Fragilidade masculina e paternidade são temas de “3 Meses e 3 Dias”, com Ricardo Burgos e Marcéu Pierrotti nos palcos


“3 Meses em 3 Dias” retrata as jornadas de Caio (pai do garoto Abel) e Ivan (neurocirurgião que operou o menino), após uma tragédia que mudou suas vidas para sempre. Abordando questões sobre paternidade e a relação entre pai e filho, a peça provoca reflexões sobre a fragilidade da vida e as complexidades das relações humanas.

Um enredo que aborda temas profundos e delicados, questões importantes que também devem ser, cada vez mais, discutidos na sociedade contemporânea: a fragilidade masculina e a paternidade. No dia 3 de abril, estreia, no Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro, o espetáculo “3 Meses e 3 Dias”, com dramaturgia de Ricardo Burgos e direção de Marcéu Pierrotti.

O espetáculo é composto por dois monólogos, escritos e interpretados por Marcéu e Ricardo. Os autores se basearam em episódios reais para criar este novo trabalho, que retrata a jornada pessoal de cada um, porém sob a ótica de dois personagens ficcionais, Ivan (Marcéu) e Caio (Ricardo), que têm suas vidas transformadas por uma tragédia.

Eles contam que encontraram na auto ficção uma forma de rever suas crenças sobre masculinidade e explorar suas relações com seus pais e mães, bem como com a paternidade. Além disso, o espetáculo é uma homenagem a figuras envolvidas em fatos marcantes das vidas de ambos, como o neurocirurgião que salvou a vida de Ricardo aos 10 anos de idade, após um grave acidente, e o pai de Marcéu, falecido precocemente.

“Quando Ricardo me convidou para dirigi-lo em um monólogo sobre um acidente traumático ocorrido com ele na infância, que o levou a ficar três meses internado, percebi uma conexão de temas com minha relação com meu pai e sua morte repentina. Criamos, então, um texto com dois monólogos que se entrelaçam e se complementam”, explica Marcéu.

“A peça é uma forma de agradecer a pais e mães que se culpam constantemente por não serem melhores na criação de seus filhos e filhas. É importante ver homens em um lugar vulnerável, compartilhando suas emoções e seus medos. Ao mostrá-los nessa posição, o espetáculo desconstrói estereótipos de gênero”, diz Ricardo.

Montagem que traz Marcéu Pierotti no elenco aborda a masculinidade (Foto: Whangeuod)

Sobre os dois monólogos:

Ivan, um neurocirurgião experiente, relembra o dia em que fez de tudo para salvar um garoto de dez anos durante uma cirurgia de emergência. Enquanto questiona suas habilidades como cirurgião, por conta de seu insucesso, e a competência para ter um filho, ele também enfrenta o medo de não ter conhecido verdadeiramente seu pai, morto prematuramente.

Caio conta a história de seu filho Abel, que faleceu aos dez anos devido a um acidente doméstico. Ele relembra anedotas divertidas sobre Abel e expõe as dificuldades que precisou carregar ao lidar com esta perda e as consequências que isso teve em seu casamento com Danilo. Ele também questiona a sua capacidade como pai e o temor de esquecer do seu filho.

Espetáculo estará em cartaz, no Rio (Foto: Whangeuod)

 

3 Meses e 3 Dias”

Temporada: 03 de abril a 02 de maio (excepcionalmente, no dia 18 de abril não haverá apresentação)

Dias e horários: quartas e quintas-feiras, às 20h30

Duração: 90 minutos

Classificação: 12 anos

Local: Solar de Botafogo (Rua General Polidoro, 180, Botafogo)

Capacidade: 175 lugares

Ingressos: Inteira R$ 60,00 e meia-entrada R$ 30,00