*Jeff Lessa
O adolescente americano Jordan Steffy chegou ao seu limite. Depois de ser chamado de “faggot” (gíria barra pesadíssima para gay que, nos Estados Unidos, é considerada palavrão) diariamente durante anos pelo mesmo menino na escola, decidiu resolver a questão no braço, depois de seus professores se negarem a ajudá-lo. Dois vídeos foram feitos por colegas de sala do jovem na LaPorte High School, em LaPorte, Indiana, mostrando a briga dos dois. Juntos, os vídeos já têm mais de 10 milhões de views desde que foram gravados, na sexta-feira passada.
A discussão é forte e os meninos não poupam palavrões cabeludos, que, obviamente, não serão traduzidos aqui. Dá para ouvir Jordan dizendo para o provocador “Back the fuck up out of my face, now, cause I’m not playing with you.” (“Se afasta de mim agora, porque eu não estou brincando com você”). Eles trocam mais algumas “amabilidades” até o bully mandar “Don’t fucking put your hands on me faggot” (“Não ponha suas mãos em mim, bicha”). É aí que Steffy explode. Ele bate no outro garoto, cujo nome não foi revelado, até o professor dizer: “Ei, Jordan! Basta!”.
Em entrevista ao website de notícias “Insider”, ele conta que tudo começou com um post: “Ele fez um post anti-gay com uma foto minha dizendo o quanto ele detestava gays com um monte de emojis vomitando em volta. Eu fui até ele e disse: ‘Por que você postou isso?’. Ele disse: “Foi só um post”. E eu respondi ‘Bom, isso não é só um post. É um post a meu respeito, dizendo o quando você detesta quem eu sou e eu não gosto disso’. Ele prosseguiu dizendo ‘Okay, mas o que você vai fazer a respeito disso?’. Eu disse: ‘Vou lidar com isso, essa é a última vez que serei chamado de alguma coisa’. Então ele disse: ‘O que você vai fazer a respeito disso, faggot?’ E eu fiquei tipo: ‘Não, não vou fazer isso’”.
O jovem contou, também, que denunciou o bullying aos administradores da escola diversas vezes, mas quase sempre era ele quem acabava sendo punido: “Parecia que eu me encrencava mais por denunciar do que se eu não dissesse nada. Estava me fazendo mais mal do que bem”. Ele disse ao “Insider” que se assumiu quando estava no sétimo ano e que, desde então, vinha sendo perseguido pelo colega. Mas demonstrou um certo arrependimento por ter chegado ao ponto de brigar fisicamente: “Se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Mas estou feliz por ter me defendido. Se você estivesse na minha posição, provavelmente ficaria enojado com aquilo e ia querer se defender”. No Twitter, Jordan revelou que ele e o outro estudante foram suspensos e que sua mãe está planejando educá-lo em casa. As autoridades da escola não responderam aos chamados do site.
Na Internet, o “caso” está bombando, com Jordan recebendo muitas mensagens elogiando a sua coragem. Deanett Upchurch diz no Twitter: ”Estou feliz por esse garoto ter tido a coragem de se defender e não ter se tornado outra estatística perdida para o bullying”. A usuária Kathleen Boddington dá o seu recado: “(…) O que havia de errado com aquele professor e com a turma? Por que o professor esperou até o último minuto para intervir? Parabéns, Jordan. Seja quem você é e não deixe ninguém te depreciar por isso”.
Tem mais. Em seu Twitter, Jordan Steffi agradeceu aos fãs dizendo “Honestamente, só quero agradecer a todos por serem tão positivos!!! É bom ver que as pessoas estão compartilhando pensamentos e sendo aceitas”. Um certo JudGee respondeu: “Você começou uma revolução para todos os LGBTQs, jovens e mais velhos. O nome Jordan Steffi é adicionado à lista de nomes de todos os Pioneiros do movimento LGBTQ que lutaram contra a intolerância & o abuso. Nós somos #stonewall”
Quer ver os vídeos que mobilizaram mais de dez milhões de pessoas? Dá um clique nos links aí embaixo.
https://twitter.com/i/status/1193393000518443009
https://twitter.com/i/status/1193002314879184898
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