Mulher de força. Mulher curiosa em sempre descobrir os caminhos mais secretos do mundo do cinema. Mulher de olhar crítico e argentino sob a cultura brasileira. Mulher que não mediu esforços para tornar a arte um templo a ser respeitado no mundo. Mulher obstinada que abraçou as produções cinematográficas no Brasil e ajudou o Festival de Cinema de Gramado a ter excepcional prestígio. Assim era Eva Piwowarski. A produtora, diretora, ativista cultural e curadora do Festival de Cinema de Gramado faleceu, na noite da última segunda-feira, dia 7 de janeiro, em Buenos Aires. Depois de lutar durante o último ano contra um câncer, a cineasta nos deixou para brilhar em outros campos longe do nosso conhecimento. O corpo de Eva será enterrado nesta tarde, no Cemitério da Chacarita, em Buenos Aires. Ela deixa três filhos, um neto e o companheiro Daniel Gonzalez.
Apaixonada pelo cinema latino-americano, Eva Piwowarski era responsável por trazer um olhar especial feminino e argentino para o Festival de Cinema de Gramado. Ela passou a integrar o time do evento em 2014, ao lado do crítico Rubens Ewald Filho e do jornalista Marcos Santuario. Ao longo de quase cinco anos, Eva se dedicou a trazer ao Brasil as melhores produções do cinema latino ao selecionar os melhores filmes para concorrer na cerimônia e ainda sensibilizar o público. E ainda fez mais! Com respeito e muita sabedoria, ela se dedicou a tornar o festival ainda mais importante no mundo.
Com uma vida dedicada às artes, a produtora exerceu cargos relevantes na América Latina. Eva Piwowarski foi uma das diretoras do Programa Mercosul Audiovisual da União Européia e criadora da Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul (RECAM). Além disso, ainda coordenou o Programa Polos Audiovisuais da TV Digital Argentina, onde promoveu a produção televisiva federal junto ao sistema universitário nacional argentino.
Acreditando sempre na união da América Latina, Eva se dedicou a promover o intercâmbio cinematográfico entre produções brasileiras e latinas, visando tornar as fronteiras menores do ponto de vista cultural.
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