Um tuíte de Danilo Gentili de 2012 colocou o apresentador e humorista no centro da discussão sobre a cultura do estupro. À época, o assunto em questão era a expulsão do ex-BBB Daniel do reality show, acusado de ter estuprado Monique, depois de que ela, bêbada, ficou desacordada enquanto ele mantinha relações sexuais com a companheira de jogo. O que Danilo disse? “O cara esperou uma gostosa ficar bêbada para transar com ela. Todos sabemos o nome que se dá para um cara desses: gênio”.
A frase de péssimo gosto foi recuperada por internautas agora que a discussão em torno do estupro de mulheres se faz mais do que essencial, depois do caso da adolescente carioca que foi vítima de relações sexuais forçadas com mais de 30 homens. Por conta disso, e da reação que tal afirmação causa, Danilo apagou o tal tuíte e se explicou em um texto na sua página no Facebook depois que o jornalista José Trajano abriu o programa “Linha de Passe”, na ESPN Brasil, na última sexta-feira, criticando a emissora por ter convidado Danilo para uma outra atração. “O canal abrigou esta semana um personagem engraçadinho, que se porta como um sujeito que faz apologia do estupro. Em nome do humor, dizendo que no humor cabe tudo. Esse grupo ficou enojado com a presença dele”, disse.
Danilo começou seu texto-resposta com o título “A máquina de roer reputações a todo vapor” e se defendeu com um longo post em que diz ser alvo de “patrulha ideológica petista”. “Eu, como qualquer pessoa normal, lamento muito o que houve com a moça no Rio de Janeiro. Ninguém deve ser vítima de qualquer tipo de violência. Ontem, retiraram de contexto um post meu de 2012, em que eu ironizava mais uma das estúpidas polêmicas do Big Brother, e o publicaram como se fosse um comentário a favor do estupro da menina do Rio de Janeiro, ocorrido nesta semana, em 2016, portanto. Conseguiram o que queriam: a ira e o repúdio de muita gente contra mim. Amanhã, certamente compartilharão algo ainda pior a meu respeito. Nos próximos dias, idem. Eu sei que isso ocorrerá, porque assim tem sido desde que preferi não ceder às pressões de moldar o meu pensamento ao exigido pela patrulha da hegemonia ideológica que pensa reinar por aqui. É assim que funciona a máquina de moer reputações. E você, que está lendo isto agora, paga por ela”.
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