O que seu filho, irmão, sobrinho ou o que você mesmo levava na merendeira para a escola? Biscoito recheado, sanduíche, chocolate, refrigerante? Não é de hoje que uma bem-vinda patrulha saudável baixou sobre o que as crianças levam – incentivadas quase sempre pelos pais que preparam – para comer fora de casa.
Flor Gil, de seis anos de idade, filha de Bela Gil e neta de Gilberto, vai na contramão da maioria. Incentivada pela mãe, a pequena leva alimentos leves, saudáveis e orgânicos para a escola. Dia desses, Bela Gil postou em sua conta no Instagram a lancheira da filha. Tinha granola caseira, banana da terra, batata doce e água.
O cardápio é uma extensão do estilo de vida que Bela leva, e inclusive compartilha em seu programa semanal no canal GNT, o “Bela Cozinha”. Para ela, alimento bom é aquele “na sua forma mais natural possível, sem aditivos químicos ou ultra-processados”. Mas parece que seu modo de encarar a cozinha não agradou muito a turma da internet.
Depois que a foto com o lanche de Flor Gil foi postada, uma série de internautas começaram a fazer piada, com um toque de mágica viralizaram memes e, claro, não deixaram suas críticas de fora. Depois do tititi, a apresentadora resolveu quebrar o silêncio e respondeu à altura por meio de seu blog.
“Fiz a granola em casa e a casca da banana virou adubo pra nossa pequena horta caseira. Porém, se tivesse colocado uma caixinha de achocolatado, um pacotinho de bolacha água e sal e uma barrinha de cereal industrializada, seriam mais 3 embalagens jogadas no lixo que levariam milhares de anos para desintegrar”, começou a se justificar.
Bela foi além, e defendeu que outros pais sigam seu modus operandi e deixou claro que a filha gosta de comer tudo aquilo. “Se os pais não forem conscientes e responsáveis pela alimentação dos filhos, incentivando o consumo de vegetais, frutas, legumes e cereais, eles crescem com o paladar já viciado em produtos industrializados, altamente açucarados e engordurados (com açúcar e gordura de péssima qualidade) que podem afetar sua saúde física e mental”, disse.
Afirmando que “os valores estão invertidos na nossa sociedade”, Bela colocou os pingos nos i’s e nos provou por a+b que, realmente é melhor abrir o olho, já que, se queremos adultos saudáveis, é melhor começar a seguir as receitinhas dela. Ponto!
Leia abaixo a íntegra a resposta de Bela Gil:
“Fico contente em ver muitas pessoas apoiando uma alimentação saudável e consciente. Ao mesmo tempo entendo algumas pessoas criticarem a marmita da minha filha, pois acredito que elas não enxergam a alimentação como uma ferramenta política, econômica, social, ambiental e de saúde. Eu acredito que podemos mudar o mundo através da alimentação e são esses valores que quero passar para a minha filha no dia a dia. Tem gente que escolhe a música, tem gente que prefere a politica, outros preferem o esporte, a pintura ou os livros para lutar por um mundo melhor. No meu caso, escolhi a comida!!!
Coloco banana da terra e batata doce na lancheira da minha filha primeiramente porque ela GOSTA. Os outros motivos são diversos, porém complementares.
* Com a batata-doce e a banana da terra consigo mostrar pra ela o verdadeiro sabor da nossa terra, pra ela se lembrar que o sabor da infância era um sabor natural do Brasil e não de alguma formula artificial fabricada em laboratório.
* Me importo com a saúde da minha filha e por isso presto atenção na alimentação dela. Não considero biscoito recheado, salgadinho de pacotinho, e achocolatados como alimentos e sim produtos maquiados de alimentos que iludem tanto os pais quanto as crianças com seus poderes viciantes. Não quero deixar a minha filha dependente de uma indústria, quero educá-la para ser independente, poder preparar o próprio alimento e escolher o que quiser para comer no jantar.
* Nenhum lixo foi produzido com a merenda da Flor, fiz a granola em casa e a casca da banana virou adubo pra nossa pequena horta caseira. Porém, se tivesse colocado uma caixinha de achocolatado, um pacotinho de bolacha agua e sal e uma barrinha de cereal industrializada, seriam mais 3 embalagens jogadas no lixo que levariam milhares de anos para desintegrar.
Me lembro que quando eu era pequena o lanche servido na minha escola era pão com manteiga, biscoito recheado, sucos e café com leite. Já mais velha, tínhamos que comprar nosso próprio lanche na cantina que oferecia refrigerantes, salgadinhos, sanduiches, sorvetes, balas e chocolates. Com essa oferta, a criança cresce com uma má referência e influência na alimentação através da escola. Se os pais não forem conscientes e responsáveis pela alimentação dos filhos, incentivando o consumo de vegetais, frutas, legumes e cereais, eles crescem com o paladar já viciado em produtos industrializados, altamente açucarados e engordurados (com açúcar e gordura de péssima qualidade) que podem afetar sua saúde física e mental. Enquanto muitas cantinas forem grandes influências para uma alimentação de baixa qualidade, a saída é mandar a merenda das crianças de casa. E vale lembrar que a merenda escolar não é sinônimo de besteira, não é uma festa de aniversário ou uma ocasião especial, é o lanche que o seu filho come 5 vezes por semana, é a construção de um hábito. Então biscoitos recheados, salgadinhos, bolo industrializado e refrigerante não devem fazer parte de um lanche escolar.
Os valores estão invertidos na nossa sociedade. Muitas pessoas acreditam que saúde é sinônimo de mais hospitais, quando o ideal seria acreditar na promoção de uma alimentação e estilo de vida saudável para que não precisássemos de mais hospitais. Educação não é só falar por favor e obrigada e sim saber fazer escolhas que afetem o mínimo possível aos outros e ao meio-ambiente. Então, quando a sociedade enxergar a alimentação saudável como um investimento e garantia de qualidade de vida, quando cozinharmos pensando e respeitando a saúde do corpo, da terra e dos produtores, aí sim conseguiremos construir um futuro melhor.”
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