘O papagaio’. A estreia rolou nesta terça-feira e continua nos palcos até dia 01 de junho. O texto é assinado pelo filho do artista, Thiago Picchi, que também trabalha na direção. É a primeira vez que os dois fazem um projeto juntos. A história se divide em quatro contos, sobre assuntos diversos. “O primeiro é um cantor de ópera, o segundo é um rapaz que não consegue se inserir no mercado de trabalho, depois aparece um irmão que contrai a doença que matou um parente e, por último, um homem que se apaixona pelas mãos de uma mulher que vende joias na tv. O delicado da peça é o modo como o autor escreve. Contando a história não parece ser tão profundo, mas a escrita dele dá um toque especial”, explicou Marcello.
A proposta é falar da solidão que alcança a todos. Apesar de falar de pessoas maduras, este não é o tema central. “Temos um público muito assíduo de terceira idade, mas não existe muito espaço nos palcos para eles. Poucos são os papéis voltados para essa faixa de idade. Ninguém escreveu algo bom de verdade sobre os mais velhos. É como se a gente não beijasse, não tivesse seus conflitos, sonhos e desejos. É como se fosse doença. Ninguém explorou essa classe ainda”, criticou. Mesmo sentindo a falta de lugar deste grupo nos palcos, Marcello acredita que o espetáculo aborda assuntos importantes. Os personagens são solitários e vão revelando maldades e os motivos de agirem daquela forma.
Mesmo sendo uma celebração dos 50 anos de carreira, a peça possui muitas pessoas jovens na composição da equipe. Nenhum colega antigo na profissão está trabalhando com Marcello. “Apenas o Thiago que me acompanha dentro do meio está na peça. Acabei influenciando muito na sua carreira. Acho bacana que ele usou essa vantagem para potencializar o talento”, afirmou. Para o ator, é um privilégio poder trabalhar com o rapaz e disse se sentir muito seguro em cena pois o filho consegue entrosar o grupo de trabalho. “Meu filho está sendo muito elogiado pela Folha de São Paulo. Thiago é muito delicado. Acho que sou, até mesmo, uma pessoa reciclada”, sugeriu. Segundo o artista, atualmente o mais novo deseja seguir o próprio caminho sem interferências do pai. Mas Marcello sinalizou que isto é algo importante já que o mesmo vem crescendo nos últimos trabalhos que assistiu.
Apesar da galera ser jovem, o ator afirma que o espetáculo é de alta qualidade. É a junção da experiência dele com a vivencia de novos artistas. “Essa geração é marcada pelo ecletismo. A minha questionava muito a diferença entre teatro e televisão. Tinham diferentes correntes que defendiam a opinião e se atacavam. Hoje em dia, tudo o que é bom merece destaque e ser levado aos palcos. Não tem distinção entre comédia, tragédia e besteirol. Isto não importa mais. As pessoas misturam tudo”, contou. O gênero teatral exposto no palco, segundo o artista, é da literatura encenada o que considera um espetáculo de bom gosto.
Além disso, é a primeira vez que Marcello faz um monólogo nos palcos. O público também terá a oportunidade de escutar a voz do artista cantando uma música. Mas a estreia como cantor não se deve à data, pois o ator afirmou não se importar com a celebração. “Não ligo para datas. Não tenho essa vaidade. Minha carreira foi corrida, comecei com 18 anos. Mas estou desde aquela época, sou apenas um homem do teatro. O importante para mim é a qualidade do espetáculo que eu vou exibir”, destacou. Em todos esses anos, o ator só parou a profissão, nos anos 90, para fazer faculdade de filosofia e psicologia.
Apesar de ter feito alguns trabalhos na televisão, Marcello acredita que o teatro é o carro chefe de suas especialidades. Ao longo dos anos, conta se arrepender de trabalhos que não fez. “Em alguns não me sentia à vontade e em outros estava doente. Quando amadureci percebi que não devemos recusar propostas que te desafiem”, lamentou. Mas, ao mesmo tempo, o artista se orgulha muito da peça ‘O que o mordomo viu’ que estreou em 2014. Trabalhou lado a lado de Miguel Falabella e Arlete Salles e viajou todo o país. De acordo com ele, foi um dos melhores momentos de sua profissão, pois sua performance estava sendo aclamada pela crítica.
O Papagaio
Onde: Teatro Candido Mendes
Quando: Terça, Quarta e Quinta 20h
02 de Maio a 01 de Junho de 2017
Quanto: R$20
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Filme
A autópsia: Tommy Tilden (Brian Cox) e o filho, Austin Tilden (Emile Hirsch), comandam um necrotério no interior dos Estados Unidos. Um dia uma mulher desconhecida foi encontrada morta nos arredores da cidade. Enquanto os dois tentam descobrir quem é a garota, as coisas começam a ficar entranhas. Com direção de André Øvredal, o filme de terror promete deixar todos de cabelo em pé.
https://www.youtube.com/watch?v=Ma7efzNe8OE
A filha: Com direção de Simon Stone, Christian (Paul Schneider) retorna à cidade em que cresceu para o casamento do pai (Geoffrey Rush). No drama autraliano, ele acaba se reconectando com o amigo de infância Oliver (Ewen Leslie), que acaba de perder o emprego.
A mulher que se foi: O filme da Filipinas se passa em 1997. Horacia Somorostro (Charo Santos-Concio) sai da prisão que foi condenada injustamente. Ela reencontra sua filha e descobre que seu marido não está mais vivo. Seu ex-amante, o responsável pela punição, está em prisão domiciliar com os amigos, suspeito de orquestrar sequestros. O filme é recheado de vontade de vingança com direção de Lav Diaz.
Teatro
Beatles para crianças: É época de rock também para as crianças. O espetáculo musical vem recheado de muito rock n’ roll. E, o melhor, dessa vez até a família vai se divertir. Afinal, é Beatles. Há uma animação antes do show começar explicando a história da banda. Depois disso, o grupo fictício sobre no palco e começa a apresentação. A peça possui muita integração e busca fazer os baixinhos aprenderem a coreografia. O show fica em cartaz nos dias 06 e 07 de maio, no Teatro Bradesco.
Desapega com Isabela Freitas: O livro “Não se apega, não” da autora já virou minissérie da Globo feita por Manoel Carlos. A mineira tem 26 anos e três livros lançados. A peça é a chegada da escritora aos palcos com o monólogo Desapega, escrito por ela mesma. O espetáculo tem apresentação única no rio no dia 07 de maio, no Teatro Bradesco.
SHOW E EXPOSIÇÃO
Rio Novo Rock: Um dos mais importantes eventos de rock do Rio de Janeiro, segue para a quarta temporada. Novos artistas se apresentam no palco do Imperator. Bandas cariocas como Medulla, Folks, Canto Cego, Hover e Dônica já se apresentaram na ocasião. Os DJs Suirá, Priscila Dau continuam participando da festa. A celebração ocorre no dia 04 de maio, com uma mistura sons dos músicos Drenna e Baleia.
BABILÔNIA FEIRA HYPE: Dia das mães está chegando e mais um evento da BFH parece para ajudar a gente a descobrir o que comprar. O evento ocorre nos dias 05, 06 e 07 de maio, shopping carioca DOWNTOWN. As lojas expõem a coleção outono inverno de 2017 com preços mais em conta. Além disso, será feita uma ação beneficente para mães carentes da comunidade do Caju em parceria com o AfroReggae.
Yamandu Costa no show do Espaço Furnas Cultural: A apresentação solo da violinista finalmente chegou. Ela homenageia o universo latino-americano. A apresentação acontecerá nos dias 06 e 07 de maio, Sábado (20h) e Domingo (19h), com entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes dos espetáculos. Evento sujeito a lotação.
Ocupação Conexão Dança Ceará/Rio: O projeto é feito pela Associação Dança Cariri em parceria com a Funarte, e traz para o Rio de Janeiro oficinas, palestras e debates sobre dança. A entrada gratuita, mas alguns espetáculos específicos são pagos. O evento acontece entre os dias 3 e 14 de maio no Teatro Cacilda Becker, Catete. Entre os convidados estão Andrea Dal Castel, Cia Alysson Amancio, Cia da Ideia, Giselda Fernandes, Paola Braga e muitos outros artistas do Ceará e Rio.
Fábrica da Bhering recebe o projeto Lampejo, uma exposição de sketchbooks: No primeiro sábado de cada mês a marca promove um circuito interno que convida cariocas a visitar ateliers, lojas, exposições e se deliciar com a presença de convidados gastronômicos, tudo isso em uma fábrica desativada, dos anos 30. Neste sábado, o evento acontece entre 12h até as 20h, com o artista plástico Petrillo, o artista visual Josimar Freire, os tatuadores Elisandro Calheiros, Andre Cast e Tássio Carvalho e o jornalista e músico W.Del Guiducci. A ideia é mostrar como acontece a criação através da exposição de sketchbooks, cadernos normalmente usados para esboços, experimentos, estudos e devaneios criativos. A exposição abre, também, na sexta.
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