Christina Aguilera já falou diversas vezes sobre como colhe até os dias de hoje o fruto de seu trabalho tendo passado por problemas sérios na infância. Ela, que presenciou e sofreu abusos do próprio pai, Fausto Aguilera Xavier, compôs diversas canções sobre sua experiência e, agora, aos 34 anos, empresta sua voz para o programa HopeLine, da Verizon, que apoia a prevenção da violência doméstica e a consciência. Nessa semana, a cantora esteve no evento da campanha, em Los Angeles, e confessou que participar do movimento é muito importante para ela. “Esse assunto me atinge fortemente. Eu testemunhei isso de perto e sempre fui bastante aberta sobre as minhas próprias experiências, mesmo através das músicas”, disse.
A estrela realmente abriu seu coração em 2002, quando compôs a música “I’m OK”, de seu segundo ábum, Stripped. Na letra, Christina descreveu o que sofreu em versos como “It hurt me to see the pain across my mother’s face / Every time my father’s fist would put her in her place / Hearing all the yelling, I would cry in my room, hoping it would be over soon / Bruises fade, father, but the pain remains the same / And I still remember how you kept me so afraid” (Me machucou ver a dor no rosto de minha mãe / Toda vez o punho do meu pai vinha colocá-la em seu devido lugar / Ouvindo toda a gritaria, eu chorava no meu quarto, esperando que aquilo acabasse logo /As feridas cicatrizaram, pai, mas a dor continua a mesma / E eu ainda me lembro como você me mantinha com tanto medo).
Ainda no evento, Christina declarou que acha fundamental falar sobre isso para ajudar outras pessoas que sofrem com o mesmo problema. “É um assunto que quase ninguém aborda, porque ele deixa as pessoas desconfortáveis, mas não há vergonha nisso. Para mim é importante contar a minha verdade e ajudar os outros a encontrar sua própria esperança em uma situação desesperadora”, disse.
Mãe de dois filhos, a cantora acha fundamental abordar a questão da violência doméstic. “Quando eu tomei a decisão de ser mãe, eu sabia que faria meu melhor para que eles vivessem em um ambiente emocionalmente seguro, porque foi algo que eu não tive”, declarou, emendando que conversa com os filhos sobre tudo. “Eu realmente acredito que é bom ser honesto com as crianças. Lógico que há momentos, lugares e maneiras de falar as coisas para os dois”, afirmou.
Christina acredita que foi a música que a libertou. “Foi a minha saída e também uma terapia. Eu preferia que ela tivesse um sentido alegre para mim em vez de precisar de canções como uma fuga, mas foi, definitivamente, a minha forma de libertação”, analisou.
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