Vai aí uma dica refrescante, daquelas que combinam perfeitamente com a atual sensação térmica de 50 graus: para aquecer os corações animados, a apenas 15 dias da maior festa popular do mundo, a Casa do Benin, em Salvador, inaugura a exposição “O Carnaval e a imagem da cidade”. A mostra, aberta nesta próxima terça-feira (11), apresenta imagens do Arquivo Histórico Municipal e expõe históricas fotografias da dionísica festa, que tanto se transformou com o passar dos anos.
Essa evolução é revelada através da passagem de emblemáticas imagens do Carnaval ao longo do tempo. A partir dos anos 1950, predominam os registros pictóricos que ev0cam os desfiles de carros alegóricos de entidades e clubes sociais da capiral soteropolitana que, com suas rainhas e princesas, já disputavam o título de melhor do ano. Mais tarde, já na década de 1960, a festa começa a se popularizar, com blocos tomando conta das ruas, sempre puxados por aquelas bandas em cima de caminhões que animavam a multidão. Daí em diante, é só ir seguindo o bem bolado roteiro da expo e decorando todas as informações, para se tornar aquele folião bem nutrido de cultura, animadíssimo, mas também super embasado na festança de Momo. A mostra corre de forma quase didática, como uma boa linha do tempo, e é bem fácil se entregar a ela, mesmo calibrado pelos excessos pré-carnavalescos .
Tudo está ali, bem documentadíssimo através da fotografia. No final da década de 1970, o famoso trio elétrico assume sua identidade atual e se torna a grande atração do carnaval baiano, com direito a toda aquela multidão saracoteante vindo atrás. A partir de meados da década de oitenta, é a Axé Music que vira a trilha sonora da folia para, já no decênio seguinte, os camarotes começarem a fazer parte do badalo. E mais: na exposição também estão retratados os afoxés, com sua riqueza cultural expressada no fluxo da história.
Essas e outras curiosidades servem de exata referência à efervescência cultural que é o carnaval de Salvador, praticamente patrimônio da humanidade. Portanto, é imperdível conferir tudo, caso esteja na capital baiana ou vá dar uma passadinha por lá nas próximas semanas. Afinal, nem só de badalação no camarote e de loucuras profanas embaixo do trio vivem os súditos do Rei Momo. Daí que dá até para fazer a linha “sou folião, mas não abro mão de cultura” e, já que a mostra permanece durante o feriadão, seja possível chamar os amigos para pegar leve um dia, acordando cedinho e fazendo esse programinha cult, só para encher a boca e contar tudinho para os alienados quando voltar.
A expo fica até o dia 7 de março, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, com entrada gratuita. A Casa do Benin é um espaço vinculado à Fundação Gregório de Mattos (FGM) e localiza-se na Rua Padre Agostinho Gomes, nº 17, em pleno buxixo do Pelourinho.
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