Depois de uma biografia polêmica e uma megaexposição que foi recorde de bilheteria no Victoria & Albert Musem, o legado de Alexander McQueen chega aos palcos da West End, região que concentra o maior número de teatros na capital britânica, através da peça “McQueen”. Escrito por James Phillips, o texto tem como objetivo fugir da forma como as homenagens ao estilista têm retratado a sua trajetória, e focar em sua criatividade e seus devaneios artísticos, tomando como ponto central o desfile de Outono/Inverno 2008 “A girl who lived in the tree” (“Uma menina que morou na árvore”, em tradução livre). O espetáculo, que ficará em cartaz por três meses, já está com todos os ingressos esgotados.
Em entrevista à BBC, o escritor explicou a decisão de fugir do caminho óbvio ao retratar Alexander McQueen. “Escrevi sobre sua imaginação e sua vida íntima”, disse sobre o texto que foi aprovado pela irmã do estilista, Janet McQueen. Nos palcos, o gênio, falecido em 2010, é vivido por Stephen Wight. “Ele pode não ter sido um pintor ou escultor, mas era definitivamente um artista”, comentou o ator ao Daily Express.
Tratando-se de um dos maiores nomes da moda mundial, a peça conta com figurinos assinados por David Farley, onde apenas um vestido tem valor estimado em U$10 mil. Entretanto, as peças originais do designer teriam tomado todo o orçamento da montagem, como o próprio diretor John Caird comentou com o WWD. Nos palcos, Stephen Wight chega a ter que criar um vestido inteiro do rascunho, como parte da história que ainda retrata de maneira aprofundada a relação de McQueen e Isabella Blow (interpretada por Ann Oberman), a stylist e ícone fashion que o descobriu ainda na faculdade e se tornou uma das maiores amigas do estilista.
A história começa quando uma garota entra no atelier de Alexander McQueen para roubar um vestido que ela ama, mas pelo qual nunca poderia pagar. Intrigado pela audácia da moça, ele então sai com ela por uma volta em Londres, onde acaba revelando seus pensamentos mais íntimos – para ele mesmo, já que a menina não existe de verdade. Outro aspecto reproduzido fielmente do universo de McQueen para os palcos é sua conexão com a música: em seus desfiles, a trilha sonora era parte essencial da apresentação, assim como na peça, onde faixas de David Bowie e Björk integram o repertório. Confira abaixo um trailer do espetáculo:
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