A chefia da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro determinou a abertura de um inquérito na Delegacia Fazendária com o objetivo de “esclarecer as circunstâncias narradas por Laíla”, diretor de carnaval da Beija-Flor de Nilópolis. Explicamos: Laíla veio à público noticiar a existência de áudios com a voz de Fabiano Rocha – até então jurado do quesito bateria do desfile das escolas de samba do grupo especial do Rio. Neles, consta a informação de que a Imperatriz Leopoldinense, ao lado da própria Beija-Flor e do Acadêmicos do Salgueiro, seriam prejudicadas por Fabiano no momento de atribuição das notas. O curioso é: Fabiano alegou “problemas pessoais” na véspera e não compareceu aos desfiles. Tem mais: Laíla, em entrevista ao “O Dia”, também denunciou um possível esquema de favorecimento para a Unidos da Tijuca. Este, aliás, segundo o próprio, era comandando pela ex-jurada Sulamita Trzcina.
Por trás da história, algo ainda maior: a briga de Anísio Abrão Davi, patrono da azul e branca de Nilópolis, com a Liga Independente das Escolas de Samba, a Liesa, que estão rompidos desde o carnaval de 2014, quando a Beija-Flor amargou o sétimo lugar e a Unidos Vila Isabel não foi rebaixada mesmo tendo desfilado com alas sem fantasias e carros mal-acabados. Por conta da confusão, em 2015, houve troca de mais da metade do júri. Os quesitos fantasia e samba-enredo tiveram todos os seus jurados trocados. O quesito conjunto, em que uma das juradas era justamente Sulamita Trzcina, acusada por Laíla – acabou. Jorge Castanheira, presidente da Liesa, disse que o assunto já está sendo levado ao estatuto e criticou Laíla. “Não há outro áudio. O que existe é uma mensagem de texto falando da Imperatriz. Ele (Laíla) é que faz confusão por conveniência. Todo este assunto será levado ao estatuto da Liga”, garantiu, emendando que Laíla “não sabe perder”. Castanheira enfatizou, ainda, que afastou Fabiano para “preservar sua imagem e das escolas”.
Em tempo: Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca, a escola que Laíla citou como suspeita de favorecimento, não quis se pronunciar, mas, por meio de uma nota oficial, repudiou a suspeita de fraude no carnaval. Leia abaixo.
“O presidente do G.R.E.S. Unidos da Tijuca, Fernando Horta, vem através desta nota repudiar toda e qualquer suspeita de fraude no resultado do carnaval 2016. A Unidos da Tijuca é uma instituição que se baseia no regulamento e no estatuto da LIESA. O carnaval carioca é um espetáculo que movimenta 52 setores da economia, atrai turistas, gera emprego e traz receita para a nossa cidade, além de divulgar positivamente o país em todo o mundo.
Entendemos que no calor da emoção, o Diretor de carnaval da nossa coirmã Beija Flor de Nilópolis se posicionou de forma equívoca e também descredenciou a LIESA, instituição que representa os interesses de todas as agremiações. Acusações levianas podem prejudicar o espetáculo e colocar a idoneidade da instituição que gerencia o carnaval em dúvida.
A Unidos da Tijuca reconhece a Mangueira como campeã do carnaval 2016 e parabeniza, além da campeã, todas as agremiações que fazem do carnaval o maior espetáculo da terra. Lutamos diariamente, durante todo o ano, para alcançar excelência em nossos desfiles, por isso estamos há tantos anos presentes no desfile das campeãs e lideramos o ranking da LIESA.
Temos uma equipe de profissionais competentes, com conhecimento para colocar um desfile tecnicamente perfeito na avenida. Além da parte plástica, temos uma comunidade apaixonada e disposta a fazer o melhor para conquistar o título, e isso se repete todos os anos. Nós trabalhamos com seriedade e toda a mídia e grande público percebem isso”.
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