Vinte anos de história. Desde 1996, a Babilônia Feira Hype é o símbolo da moda, arte, cultura e entretenimento alternativo do Rio de Janeiro. Em entrevista ao HT, Robert Guimarães idealizador da feira, que realiza edição comemorativa às duas décadas neste fim de semana, nos contou como era o cenário da moda carioca, quando tudo começou. “Naquela época, nós tínhamos umas dez marcas de roupas que mandavam no estilo das mulheres. Quem não consumia essas grifes era pobre ou cafona. E a Babilônia Feira Hype surgiu com a proposta de apresentar novos estilistas com coleções modernas e autorais, antenadas às tendências e acessíveis a um público que gostava de consumir estilo e bom gosto”, relembrou o visionário, que afirmou que, quando foi fundada, há 20 anos, “a Babilônia Feira Hype já nasceu com cara de futuro”. “Em 2001, criaram na Inglaterra o conceito de economia criativa. Mas, cinco anos antes de existir esse termo, nós já pregávamos todas essas ideias nas nossas feiras. Então, vários desses princípios, como gestão colaborativa, fomentadora e incubadora de novos talentos e a proposta de coworking, já faziam parte da nossa identidade”, relembrou Robert, que divide a criação da feira com Fernando Molinari.
Com o passar do tempo e o acúmulo de experiência à frente da Babilônia Feira Hype, que é considerada um patrimônio cultural da cidade, Robert Guimarães percebeu que o comportamento dos expositores da feira mudou. Ele, que já acompanhou o crescimento de grandes marcas como Farm, Via Mia, Foxton, Capi e Wasabi, que nasceram na BFH, aponta que hoje em dia os criadores estão mais ansiosos. Acostumados com a velocidade e a instantaneidade da internet, o fundador da feira destacou que os expositores estão querendo resultados cada vez mais rápidos. “Eu acho que o que mais mudou nestes 20 anos foi a pressa de quem produz. Antigamente, a informação não tinha essa velocidade tal como hoje em dia. Os novos expositores têm uma ansiedade para que tudo dê certo de uma vez e querem que os resultados cheguem à velocidade do Google. Mas não é assim. A geração desses grandes cases era mais calma e teve um processo de maturação mais saudável. Para chegar onde estão hoje, eles cresceram na Babilônia Feira Hype, se estabilizaram no mercado, conquistaram o seu público e hoje são o que são”, analisou.
Em comum, na geração que originou a Babilônia Feira Hype e na que mantém o evento vivo há 20 anos, está o consumo inteligente, autoral e singular do público da feira. Em uma proposta que mistura moda e arte de um jeito único, Robert Guimarães acredita que a Babilônia tenha criado uma nova forma de consumo na cidade. “Nós somos um modelo pioneiro e temos um espírito arejado e descontraído de fazer moda. Eu acho que, com os expositores, nós mantemos uma função de prepará-los para o mercado externo. Prova disso é a Farm, que começou em um estande de 2 x 2 metros e hoje está presente Brasil afora. Para os consumidores, nossa função está em apresentar novos artistas e suas criações de forma direta. Quem vem à Babilônia sabe que vai encontrar peças diretamente de quem as faz. E isso gera uma interatividade e um amadurecimento de mercado muito grande. É contemporâneo e imediato. É hype”, explico Robert que definiu o público do evento. “Quem freqüenta a Babilônia Feira Hype não é rico ou pobre, jovem ou idoso. O que caracteriza as pessoas que vão ao evento é a vontade de estar antenada às tendências da moda e das artes. Eu acho que nós não vendemos apenas roupa. O que nós oferecemos e comportamento e estilo de vida”, completou.
A ideia da Babilônia Feira Hype é genial e a execução impecável. Mas, como o próprio idealizador reconheceu, o Rio de Janeiro é uma cidade que experimenta uma nova realidade em todos os verões. Seja na moda, no comportamento ou na gastronomia, a inovação faz parte da identidade do carioca. Fora isso, as crises e obstáculos do Brasil nestes 20 anos também poderiam ter sido fatores complicadores da trajetória do evento. Mesmo assim, a Babilônia Feira Hype se mantém forte no calendário da cidade. O motivo? “Assim como o Rio de Janeiro, nós nos reciclamos a cada ano. A feira tem em seu DNA a mesma mistura da identidade da cidade: somos descontraídos, elegantes, sensuais e nada vulgares. O que faz nos manter no topo é a inquietude do próprio Rio de Janeiro. Fora que nós temos uma relação de amor profundo com a Babilônia Feira Hype. Eu, Fernando (Molinari), toda a equipe e os expositores que nos acompanham tratamos o evento como uma filha que precisa crescer sempre”, argumentou.
Para comemorar os 20 anos de sucesso, a Babilônia Feira Hype inaugura um novo espaço no Rio de Janeiro neste fim de semana. A convite da prefeitura da cidade, a feira será a responsável por abrir o Parque das Figueiras, na Lagoa, onde era a Estação do Corpo. “O governo nos convidou, porque reconhece a importância do evento para a cidade. Embora hoje em dia existam outras propostas genéricas, a Babilônia Feira Hype ainda é a única do segmento que tem uma lei municipal de regulamentação. Nós representamos e satisfazemos o interesse cultural, turístico e social da cidade”, disse Robert sobre o evento que gera cerca de 500 empregos por edição de forma direta ou indireta.
Assim como a feira está inaugurando o Parque das Figueiras neste fim de semana, engana-se quem pensa que a inovação se restringe a edição comemorativa dos 20 anos. A Babilônia Feira Hype mantém o caráter pioneiro quando o assunto é explorar novos espaços físicos no Rio de Janeiro. Na história do evento, Robert Guimarães já levou moda e cultura para o Píer Mauá, Forte de Copacabana, Marina da Glória e outros espaços que, até então, não eram sinônimo de possíveis locações. “Eu acho que nós também somos desbravadores em achar novos locais na cidade. Com tantas possibilidades e impossibilidades, nós já conseguimos realizar quase 400 edições em diferentes lugares do Rio de Janeiro. E isso é uma conquista enorme se pensarmos que, nestes 20 anos, não tivemos patrocínio e nem somos frutos de qualquer estratégia de marcas. Isso nos dá um orgulho e uma autonomia muito forte para seguirmos o nosso caminhos pelos próximos anos”, comemorou Robert Guimarães que, neste fim de semana, terá uma consagração especial. “Para esta edição de 20 anos, nós teremos o Cristo Redentor, símbolo máximo da cidade, abençoando e protegendo a nossa feira de braços abertos”, disse o idealizador em referência à belíssima vista do Parque das Figueiras.
E como o clima de festa é a proposta principal desta edição comemorativa, as grandes “filhas” da Babilônia Feira Hype não poderiam ficar de fora. De volta à feira que as revelou, Farm, Via Mia, Capi, Foxton, Wasabi e Bazis participam do evento deste fim de semana com atividades e programações especiais. Seja com aulas de yoga, como na Via Mia, bazar e show, a exemplo da Farm, ou promoções especiais, caso da Capi, Foxton e Bazis, esses grandes cases não poderiam ficar de fora. Em uma mistura de honra e orgulho, Robert Guimarães comentou como é ver marcas que acreditaram e cresceram na Babilônia Feira Hype ganharem espaço no mercado nacional e até internacional. “O meu sentimento é como se eu fosse o pai dessas marcas. É claro que eu não tenho qualquer tipo de propriedade sobre elas, mas eu sinto que nasceram debaixo de nossas asas. Eu considero a Babilônia Feira Hype como uma grande mãe que abraça e acredita nas ideias de todos. E os expositores e o próprio público também sentem isso. É muito lindo poder ver nos olhos desses empresários que hoje são potencias na moda brasileira o orgulho deles ao falar com carinho da Babilônia Feira Hype. Existe um lado pessoal nessa história profissional, eles realmente se sentem acolhidos e protegidos pelo nosso evento”, analisou o idealizador que acredita que, nesta edição, essas marcas estão fazendo o caminho inverso. “Antes, éramos nós que dávamos o suporte. Hoje, com a luz que essas grifes têm, elas iluminam e dão amor à Babilônia Feira Hype”, completou.
Para celebrar as bodas de porcelana da feira, Robert Guimarães não poderia esquecer a programação artística da edição. Neste fim de semana, haverá a venda do calendário “Ana 2017” na Babilônia Feira Hype. O projeto, que representa a união de doze artistas plásticos, visa unir amor e arte em uma homenagem à Analúcia Souza, fundadora do Silk Atelier, empresa carioca especializada em serigrafia, que faleceu este ano de câncer. O calendário produzido por Antônio Bokel, Clara Veiga, Manu Alves, Marcelo Eco, Marcelo Macedo, Marcelo Ment, Mari Cersosimo, Mateu Velasco, Mayer, Mottilaa, Rafo Castro e Rodrigo Calixto é uma forma de juntar dinheiro para ajudar a Fundação do Câncer, que há 25 anos atua na prevenção da doença no Brasil. Sobre a participação do grupo nesta edição da Babilônia Feira Hype, Robert Guimarães disse que enxerga a presença como a combinação de dois pilares do evento. “Eu acho que o ‘Ana 2017’ reforça a identidade artística que a BFH construiu nesses 20 anos. Além disso, potencializa o lado social que nós sempre fizemos questão de ter”, disse Robert que através da Babilônia Feira Hype já ajudou instituições como Viva Cazuza.
Além de moda e arte, a feira carioquíssima também tem espaço para as crianças. Com a proposta de atender a família inteira, dos netinhos aos vovôs, a Babilônia Feira Hype traz para a festa de 20 anos uma programação intensa para a garotada. De oficina de tinta orgânica a lançamento de livro infantil, passando pela produção de cupcakes, a diversão da criançada está garantida. “Não existe idade e nem padrão social para fazer parte da Babilônia Feira Hype. E é isso que nós queremos frisar a cada edição. Para isso, temos toda uma programação para as crianças se divertirem enquanto as mamães ficam por dentro das tendências da moda”, disse o idealizador que estende o programa do fim de semana aos homens. “Os maridões também podem vir e aproveitar a festa com a gente. Nós temos cervejas artesanais, roupas masculinas e deliciosos food e bike trucks com comidas maravilhosas. A Babilônia Feira Hype é um programa para toda a família”, afirmou Robert Guimarães convidando todos os cariocas para o encontro deste fim de semana.
Serviço:
Babilônia Feira Hype – edição especial de 20 anos
Dias 17 e 18 de dezembro (sábado e domingo) das 12h às 20h
Parque das Figueiras (ao lado do Lagoon)
Avenida Borges de Medeiros, s/nº – Lagoa
Entrada gratuita
Além da festa de bodas de porcelana da Babilônia Feira Hype, este fim de semana também tem a estreia do longa sobre o caso do pouso forçado de um avião no rio Hudson, em 2009, mais uma edição do Madrugada no Centro, projeto noturno do Centro Cultural Banco do Brasil, e show da banda Information Society no Morro da Urca. Programe seu fim de semana com a gente!
Cinema:
“Rogue One – Uma História Star Wars”: a saga continua. Desta vez, a arma mais poderosa do mundo, a Estrela da Morte, norteia o novo longa da série Star Wars. Quando ainda era criança, Jyn Erso (Felicity Jones) foi afastada de seu pai para que ele pudesse trabalhar na construção da super arma. Até os 16 anos, a menina foi criada por Saw Gerrera (Forest Whitaker). Depois, Jyn precisou assumir as responsabilidades até ser resgatada da prisão pela Aliança Rebelde, que queria ter acesso a uma mensagem enviada de seu pai para Gerrera. Com a promessa de ser liberada após descobrir o conteúdo da carta, Jyn Erso aceita a missão e passa a trabalhar ao lado do capitão Cassian Andor (Diego Luna) e do robô K-2SO.
“Sully – O Herói do Rio Hudson”: um caso histórico da aviação mundial ganha as telonas com interpretação de Tom Hanks. Neste fim de semana estreia o filme que conta sobre o avião que, após ser atingido por uma revoada de pássaros, precisou fazer um pouso forçado de emergência no rio Hudson, nos Estados Unidos. No comando da aeronave, o piloto Chesley “Sully” Sullenberger (Tom Hanks) conseguiu salvar as 150 pessoas que estavam a bordo, mas não se livrou do rigoroso julgamento interno coordenado pela agência de regulação aérea nos Estados Unidos.
“Neruda”: em uma mistura de biografia e drama policial, o longa do diretor Pablo Narrín narra a perseguição de um inspetor (Gael García Bernal) ao poeta chileno Pablo Neruda. Vencedor do Prêmio Nobel, o escritor desperta a atenção e curiosidade do investigador após ter se juntado ao Partido Comunista nos anos 1940.
“Magal e as Formigas”: quando tudo parece estar dando errado, um delírio pode ser a solução. Foi isso o que aconteceu com João (Norival Rizzo), um homem aposentado e aborrecido com a vida. Em uma rotina que mistura reclamar de tudo e alimentar o vício em loteria, ele está cada vez mais depressivo e desesperançoso. Até que um dia, depois de um delírio, ele começa a receber visitas de Sidney Magal que, com seu bom humor e alto-astral, mostra como viver a vida de forma leve e divertida.
Teatro:
“Misanthrofreak”: com direção de Rodrigo Fischer, o Grupo Desvio, de Brasília, mistura teatro, cinema e novas tecnologias em um espetáculo que aborda os conflitos da rotina contemporânea. No palco, um artista tenta contar suas histórias com o uso de um controle remoto. Angustiado e frustrado, ele não consegue operar sozinho as novidades tecnológicas. O espetáculo está em cartaz na Sede das Cias, em Santa Teresa, só até este domingo. Na sexta-feira e no sábado, as sessões são as 20h e no último dia, às 19h.
“Boca Rosa – A Peça”: o universo das blogueiras é o enredo do espetáculo protagonizado por Bianca Andrade. Autora do blog Boca Rosa, que dá dicas de como fazer maquiagens com baixo custo, a jovem nasceu em uma comunidade carioca e hoje acumula mais de três milhões de seguidores no Instagram e quase 230 milhões de visualizações no canal do Youtube. Em edição especial de natal, a peça está em cartaz no Teatro Miguel Falabella, no Norte Shopping, nesta sexta feira às 15h30 e 17h30. Os ingressos custam R$ 80,00.
“Mallandramente, com Sérgio Mallandro”: no stand up comedy, que está em cartaz no Teatro dos Grandes Atores somente até este sábado, 17, na Barra, Sérgio Mallandro conta histórias inéditas e bastidores hilários de sua vida particular. Além das revelações, claro, o humorista não perde a chance de reencenar seus clássicos personagens de sucesso, como o General e sua ex-mulher Mary Leão. O espetáculo fica em cartaz somente nesta sexta-feira e neste sábado, às 23h, e os ingressos custam R$ 80,00 a inteira.
Festas e eventos:
Festa Coordenadas: em sua última edição neste ano, a festa ocupa no sábado um dos espaços mais badalados da cidade: a Varanda do Vivo Rio. Por lá, a despedida de 2016 promete ser em alto no nível. No comando da trilha sonora, os DJ’s Dodô, Luizinho e Tito Figueiredo e o VJ Ratón agitam os convidados que os destaques do cenário musical. Para os amantes do rock, a festa Coordenadas reserva uma pista especial com a direção musical dos DJ’s Mamede e Eliza Schinner e o VJ Vaz. O evento ocorre neste sábado, às 23h, na Varanda do Vivo Rio. Os ingressos custam a partir de R$ 60,00.
Meeting Rio: com a missão de valorizar a criatividade do carioca, o evento chega à tradicional e histórica Casa Família Sanches Varão, em Botafogo, com uma programação intensa e eclética. Entre os expositores de moda e gastronomia, o encontro promovido e idealizado pela jornalista cultural Mariana Meirelles também terá workshops de moda, espaço de beleza e relaxamento com atividades gratuitas para o público, estúdio de tatuagem e até aulão de passinho. Tudo isso para poder proporcionar ao público carioca uma experiência rica e diferente. O Meeting Carioca ocorre nesta sábado e domingo das 14h às 22h em Botafogo. A entrada é gratuita
Garagem da Roberta: o encontro promovido por Roberta Sudbrack completa um ano de música, arte e gastronomia nesta sexta-feira. Para a festa, a chef vai parar a Rua Tubira, no Leblon, e convidou Moacyr Luz e Quarteto para comandar a roda de samba da comemoração. Além da parte musical, o encontro ainda terá deliciosas cervejas e sanduíches no cardápio. A entrada é gratuita e a festa está marcada para as 20h.
Verão na Tubira: a programação animada da badalada rua do Leblon segue até o último fim de semana de março. Para este sábado, será a vez de Mariana Volker se apresentar na Galeria Jeffrey. Além de uma boa cervejinha, o público ainda poderá completar a experiência do show da cantora, compositora e instrumentista, sob curadoria da Gomus, com a incrível exposição do artista plástico Marcos Dias Corrêa no mesmo espaço. Lá na Rua Tubira, neste sábado, a programação começa às 15h e vai até o anoitecer, às 21h.
Information Society: com mais de 30 anos de história, a banda que influenciou o funk carioca se apresente em um dos cartões postais da cidade. No Morro da Urca, o grupo irá mostrar ao público carioca como misturar synthpop, techno e freestyle de forma harmônica e incrível. O show, que ocorre nesta sexta-feira, também terá a apresentação dos cariocas Whipallas e sua rica identidade musical. Com diversas e diferentes influencias, a banda vai do indie contemporâneo aos clássicos nacionais e internacionais dos anos 1970 e 1980. O show ocorre nesta sexta-feira, no Morro da Urca, às 22h e os ingressos custam a partir de R$ 60,00.
Madrugada no Centro: a diversidade irá comandar o projeto noturno do Centro Cultural Banco do Brasil. Na edição deste sábado, Lineker e Banda, Alice Caymmi e a festa Odara marcam presença no evento para provar que tem espaço para todos os gostos na noite carioca. O Madrugada no Centro ocorre até fevereiro de 2017 com uma edição mensal. Neste sábado, o encontro plural começa às 23h e as primeiras 800 pessoas que chegarem garantem entrada gratuita.
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