‘Abri o apetite para uma nova nutrição: a da alma’, diz Gominho sobre nova vida em tempo de pandemia


Em isolamento social, em uma casa na Praia Seca, entre a Lagoa de Araruama e o mar, o comunicador que comprou tela e pincéis para experimentar uma nova arte, escreve sobre as descobertas de uma vida: “Nesse período de um ano e meio buscando em mim um novo jeito de viver e sentir a vida, me deparo com uma pandemia seguida de um isolamento social que tinha tudo para me desestruturar, se não fosse por um detalhe. Em 2013, (no reality A Fazenda) eu fiquei isolado por 92 dias com 16 pessoas absolutamente diferentes, sem contato com o mundo externo, e a cereja do bolo: julgado por 17 pontos de ibope!”

*Por Gominho

Fico em casa sozinho desde os 10. Mãe manicure, pai peão de obras grandes. Nos víamos basicamente aos domingos. A rua criou minha irmã e eu. E me trouxe tudo que acho que sei. Porém, a mais importante lição foi dada em casa: ser honesto e digno na vida em sociedade. Ave Maria, hoje eu percebo que não foi fácil para os meus pais! Criar um ariano com ascendente em Leão é babado!! Ainda bem que minha lua fala alto e é em Sagitário haahahahha.

Falei isso tudo para vocês entenderem como mais ou menos começou a construção de tudo que venho me tornando. A liberdade me guiou ao excesso. Daí, menina, do nada ou energias divinas resolveram me por no caminho de Adriane Galisteu que, por ser luz, elevou a minha. Fama veio e com ela tudo que eu nunca tivera. Toda essa vida boa que a fama dá se juntou com meus traumas e complexos e me transformou numa pessoa que dava 10 passos e parava ofegante com falta de ar!

Muita festa boa e bebida da melhor!! Comida de primeira, viagens maravilhosas, facilidades a toda hora… Tudo isso recheado de um anseio descontrolado por querer provar para, sabe-se lá quem, que eu era sabe-se lá o quê, dá para entender!? Sem falar da necessidade de agradar para a carência afagar ou ego inflar.

Criado com um olho no dízimo e outro no ebó, entendi que se aprende no amor ou na dor.

Uma gastrite severa, úlcera e o fígado tomado de gordura beirando uma cirrose aos 28 anos, me fizeram reinstalar o sistema pra aprimorar o caminhar. Saí do hospital e pensei : “Se tem alguém que ama viver mais que eu, desconheço. Faz sentido morrer lá pelos 40 se não sei porra de nada ainda? E mudei minha forma de alimentar, que logo abriu meu apetite para um outro tipo de nutrição: a da alma!!

Nesse período de um ano e meio buscando em mim um novo jeito de viver e sentir a vida, me deparo com uma pandemia seguida de um isolamento social que tinha tudo para me desestruturar, se não fosse por um detalhe. Em 2013, (no reality A Fazenda) eu fiquei isolado por 92 dias com 16 pessoas absolutamente diferentes, sem contato com o mundo externo, e a cereja do bolo: julgado por 17 pontos de ibope!!

Ou seja… Não vai ser a minha própria companhia que vai me tirar do sério, mesmo!! Decidi o contrário. Ia largar o mundo e viajar no meu submundo. Digo aos meus amigos que todos temos duas vidas. A que se mostra e a que habita em nosso pensamento. Parei de tentar defender as minhas verdades, quando percebi que eu era tantos em mim que não havia verdade que me bastasse. Me entreguei a oportunidade de me calar e ouvir a voz que em uns parece só da as caras quando quer. Mas quando invade é para perpetuar.

Meu vício saudável, de fato, é a música!!

Alternando com ela, nessa quarentena trouxe para perto o som do silêncio que, acredite, às vezes soa como um trio elétrico em movimento.

Remexo em gavetas imaginárias trancadas a sete chaves das compulsões estagnadas.

Tiro toda a culpa em mim depositada.

As limpo com a mão da sabedoria que em tudo me vem sendo dada.

Se respeitar é um ato do caralho!!!

Ando mantendo a calma apreciando os detalhes da natureza que nós como a mesma, porém, dispersa, não nos atentamos. Descobrindo coisas sobre mim e o mundo, que me levam longe demais da vida arrastada pra cima.