Para balançar o coreto: Dream Team do Passinho assina com gravadora internacional e lança videoclipe novo. Saiba tudo aqui!


Oriundo das comunidades da Cidade Maravilhosa, o grupo que aposta no quadradinho e no rabiscado dá o tom da ginga carioca e chancela que é a vez do funk

*Por Lucas Rezende

É público e notório: o funk desceu o morro e tomou o asfalto. Dos idos dos anos 1980 até hoje, o ritmo tradicionalmente carioca mostrou que vai muito além dos rótulos e preconceitos, como o da apelação sexual com letras de baixo calão, e saiu dos perímetros das comunidades. O pancadão ganhou verve de crítica de mazelas sociais, se vestiu de ostentação, pegou carona no pop e, hoje, conquista a elite, exalta novos rostos, faz sucesso nas gravadoras e consegue se manter no mainstream.

Entre Ludmillas e Anittas – que são quase onipresentes nos programas de tevê e invadiram as trilhas sonoras de novelas -, e príncipes ostentadores como Gui e Guimé – que mostraram que o funk também é luxo -, surgiu uma galera que colocou argamassa em uma lacuna não menos forte e promissora do ritmo: o Dream Team do Passinho.

O Dream Team do Passinho: uma turma para se prestar atenção (Foto: Divulgação)

O Dream Team do Passinho: uma turma para se prestar atenção (Foto: Divulgação)

O passinho é a evolução da sensualidade do funk e da malemolência marcha lenta do charme. Nascido nos morros como uma brincadeira, a dança é aquela tradicional manjada dos “meninos de mola”: braços soltos, cintura mole, e as pernas rabiscando a pista de deixar qualquer labirintite aguda. As danças são levadas tão a sério que motivaram batalhas nos bailes e viraram atração da sétima arte. “A Batalha do Passinho”, dirigida por Emílio Domingos, prova como o rabiscado virou hype morro acima.

Figuras marcantes nessas batalhas, Diogo Breguete, Pablinho, Hiltinho, Rafael Mik e Lellêzinha resolveram unir o talento e formaram o Dream Team. Representando a mais legítima ginga do carioca, o grupo é mais um plus para chancelar o que não resta dúvida: o funk é o som da vez. E o tal do passinho dos meninos deu tão certo que eles já assinaram contrato com a Sony Music Brasil – nada mais, nada menos que a segunda maior gravadora da indústria fonográfica do mundo. Acham que é pouca coisa?

A parceria prevê o lançamento de um CD em breve. Enquanto ele não sai, a molecada usa e abusa da arma mais letal quando o assunto é sucesso na música atual: a internet. O hit “De Ladin”, que ganhou espaço em rede nacional no “Esquenta”, de Regina Casé – espécie de madrinha dos rapazes -, teve seu clipe lançado há pouco. Gravado em um porto da urbe-maravilha, ele começa com uma mensagem que cai como uma luva para o momento.

“Em cada cantinho do Rio de Janeiro tem um moleque de mola. Em cada esquina da cidade maravilhosa tem um moleque sinistro. Em cada viela de todas as comunidades do Estado existe um som: o funk. Todos os holofotes estão nesse movimento. Luz, câmera e ação. A nova geração de funkeiros cariocas abençoa os antigos ‘um dois pra lá, um dos pra cá’. A coisa ficou mais séria do que imaginávamos. Estamos na era do quadradinho e do rabiscado. Do sabará e da cruzada. Do corte do jaca, do divo, e da novinha”.

Em containers e com roupas de plástico bolha, os meninos do Dream Team comprovam que são bons mesmo é da cintura para baixo. Cantando “rabiscando no passinho”, “quebrando de ladinho” e “mandando o quadradinho”, eles conseguiram fazer a brincadeira do morro virar modinha e negócio rentável, of course. Tanto que eles já conquistaram o coração do porto-riquenho Ricky Martin. Explica-se: Ricky lançou uma canção chamada “Vida” que contou com a participação de vários compositores pelo mundo. Quando gravou na levada funk da coisa, ele chamou o pessoal do Dream Team para mostrar como é a gingada brazuca. Se o astro da dança aprovou, HT não precisa nem dizer que, se você ainda não sabe rabiscar, é bom dar um jeito…