Roteirista e escritora, com peça premiada no “Samphire Festival”, na Inglaterra, e autora de três novelas, Gisele Joras se aventura em novo segmento: a literatura infanto-juvenil: “Uma criança que lê tem um universo à disposição”, diz. Partindo desse pensamento, Gisele acaba de lançar a primeira obra da trilogia da sua personagem Rita Varmel, ‘Rita Varmel – À Procura do Rusdimepe‘, pelo IBEP, selo da Companhia Editora Nacional, e escolhida pelo Prêmio PNLD. A obra é uma viagem pela literatura fantástica que conta a história de Rita, uma menina cansada de sempre passar as férias em casa, no maior tédio. Até que um dia ela vê um menino voando no céu e seu mundo vira de cabeça para baixo. O tal garoto voador, Bruno, a leva para o Vale Secreto, um lugar habitado por criaturas fantásticas. Lá, Rita conhece um orfanato de super-heróis, faz amizade com um pégaso cintilante e é acolhida por uma misteriosa família de vampiros que mora no meio da floresta. A partir daí, tudo é possível, afinal, é fantasia pura!
Autora de novelas como “Amor e Intrigas”, “Bela, a feia” (versão brasileira de Betty, a feia) e “Balacobaco”, da Record, Gisele revela se sente mais prazer escrevendo novelas ou livros. “São processos muito diferentes, ritmos de trabalho bastante distintos, e cada um me proporciona um tipo de satisfação. Um roteiro estabelece como a história será mostrada para o espectador, um livro conta uma história para o leitor. O ritmo da televisão é industrial, o autor precisa entregar um capítulo por dia, e é possível saber como o público está reagindo a cada momento. Através dos aparelhos de medição minuto a minuto, quem escreve a novela observa o que acontece com sua obra no mesmo momento que o espectador a vê pela primeira vez, e pode orientar seu trabalho posterior com essa informação. Isso não acontece nem na literatura, nem no teatro, nem no cinema. Além disso, o resultado de uma novela decorre de um trabalho de equipe, são muitas pessoas envolvidas. Um livro é um trabalho completamente autoral, o resultado depende só do autor. É uma ligação muito profunda e íntima”, analisa ela, que em 2024 lança mais três obras.
Com a literatura fantástica, a Geração Z, dos nascidos a partir de 1995, encontrou um refúgio fora das telas dos celulares e do streaming. Segundo dados do Instituto de pesquisas Nielsen, o filão da fantasia young adult — os jovens entre 16 e 24 anos — registrou, em 2020, um crescimento de 61% no Brasil, com mais de 1,5 milhão de títulos vendidos. “A partir do momento em que uma criança descobre que, através de um livro, sua mente é capaz de criar imagens únicas, uma espécie de filme particular em sua cabeça, o prazer pela leitura se estabelece. Uma boa história é fundamental para captar a atenção do leitor e enriquecer a imaginação”, destaca Gisele.
E fala das inspirações para a obra: “Inicialmente, o livro seria sobre o universo dos vampiros sob o ponto de vista de uma menina de dez anos. Comecei a esboçar a trama quando, a certa altura, surgiu a idéia de escrever sobre um órfão de super-heróis que perde sua capa. Seriam dois livros diferentes, mas me dei conta de que essas premissas, juntas, formariam uma boa história, e fiquei muito motivada com o projeto”.
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