Ela entende bem este cenário. A profissional também foi uma aluna com muita dificuldade de aprendizagem, o que a tornava muitas vezes, desinteressada. O teatro mudou a sua postura diante dos estudos, dando autonomia para entender a sua própria maneira de estudar. É esta ferramenta que ela leva para o Cria.
“Com a falta de equipamentos culturais no Caju, decidi trabalhar com teatro de rua, atuando em uma quadra, localizada na Praça do Mar. Com o objetivo de estimular os alunos, montei um espetáculo teatral, o Cortejo Favela, que conta a história do Caju e do surgimento das favelas, integrando o teatro e a música com aulas de História, Literatura e Escrita Criativa. O Cortejo Favela foi apresentado nas ruas da Quinta do Caju, sendo assistido por mais de 100 espectadores”, lembra Laura.
O intuito principal do Cortejo Favela é o de oferecer referências de arte para crianças e jovens, além de criar uma agenda cultural dentro do complexo de favelas do Caju. “Queremos ocupar os espaços públicos e democratizar o acesso à cultura”, explica Laura. Ela ainda acrescenta: “Como muitos moradores não têm conexão de internet, optamos por realizar o Cortejo Favela de forma presencial, obedecendo às normas de proteção, e em espaço aberto”.
Pedro faz parte do projeto desde sua inauguração, em 2018, e considera que desenvolveu habilidades artísticas e pessoais dentro da ONG. “Conheci gente nova, coisas novas, fiquei mais solto. Eu era muito tímido e o teatro aumentou minha capacidade de expressão, é uma experiência que todos deveriam ter”, avalia. O jovem ator, de 19 anos, pretende seguir carreira teatral e está empolgado para a performance de domingo. “Vai ter um impacto positivo, uma das melhores peças em que já me apresentei”, finaliza.
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