Há cerca de 15 anos o rapper Criolo lançava “Vasilhame” e cantava o verso “os traveco (termo ofensivo à identidade de uma pessoa trans), tão aí, oh! Alguém vai se iludir’’. Cantava. A partir de hoje, a letra, com conteúdo transfóbico, passa a ser: “o universo tá aí, oh! Alguém vai se iludir”. Em declaração à imprensa, o paulistano disse: “Revi tudo e mudei aquilo que não tinha necessidade de ficar. Não tenho problemas em dizer que errei”. À revista “Trip”, foi além: “Era ignorância, né? Por falta de conhecimento da minha parte, usei em algumas músicas esses jargões populares, alguns apelidos e palavras que não fazem sentido algum e só magoam as pessoas. Eu mesmo me magoei com isso depois que refleti. Na época nem me tocava, mesmo sendo preocupado com várias questões que refleti”.
Em recente entrevista exclusiva ao HT, Criolo falou de preconceito – desta vez sobre o que seus pais sofrem, por serem nordestinos e negros. “Tiram sarro dos meus pais por causa do sotaque nordestino. Mês passado meu pai foi ao mercado e uma pessoa meio que ficou achando que ele iria roubar um produto porque ele é um homem negro. As lutas por melhorias nos extremos, nas bordas das grandes metrópoles continuam sendo as mesmas. São tantas vertentes que ainda podem e têm potencial para serem mudadas…”, nos contou. Palavras de quem acha que “onde tiver desigualdades vão existir problemas gritantes”.
* A faixa está no álbum relançado “Ainda Há Tempo”.
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