O astro português Joaquim de Almeida, colega de José Wilker em “O Duelo”, lamenta morte do ator!


Tanto o ator quanto o diretor Marcos Jorge, companheiros do brasileiro em seu derradeiro filme, elogiam o talento do ator e lamentam seu desaparecimento precoce

*Por João Ker

Para o público que estava acostumado ver José Wilker na telinha e na telona, além das suas espirituosas críticas durante a cerimônia do Oscar, a notícia soa com o bônus de despedida. Pouco antes de falecer, neste sábado (5/4) em virtude de um infarto fulminante, o ator havia acabado de terminar as gravações do seu último longa-metragem, O Duelo”, baseado no livro “Os Velhos Marinheiros” de Jorge Amado. A equipe do filme acaba de liberar uma nota oficial lamentando o acontecido e aproveitando para divulgar algumas imagens da produção.

“Foi com imensa tristeza que recebi a noticia de que o José Wilker tinha nos deixado tão novo e com tanto ainda para dar. Nosso filme, ainda inacabado, conta com a sua maravilhosa participação e eu fazia planos de estar com ele na estreia de O Duelo”. Perdemos um dos grandes atores da língua portuguesa e sem dúvida o maior interprete das adaptações das obras de Jorge Amado. Perdi também um amigo. Apesar de só ter trabalhado com ele neste filme, me encontrei com ele várias vezes em Lisboa, Rio de Janeiro e Nova York. Um grande e saudoso beijo para você de seu amigo”, disse o ator português Joaquim de Almeida, que contracenou com Wilker no projeto e que é famoso por participações no circuito hollywoodiano, em películas como “A Balada do Pistoleiro” (Desperado, de Robert Rodriguez, Columbia Pictures, 1995), onde contracenou com Antonio Banderas e Salma Hayek.  

O diretor Marcos Jorge também mostrou a sua admiração pelo ator e o seu descontentamento com o ocorrido: “Quando José Wilker aceitou fazer Chico Pacheco neste filme, adaptação para o cinema do romance de Jorge Amado ‘O Capitão de Longo Curso’, devo confessar que fiquei preocupado. Como conseguiria dirigir esse ator de tão grandes personagens, de carreira tão rica e relevante, e de senso crítico tão agudo? Daria eu conta do recado? Wilker se encarregaria de tranquilizar-me: trabalhar com ele foi um dos maiores prazeres de minha vida profissional e dirigi-lo se revelou um grande privilégio. Dirigi-lo, aliás, não é bem a palavra adequada. Mais certo seria dizer ‘filmar com ele’. Wilker simplesmente enchia a tela com seu carisma e sua atuação apaixonada. E aquela voz, o que dizer dela? De fato, a última vez que o vi, poucos dias antes de sua morte, foi para dublar algumas falas do filme, afinando minúcias. O desaparecimento precoce e inesperado de José Wilker me deixou consternado, assim como todos os seus muitos amigos. De qualquer maneira, pode nos trazer algum consolo lembrar do óbvio: os grandes atores não morrem pois através de seus filmes vivem para sempre”.

Abaixo, imagens do longa, ainda sem data de estreia.

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Fotos:  Divulgação