O vazio, o retorno e o otimismo. Mais do que nunca, esses temas passaram a tomar conta do inconsciente coletivo durante o período em que se instaurou a pandemia no mundo todo. Sensíveis e plugados a esses gatilhos, Rico, Gus e Odudu trabalharam neste período nas dez faixas que compõem o primeiro álbum da Satoru, lançado final de maio, com distribuição pela Universal Music. A produção conjunta é capitaneada por Leonardo Rivera, do Selo Astronauta Discos, que tem a tradição de descobrir novos talentos nos últimos 20 anos.
Com um baixo bem marcado, bateria repleta de efeitos e guitarras timbradas, o trio de São Paulo faz um rock com camadas de silêncio, psicodelia e referências a sons anos 1980. “Em 2020, quando começou a pandemia, já tínhamos algumas músicas, mas precisamos nos reinventar: 70% do álbum foi concebido em casa, cada um com seus instrumentos, subindo e descendo coisas na nuvem, gravando ideias e trocando, tocando num metrônomo para juntar tudo e mixar”, recorda o baterista Odudu.
Rico, o vocalista, pianista e guitarrista, destaca que a sonoridade foi até mais influenciada pelos tempos de quarentena do que a própria narrativa das composições. “O momento de reclusão acabou influenciando os arranjos, os silêncios e os vazios. Certamente nada pensado, mas sinto que a gente meio que capturou o momento”, analisa.
Já o baixista, Gus, acredita que, apesar do período complicado, a reunião dos três provou ser um momento de intensa criação, musicalidade e certezas. “Este é um disco de reencontro com uma parte importante de quem somos e que tinha ficado adormecida por conta da vida. Traz momentos de reflexão que, somados, nos mostram o que realmente é importante na vida. No nosso caso, fazer música”, diz.
O trio paulistano também trouxe para o trabalho algumas participações. Cláudio Rabeca, Cauê Vieira, da Buena Onda, as cantoras Ágata e Jhasmyna tudo embalado com o design da artista espanhola Maria Médem para a capa. “Satoru”, o álbum, foi gravado no estúdio Cantos do Trilho, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. O disco teve como engenheiro de áudio Felipe Areas, foi mixado no Estúdio Chinelada por Pedro Garcia e masterizado em Seattle, nos Estados Unidos.
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