Unibes Cultural recebe mostra de filmes exclusivos com curadoria do grupo responsável pelo Cine Joia, no Rio


Raphael Aguinaga, idealizador do projeto eleito pela crítica como destaque da capital carioca, leva aos paulistas mais uma opção de acesso à cultura e garante que o Cine Joia continuará funcionando

A Unibes Cultural está inaugurando, nesse final de semana, a Sala Vilacine de cinema em São Paulo. O mais novo espaço é a opção perfeita para quem procura por filmes de qualidade que não entram no circuito comercial. A sala de 300 lugares, recém-reformada, conta com equipamento de primeira e seleção de filmes exclusivos de mostras internacionais. “Nenhum outro operador tem acesso a esse conteúdo, só nós. Trazemos filmes diferentes, calcados na nossa filosofia de excelência de programação”, explica Raphael Aguinaga, idealizador do grupo eleito pela crítica especializada como a melhor curadoria da cidade do Rio de Janeiro. O grupo foi responsável pela revitalização do Cine Jóia, tradicional cinema de rua da capital carioca e, agora, leva aos paulistanos uma outra opção de acesso à cultura. “Nós reativamos o Cine Joia há quatro anos e ganhamos o prêmio de melhor programação pela associação dos críticos”, conta Raphael, que participou ativamente da escolha dos filmes exibidos no Vilacine ao lado de Raphael Camacho e Beca Furtado.

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Raphael Aguinaga é o idealizador do projeto que tem como objetivo revelar filmes desconhecidos do grande público (Foto: Divulgação)

A abertura em São Paulo foi nessa sexta-feira, 28, e contou com a exibição de dois filmes: “Happy, Happy”, um longa norueguês dirigido por Anne Sweitsky e “Juan e a Bailarina”, de Raphael Aguinaga, que explica que o convite para o novo trabalho surgiu a partir da presidente da Unibes Cultural, Celia Parnes, que, ao frequentar o Jóia, encantou-se com o projeto desenvolvido. O cineasta conta que a estrutura que a capital paulista proporciona é fundamental e que existe um público forte na cidade. “Em São Paulo, a cena é muito forte, o espaço é grande e é muito raro que um filme seja exibido em apenas uma sala. São obras que o público geralmente tem que procurar assistir em canais alternativos, como mostras, por exemplo. Agora, vai ter um cinema que passa esses filmes, com a melhor qualidade, em uma sala moderna, com ambiente feito para quem gosta de cinema”

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A sala de cinema Vilacine tem capacidade para 300 pessoas (Foto: Divulgação)

Nesse final de semana, além da exibição dos filmes, o espaço cultural receberá seus realizadores, que debaterão sobre os projetos com os presentes. A discussão em torno dos vídeos após as sessões é uma das tradições mais fortes do grupo no Cine Joia. De acordo com Raphael, isso promove uma humanização da ida ao cinema. Perguntado se o evento não fica restrito a um público específico, Aguinaga garante que filmes bons atraem qualquer público. “Fugimos desse cinema comercial, autoral. O que cabe no nosso projeto são obras boas, que todo mundo gosta. O único critério é qualidade”, afirma, endossando também que a curadoria cuidadosa garante a qualidade tão elevada. “Nós entendemos que precisávamos de um diferencial. Tem muito longa que não chega ao Brasil, pois não são comprados pelas intituições. Com essa informação, falamos com os consulados, que tem muito material disponível. Já existe a pré-seleção de cada um deles e, em seguida, fazemos a nossa própria”

O cineasta acredita que a arte é uma ferramenta incrível para divulgar a cultura de um país. “As pessoas só tem acesso às grandes mostras e nós queremos que todos possam ver e entender mais sobre cinema”. Além disso, outro problema que Raphael enxerga nessa indústria é a falta de salas de rua no país. “Hoje em dia nós praticamente só temos cinemas em shoppings, mas com a recessão não se constroem novas salas. Nós queremos expandir o Vilacine para um shopping em Jacarepaguá para mostrar novas possibilidades de os cinemas migrarem para periferias e cidades do interior”, sugere. Ele acredita, ainda, que se as salas independentes fecharem um compromisso de qualidade de filmes, elas podem estabelecer um vínculo de confiança com o público. “É emblemático que nosso projeto esteja ganhando esse conhecimento”, exemplifica.

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O prédio da Unibes Cultural foi reformado. A mostra acontece durante esse final de semana (Foto: Divulgação)

Apesar dos planos de expansão, Raphael garante que não vai deixar as origens de lado. “Fazemos outros projetos e a Unibes é um deles. Além disso, também trabalhamos em pré-estreias, lançamentos de filmes e muitos outros. Quando ganhamos a crítica da associação, várias matérias internacionais nos apontavam como destaque e fomos convidados para diversos projetos, mas vamos continuar fazendo no Jóia”, garante, para alívio dos cariocas.

Veja abaixo os trailes dos filmes que estão em cartaz nesse final de semana na Unibes Cultural de São Paulo: