Foi em um almoço com Regina Guerreiro, uma das editoras de moda mais importantes do Brasil, que Alberto Hiar, diretor criativo e fundador da Cavalera, teve a ideia de levar as histórias e opiniões da amiga para uma websérie, que veio a se chamar “ENJOY“. O sucesso de Regina falando sobre culinária, sensualidade no mundo fashion, vulgaridade e até perucas foi tanto que já rendeu uma segunda temporada ao bate papo virtual, como você vem acompanhando através do HT.
Agora, no quinto episódio da 2ª temporada, a editrix buscou responder a pergunta: quem inventou o salto alto? E antes que alguém se atreva a levantar o dedo para evocar o nanico Luís XV que se utilizava da peça para se impor nos reinos de França e Navarra, Regina já avisa que a história é bem mais antiga. Até por que, para nos responder, ela viaja do paraíso dos pés descalços de Adão e Eva à invenção das sandálias simplistas – mas maravilhosas, ela garante – pelos povos egípcio, grego e cretense.
Segundo a jornalista, os saltos foram crescendo gradativamente, de pouquinho em pouquinho. “Naqueles tempos antiquíssimos, ainda nem existia imprensa de moda, nem essa mania de grife que infestou o planeta. Nós, humanos, fomos subindo no salto devagarinho, por necessidades básicas, ou por vaidade simplesmente”, conta Regina.
Para se ter uma ideia, açougueiros usavam o salto para se proteger das carnes, enquanto Faraós queriam mesmo era ostentação – desde aquela época, babies. De lá para cá, gueixas começaram a fazer o salto virar componente de look sensual, surgiram as plataformas que impediam as mulheres de dar uma passeada pelas vilas, até chegar ao ideal que surge de primeira à nossa mente quando falamos do calçado: a turma da coroa pré-Revolução Francesa que, baixinha que só, usava o artifício para colocar ordem entre girondinos e jacobinos em combustão.
Com o estouro da Revolução Francesa e mais tarde das duas Guerras Mundiais, os saltos sucumbiram, mas voltaram na sequência com o boom fashion que elevou o calçado a posto de coringa feminino: alongava as pernas e deixava o andar sexy. Pois bem, num mundo onde não se vive só de chinelos, Regina Guerreiro dá uma aula daquelas sobre essa peça que, como podemos ver, atravessa povos e trincheiras. E, para finalizar, antes que você aperte o play, nós damos eco ao bye, bye em ótimo estilo da estilista: “eu adoro salto, mas só quando eu vou por cima”. Nós também, querida. Nós também.
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