No mês do Combate à Intolerância Religiosa, fotógrafo Gui Christ expõe trabalhos premiados sobre fé afro-brasileira


Em mostra ‘M’Kumba’, o fotógrafo Gui Christ traz pela primeira vez para o Brasil seu trabalho premiado internacionalmente. As imagens poderão ser conferidas no Instituto Pretos Novos, até março. Vem conferir!

Fotógrafo, iniciado no candomblé e na umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição ‘M’Kumba‘, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé. O trabalho, com 15 fotos e curadoria de Marco Antonio Teobaldo, já rodou o mundo, passando pela Alemanha, Suíça, Argentina, Inglaterra e Índia, onde ganhou o Indian Photo Fest, foi finalista do Lensculture Portrait Awards 2022 e selecionado para a edição com as melhores imagens do fotojornalismo mundial segundo o Pulitzer Center. Agora, ‘M’Kumba’ fica no Rio de Janeiro, até a 25 de março, no Instituto Pretos Novos.
Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M'Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

Gui Christ uniu suas experiências na exposição M’Kumba, que registra, a partir da sua própria vivência, como afro-religiosos exercem sua fé (Foto: Gui Christ)

Há séculos a palavra macumba vem sendo usada de forma pejorativa. Nos dias de hoje, é muito comum ouvir expressões intolerantes como: “chuta que é macumba!”. Para mim, como afro-religioso, é importante combater esta forma de racismo. Uma palavra que deveria ser sagrada, devido ao preconceito, foi totalmente distorcida pela sociedade – Gui Christ
‘M’Kumba’ vem do kikongo, língua falada na região centro-africana. Kumba significa curandeiro, homem sábio, senhor da palavra e o M’ indica o coletivo nesse idioma. “Os povos trazidos para o Brasil como escravos muitas vezes só tinham nos encontros desses sábios, a m’kumba, seus momentos de alento e cura. Por preconceito e desconhecimento, o colonizador europeu passou a usar esta palavra associada a quase todo tipo de tipo de mal, o que dura até hoje. Escolhi esse título da exposição para reafirmar quem são os Kumbas hoje, como os afro-religiosos se portam e como resistem frente a essa intolerância religiosa que tem mais de 500 anos de história. É um resgate da nossa religiosidade “, define Gui Christ.
Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M'Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M’Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

E é significativo que a exposição aconteça a poucos dias do Dia do Combate à Intolerância Religiosa, em 21 de janeiro. “Essa exposição se apresenta como um instrumento eficaz de ação afirmativa no combate ao racismo religioso. Esse é o melhor termo para se usar, porque seria intolerância se acontecesse em mesmo nível e grau com todas as religiões e vemos que não acontece isso. O trabalho do Gui expõe os líderes religiosos com beleza e desmistifica esse preconceito”, diz o curador Marco Teobaldo, que mergulhou em centenas de fotos para escolher as 15 desse projeto.
Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M'Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M’Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

Expostas em ampliações de 80 cm x 60 cm e um lambe-lambe de 2m x 1,5m, as obras ficarão no Instituto Pretos Novos até o último sábado de março. O trabalho é tão forte, que 10 dessas ampliações já foram selecionadas pelo curador Paulo Herkenhoff para o acervo permanente do Museu Nacional de Belas Artes.
Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M'Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M’Kumba

Sobre Gui Christ

Baseado em São Paulo, Gui Christ acaba de receber o título de National Geographic Society Explorer, pelo seu trabalho documental sobre a religião africana no Brasil. Há mais de 10 anos como fotógrafo, ele já recebeu os principais prêmios da indústria fotográfica, como Creative Cannes Awards, Clio Awards, Photokina e foi indicado à Fotógrafo do Ano pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade. Desde 2015, Gui trabalha em seus projetos documentais, registrando o universo periférico do Brasil e publicando seus trabalhos em veículos como Time Magazine, The National Geographic Magazine, The Washington Post, Billboard e Esquire.
Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M'Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

Foto: Gui Christ

O fotógrafo já lançou diversos photobooks, entre eles, sobre a crise urbana, social e de moradia em São Paulo, que afeta mais de 2 milhões de pessoas, e Fissura, sobre a cracolândia paulistana. Ambos premiados internacionalmente e com tiragem esgotada. Por estes trabalhos, Gui foi apontado como um dos melhores fotógrafos documentaristas de sua geração pela prestigiada revista European Photography.
Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M'Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

Iniciado no Candomblé e na Umbanda, Gui Christ uniu suas experiências na exposição M’Kumba, que registra a partir da sua própria vivência como afro-religiosos exercem sua fé

Serviço:

Exposição M’Kumba
Temporada: até 25 de março
De terça a sexta de 10h às 16h
Sábados das 10h às 12h
Ingressos: Gratuito
Instituto Pretos Novos
 R. Pedro Ernesto, 32 – Gamboa, Rio de Janeiro
Telefones: (21) 2516-7089 / (21) 96465-9983