O período de pandemia da Covid-19 teve impacto direto com a aceleração da transição da indústria da moda do sistema de produção linear para o circular. Circular is the new black. E também uma prática importantíssima. O upcycling vem se encaixando no (re) design inteligente, na oferta de serviços que apoiam o ciclo de vida dos produtos e no tratamento adequado dado a todos os restos, com ênfase em compostagem, reciclagem e reuso. Durante palestra transmitida online como parte integrante da 26ª edição do Minas Trend, promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), e com o maior Salão de Negócios da América Latina, Luiza Lopez, estilista da Isla Bolsas foi convidada para comentar sobre as inspirações do setor para Outono-Inverno 22.
“A moda hoje é versátil. A pandemia trouxe à tona essa necessidade de termos produtos que atendam a várias necessidades. Nós temos conseguido atravessar esse momento mantendo a nossa identidade e a nossa qualidade. Hoje, mais que nunca anteriormente enfatizamos a sustentabilidade na cadeia produtiva da moda, o handmade cada vez mais tem sido valorizado e o upcycling tem sido prática de reaproveitamentos de resíduos têxteis que seriam descartados no meio ambiente, analisa Luiza no início do bate-papo com a mediadora Anna Magalhães.
Os anos 70, 80 e 90 são pura tendências. “E, nós, da Isla trouxemos para o Salão de Negócois bolsas com cristais, muito brilho, plumas, pura alegria como também vemos no setor de vestuário. “A pluma, por exemplo, já faz parte do DNA da marca para a linha festa. E está super em alta agora. O bacana é que temos trazido esses materiais em cores vibrantes, alto-astral. Por mais que seja inverno, a estação não está sóbria. Dessa vez, o inverno vem com acessórios com cores fantásticas”, nos conta.
“E todos os holofotes apontado para as peças com bambu, material em sinergia com o handmade de técnicas centenárias, feita pelas nossas artesãs e bordadeiras. Valorizamos a produção local e a mão de obra de muitas mulheres que trabalham conosco”, comenta, acrescentando que a Isla é uma empresa de bolsas que atua no mercado há mais de 10 anos. “Somos uma marca mineira, de Belo Horizonte, que trabalha com bolsas num mercado mais luxuoso. Nossas bolsas são diferenciadas e se antes tínhamos um produto focado em festa, agora abrimos o leque para as bolsas e clutches para o dia a dia”.
Mais outro ponto acelerado pela pandemia. A Isla já trabalhava em um projeto de uma linha mais casual mantendo o DNA e sentiu o feedback das clientes pedindo bolsas mais casuais para o momento. “Mas mesmo assim nós trouxemos isso com glamour. O bambu, por exemplo, são luxuosos justamente por serem naturais. Nossas bolsas são totalmente artesanais, portanto uma moda autoral com a colaboração de artesãs, bordadeiras, e sempre damos muita importância à produção local. E, é claro, que inserimos o brilho que todas as mulheres amam”, pontua Luiza.
A tendência apontada para o Verão deve permear o Inverno também. Isso é atemporalidade e sinônimo também de economia criativa. Por exemplo, o croco tão em alta já por agora é um elemento atemporal. “Outro ponto que posso ressaltar é o crochê muito em alta em acessórios para o Verão. Antes, era associado ao inverno. Isso é muito bom, porque dá uma versatilidade muito grande às peças.
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