Estreia 2º Ato “Anjo Negro” para lembrar os 40 anos da morte de Nelson Rodrigues


Com participação especial de Sura Berditchevsky e estruturada como uma tragédia grega ambientada no Rio de Janeiro, peça-série-metragem traz à tona o racismo estrutural que não poupa ninguém, colocando em cena o inconsciente com seus paradoxos, paixões e crimes

Encenada pela primeira vez em 1952, ‘Anjo Negro‘ foi escrita em 1948, tendo como tema central o racismo estrutural. Naquela época o negro era sub representado, sempre como figurante ou com tom de humor. Classificada como mítica na dramaturgia Rodrigueana, a montagem é uma versão brasileira do mito trágico de Medeia. A peça-série-metragem estreia seu 2o ato neste sábado (5), às 20h, na plataforma Zoom – com vendas pela Sympla.

Após cada apresentação haverá convidados, com a proposta de discutir e jogar luz sobre o racismo. “O espetáculo ‘Anjo Negro’ me recoloca junto a Nelson Rodrigues. Em plena pandemia da Covid-19 que abala e transforma o mundo, busca-se um novo meio, uma nova linguagem de nos comunicarmos uns com os outros, de nos aproximarmos e, resistentes, exercermos nosso ofício, nossa arte. Vivo este trabalho como um ato de resistência no Brasil atual que menospreza, deprecia e marginaliza o patrimônio artístico e intelectual. Um Brasil disseminado pelo preconceito, raivoso e intolerante”, destaca Sura Berditchevsky, que foi amiga de Nelson e faz uma participação especial na montagem. No elenco ainda, Deo Garcez, Joana Lima Silva, Lucas Gouvêa, Lucélia Pontes, Anna Paula Black, Damiana Inês, Francisco Salgado, Val Perré, Cíntia Moreira, Jessica Moreira, Kátia Apostólico e Rebecca Loise.

Sura Berditchevsky e o elenco de ‘Anjo Negro’ que vai estrear o segundo ato neste sábado (5) (Foto: Flavio Bockel)

A idealização e direção são de Antônio Quinet, psicanalista, psiquiatra, doutor em filosofia, dramaturgo e encenador. Quinet é professor universitário (UVA) e diretor da Cia Inconsciente em Cena. Tem vários livros publicados no Brasil e alguns traduzidos no exterior, além de autor de peças teatrais encenadas em diversas capitais do Brasil e algumas cidades do mundo.  A produção, realizada durante a quarentena, tem o formato híbrido que mescla teatro, série, cenas de cinema, além de intervenções ao vivo. Algumas cenas foram filmadas anteriormente, trazendo ineditismo e explorando o teatro experimental, com inserções e edições em tempo real.

Encenada pela primeira vez em 1952, ‘Anjo Negro’ foi escrita em 1948, tendo como tema central o racismo estrutural (Foto: Flavio Bockel)