Niterói ganha exposição e campanha de crowdfunding para reabertura de museu em homenagem ao pintor Antonio Parreiras


Exposição que celebra 80 anos do do Museu Antonio Parreiras (MAP), vai desta sexta-feira (7) a 23 de janeiro, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Além disso, o espaço que preserva a obra e a memória de um dos maiores artistas de Niterói e do Brasil, poderá ser duplamente abraçado pelos niteroienses neste começo de ano. O Lazuli Belas Artes, associação sem fins lucrativos, criou uma campanha de crowdfunding para arrecadar fundos e colaborar com a recuperação e modernização do lugar. Vem saber!

Apoiar a arte é preciso! E para isso, consumi-la é fundamental. Pensando nisso, a a FUNARJ abre as comemorações dos 80 anos do Museu Antonio Parreiras (MAP), e apresenta a exposição Antonio Parreiras: paisagens e marinhas, desta sexta-feira (7) a 23 de janeiro, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Com curadoria de Vanda Klabin, a mostra reúne 37 telas realizadas pelo pintor, entre 1887 e 1937, e evidencia o pioneirismo do MAP, como primeiro museu de arte do estado e o primeiro, no Brasil, dedicado à memória de um artista.

Uma das pinturas do artista da exposição Antonio Parreiras: paisagens e marinhas, que cai desta sexta-feira (7) a 23 de janeiro (Divulgação)

Uma das pinturas do artista da exposição Antonio Parreiras: paisagens e marinhas, que cai desta sexta-feira (7) a 23 de janeiro (Divulgação)

Reconhecido como um dos principais paisagistas brasileiros, Antonio Diogo da Silva Parreiras nasceu em Niterói, em 1860. Em 1884, quando aluno do artista alemão Georg Grimm, abandonou a Academia Nacional de Belas Artes, acompanhando o mestre e outros colegas para formar o Grupo Grimm, no bairro de Boa Viagem. Realizou diversas viagens de aperfeiçoamento à Europa, pintou paisagens, nus, retratos e quadros de temas históricos, sendo escolhido como o maior pintor brasileiro em votação realizada pela revista Fon-Fon, em 1925. No ano seguinte, amplamente consagrado como artista, publicou o livro autobiográfico ‘História de um pintor contada por ele mesmo‘.

Sobre a obra de Parreiras, Vanda Klabin destaca a forte relação do artista com a paisagem: “Sua sensibilidade pictórica e o constante fascínio que a natureza observada de perto exerceram no seu vocabulário visual traduzem a sua contribuição inovadora para o universo da arte brasileira”. A interpretação singular da natureza pelo pintor poderá ser conferida, no salão principal do MAC, em telas como “A tarde”, vendida em 1887 para financiar a primeira viagem de estudo do artista à Europa, e “O fogo”, integrante da última exposição de Antonio Parreiras, em 1936, e que denuncia as queimadas nas florestas brasileiras. A exposição, que é patrocinada pela associação Lazuli Belas Artes e pelas incorporadoras União Realizações e Mônaco, conta também com duas obras do artista alemão George Grimm, mestre de Parreiras, e um retrato do homenageado, por Numa-Camille Ayrinhac.

Antonio Parreiras (1860- 1937) O Fogo, 1936. Óleo sobre tela

Antonio Parreiras (1860- 1937) O Fogo, 1936. Óleo sobre tela

Em nome da arte

Além de ser uma das patrocinadoras da exposição, a Lazuli Belas Artes, associação sem fins lucrativos, está promovendo uma campanha de crowdfunding para arrecadar fundos e colaborar com a recuperação e modernização do Museu Antonio Parreiras, fechado há mais de uma década. As doações podem ser feitas pelo site https://nova.kickante.com.br/l/revitalizamuseuantonioparreiras. As contrapartidas simbólicas para os doadores vão desde e-mails de agradecimento até a gravação do nome em uma placa na área prevista na ampliação do museu. Pelo site, será possível acompanhar o valor arrecadado, como ele será investido e o cronograma das obras.