Linn da Quebrada: “Arte é sinônimo de transformação, principalmente em país que pouco valoriza os artistas da cena”


O Presença Festival realizado no Circo Voador foi uma exaltação às potências criativas da cena e teve ainda Johnny Hooker e Grag Queen, na segunda edição do evento, que marcou sua força no Mês do Orgulho LGBTQIAPN+. Contou com uma Ball com a presença da dançarina francesa Lasseindra Ninja, a exposição “O Que Sustenta o Rio”, de Joelington Rios, assinada pelo patrocinador BNY Mellon. E ainda oficinas de dança; atividades de literatura, dramaturgia e música instrumental; exibição de filmes, talks e bate-papos, além da DJ Bruna Strait e da festa V de Viadão, tendo o DJ Edu Castelo. “É um orgulho poder fazer parte deste evento que só valoriza a arte LGBTQIAPN+ e com artistas tão potentes que refletem no cenário político, social e econômico do Brasil”, conta Johnny Hooker

Linn da Quebrada

*Por Rafah Moura

“Eu estou em êxtase com a energia dessa plateia. É um honra poder me apresentar, no Circo Voador, e me sentir tão querida. Eu só sei sentir”, reflete Linn da Quebrada, ao nos receber no camarim, pós-show no Presença Festival. A apresentação da cantora, apresentadora, atriz e ativista social brasileira levou todos ao delírio, com a energia no topo. Linn se comportou ora com uma grande diva, que é, ora como uma grande regente que ia dando o tom do espetáculo. Intensa, como boa canceriana, a artistas cantou, dançou e saiu do palco sem suas botas de cano alto, atitude digna de uma verdadeira rock star, que estava entregue de peito aberto para, segundo ela, um dos momentos mais importantes de sua carreira. “Fazer parte desse evento é importante para a minha carreira e vida. Precisamos cada vez mais apoiar essas iniciativas e valorizar os nossos artistas. A arte é sinônimo de transformação e tem o poder mudar a realidade de muitas pessoas, principalmente em um país que pouco valoriza os artistas da nossa cena”.

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O produtor, diretor artístico do evento e curador do evento, José Menna Barreto, destacou que no festival, o debate é interseccional, tem o objetivo de juntar forças para combater o preconceito através da arte. “A cultura ballroom é um dos principais braços do Presença Festival, que este ano abriu as comemorações do mês do Orgulho LGBTQIAPN+, o que é sensacional. O evento é uma celebração à diversidade na cultura. Nesta segunda edição, trouxemos um olhar especial para os artistas talentosos que representam esse movimento político e social, mas não recebem oportunidades, porque ainda há pouco espaço para a diversidade no mercado cultural e artístico. O mundo está mudando, o cenário melhorando, mas precisamos sempre nos afirmar para manter nosso espaço e evitar que o conservadorismo volte a ocupar. Meu objetivo é dar visibilidade e reconhecimento às mulheres, pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, pessoas pretas, PcDs (Pessoas com Deficiências) ou de povos originários”.

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A vencedora da primeira edição do reality Queens Of The Universe, Grag Queen, viu sua carreira decolar em 2022, se tornando um grande destaque no cenário pop brasileiro. A multiartista, que canta, dança e compõe, esquentou a plateia com seus sucessos – ‘Fim de tarde’, ‘Party Everyday’, ‘You Betta’, entre outros. “Vencer o reality foi a coração e a validação para este momento que eu venho me preparando desde o início da minha carreira quando comecei lá em 2009, a estudar teatro e canto, em Gramado”, revela.

Johnny Hooker no Presença Festival

O muso Johnny Hooker foi uma das atrações do Presença Festival

Johnny Hooker subiu ao palco e fez a plateia cantar tão forte, que dava para ouvir do lado de fora da Lona da Lapa. Encerrando a turnê ‘Estandarte’, o recifense foi desconstruindo sua imagem ao longo das apresentações. Saiu o longo aplique, o macacão transparente, as correntes, mas o casaco de pelúcia ficou, assim como, o pole e sua voz e energia inconfundível. “Cantar no Rio de Janeiro é sempre um tesão. Essa plateia tem um borogodó diferente, me sinto muito abraçado e acalorado, ainda mais no Circo Voador, local que em 2022, eu escolhi para fazer um show no dia do meu aniversário”, ressalta Johnny.

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O artista que também está rodando o Brasil, com o ‘Clube da Sofrência’, um show em homenagem a Marília Mendonça (1995 – 2021), conta que em breve estará no Rio cantando esses sucessos. Voltando ao disco ‘Orgia’, que tem um espetáculo em três atos e um epílogo (como em um livro). Começando pelo êxtase da “noite” e sua carnalidade pulsante ‘Amante de Aluguel’, ‘Nos Braços de Um Estranho’, seguido de uma espécie de delírio tropical de fuga ‘Cuba’, ‘Maré’, e finalmente chegando aos tempos apocalípticos que se desenham diante de nossos olhos ‘Eu Te Desafio a Me Amar’, ‘Estandarte’.

O Presença Festival 2023 é apresentado pela Shell (patrocinadora master), pelo Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura. Conta também com o patrocínio do BNY Mellon, Mercado Livre, Bayer, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura. Apoio da Deloitte, Caixa Cultural e Caixa Econômica Federal. Produzido pela Araucária Agência Cultural, foi idealizado por José Menna Barreto, que também assina a direção artística e a curadoria. A realização é da CMX Associados, da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério da Cultura e do Governo Federal. “Esse é o primeiro ano que estamos com o Presença Festival e apoiar um projeto como esse é motivo de orgulho para a Shell, que tem entre seus pilares valorizar as pessoas e a diversidade. A Shell tem o compromisso de construir e consolidar seu legado junto à sociedade brasileira, e celebrar a música, a dança e toda cultura LGBTQIAP+ e negra são ações fundamentais para isso”, afirma Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil.