Documentário aborda a questão de lixo nas comunidades e traz relatos de 43 crianças negras


Uma exclusiva sessão virtual marcará o lançamento de “Matéria de Cinema”, média-metragem de Beatriz Ohana estreia trazendo relatos das crianças da comunidade Independência, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro

Uma exclusiva sessão virtual marcará, dia 14, o lançamento de “Matéria de Cinema”, primeiro documentário de Beatriz Ohana e sua produtora, a Engenhoca Filmes, que tem patrocínio do Estado do Rio de Janeiro através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Governo Federal através da Lei Aldir Blanc. O filme foi desenvolvido a partir dos bastidores do “Cine Pagu na Escola”, projeto lançado em 2019 pela cineasta e roteirista, abrangendo 43 crianças negras da comunidade Independência, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, tanto na cena, quanto na equipe técnica. O média-metragem mostra toda a trajetória do projeto, desde quando era um cineclube no Centro Educacional Comunidade São Jorge até a criação de uma formação audiovisual para os alunos. A experiência inédita culminou na realização do curta ficcional “A incrível aventura das sonhadoras crianças contra Lixeira Furada e Capitão Sujeira”, que teve o roteiro desenvolvido a partir da visão das crianças sobre o maior problema que detectaram no bairro: o lixo.

“O projeto se engajou no contexto social dos alunos, com o objetivo de entender suas dores e sonhos para, então, transformá-los em filme" (Divulgação)

“O projeto se engajou no contexto social dos alunos, com o objetivo de entender suas dores e sonhos para, então, transformá-los em filme” (Divulgação)

“O projeto se engajou no contexto social dos alunos, com o objetivo de entender suas dores e sonhos para, então, transformá-los em filme. Crianças de 08 a 14 anos que nunca haviam tido contato com o fazer cinematográficopassaram por toda a parte de formação audiovisual, trabalhando ainda questões sérias a respeito do lugar onde moram e a visão que possuem sobre aquele espaço”, relembra Beatriz que, até então, nunca havia desenvolvido um projeto para crianças. “Foi surpreendente. Elas passaram a pensar mais no cuidado com os espaços do bairro e com o planeta. Acredito que o processo de formação artística está diretamente ligado ao desenvolvimento do pensamento crítico e a formação cidadã”, destaca a cineasta, cuja ficção já ganhou quatro prêmios.

"Elas passaram a pensar mais no cuidado com os espaços do bairro e com o planeta. Acredito que o processo de formação artística está diretamente ligado ao desenvolvimento do pensamento crítico e a formação cidadã” (Divulgação)

“Elas passaram a pensar mais no cuidado com os espaços do bairro e com o planeta. Acredito que o processo de formação artística está diretamente ligado ao desenvolvimento do pensamento crítico e a formação cidadã” (Divulgação)

O lançamento do documentário terá transmissão simultânea pelo YouTube e pela página do Facebook do Cine Pagu e contará com a presença de uma intérprete de libras, tornando o conteúdo mais democrático e inclusivo. Paralelamente, Beatriz ainda inaugura a plataformacinepagu.com.br  onde será possível que professores e estudantes de todo o Brasil agendem sessões de ambos os filmes em suas próprias escolas. “O site terá também informações do projeto e dados dos filmes, como ficha técnica, fotos, trailers, curiosidades e extras. A ideia é que a história das crianças chegue a diversos lugares. Disponibilizar os filmes para outras realidades geográficas e escolares através de acesso remoto gratuito é um incentivo para que as próximas gerações também comecem a pensar na questão ambiental como algo grave e urgente”, salienta.

Comprometida com a região onde vive e desenvolveu o projeto, Beatriz ainda distribuirá kits por 62 escolas estratégicas da rede municipal de ensino de Petrópolis. Cada escola receberá um pen drive com o documentário e o curta completos, além de um material especial de apoio para realização de debates e atividades. “O cinema pode ser uma excelente ferramenta para oportunizar acesso a informações e conteúdos que normalmente não chegariam a determinados lugares, seja por questões geográficas, culturais ou econômicas. Nós, do Cine Pagu, sonhamos com uma realidade onde o cinema seja utilizado em cada escola e em cada bairro dos cantões desse país, onde o audiovisual comece um novo capítulo da nossa história. Uma história que incentiva formações e propicia o conhecimento do fazer artístico de forma democrática. E é exatamente sobre isso que o documentário irá falar”, finaliza.

SERVIÇO:

DATA14 de Fevereiro

HORÁRIO15h às 18h

LOCAL DE EXIBIÇÃO:

Facebook Cine Pagu: https://www.facebook.com/pagucine

YouTube Cine Pagu: https://www.youtube.com/channel/UCjUGdI825Xdmyw6izgCC_ag

Instagram: https://www.instagram.com/cine.pagu/

PROGRAMAÇÃO:

Exibição dos dois filmes seguida de conversa com as crianças, membros da equipe e nomes da área de cinema e educação.