O diretor carioca André Heller-Lopes vive uma fase de grande projeção internacional. Recentemente esteve no prestigiado Opera Awards, conhecido como o Oscar da ópera, em Munique, Alemanha. Logo após, seu próximo destino é Belo Horizonte, onde dirige a montagem de Nabucco, de Verdi, com estreia marcada para o dia 17 de outubro. Em novembro, ele volta ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro para encenar Rusalka, do compositor tcheco Antonín Dvořák, a partir do dia 14.
Rusalka, descrita por Heller-Lopes como uma versão dark de A Pequena Sereia, teve uma estreia arrebatadora na Espanha em março deste ano. Tanto que o sucesso o levará de volta ao país em 2026, consolidando uma ponte artística entre a ópera brasileira e o cenário internacional. “A internacionalização da ópera feita no Brasil me impulsiona”, afirma o diretor, que vê como essencial o intercâmbio cultural entre os palcos europeus e os brasileiros.
No Rio, Rusalka será interpretada pela soprano Ludmila Bauerfeldt. A obra explora a história de uma ninfa aquática que, ao se apaixonar por um príncipe humano, entrega sua voz para se transformar em mulher. Heller-Lopes sugere uma metáfora contemporânea sobre as transformações que fazemos para conquistar o amor. “Rusalka deseja se tornar mulher para ser amada. Quem nunca mudou o cabelo ou fez uma dieta por amor?”, questiona o diretor, que também lembra a importância de ser aceito como se é. Embora a trama lembre a famosa sereia de Hans Christian Andersen, Rusalka é uma ópera destinada ao público adulto, uma montagem rara no Brasil, diretamente trazida da Europa.
Já Nabucco, de Verdi, estreia em Belo Horizonte e trata de temas como a intolerância – mais relevantes do que nunca, segundo o diretor. A montagem já passou por várias cidades, incluindo Rio de Janeiro e Lisboa, e reforça a versatilidade de Heller-Lopes, que também é um dos diretores do Fórum Brasileiro de Ópera, Dança e Música de Concerto.
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