Em tempos de crise econômica, não é fácil lançar coleção através de desfile, nem por uma semana de moda de pé. Fashionistas suam a camisa para se manter ativos no mercado, enquanto o governo brasileiro não colabora. Por isso, HT engata no sucesso do filme “Noé” (Noah, Paramount Pictures, 2014) – a mega produção dirigida por Darren Aronofsky que já registra público de mais de 1,3 milhão no primeiro fim de semana , se consolidando como a maior bilheteria do ano no país. E essa inspiração rende a enquete: caso a Baía de Guanabara se revolte e o Rio corra o risco de naufragar, quem os profissionais do setor salvariam na sua arca fashion? E qual político não salvariam e deixariam afundar no lodo, já que eles não dão a menor bola para este milagre divínico que é a economia da moda? Afinal, tem gente que é o bicho, de tão competente no mercado!
E, como os barbudos estão com tudo, nada como começar com o jornalista Lula Rodrigues. Dono da luminosa barba off-white (mais para Santa Claus do que Noé) e porta-voz do fashion soul masculino, ele elege logo a papisa da moda Costanza Pascolato. O outro candidato a dono da barba mais audaciosa desse mundinho, o fotógrafo Sergio Caddah, é outro que considera a Sra. Pascolato digna de receber as chaves de um triplex dentro da própria arca, além do próprio amigo de barba Lula Rodrigues, provando que o mundo anda em círculos. “Costanza porque é unanimidade, e Lula porque fala da moda masculina”, diz.
Veja só, barbudos se protegem! O mesmo, ao saber que foi eleito por Caddah, Lula afirma que também o puxaria para sua arca fashion. Assim, a nova civilização precisará fatalmente de um apoio de empresa de aparelhos de barbear em algum momento de seu desenvolvimento.
Quem discorre sobre a nova civilização salva por Noé é top booker Serginho Mattos. Este colocaria todos os seus modelos para provocar um embelezamento genético. “Fazendo isso eu povoaria o mundo só com gente linda”, brinca em clima de eugenia, contando que não salvaria um político sequer, deixaria todos eles descendo água abaixo, tipo tronco de jacarandá que viaja pelo rio após ser derrubado por madeireira clandestina. Raica Oliveira, que desfilou para Lenny Niemeyer na noite passada, abraça Serginho e diz que concorda, provavelmente querendo fazer parte desse badalo anti-dilúvio flutuante.
Já o jornalista Jorge Wakabara faz o boa gente e diz que não deixaria ninguém no mar: “Sou contra a pena de morte”, diverte-se e dá uma lista enorme de pessoas queridas para salvar, como os estilistas Helen Rödel e Weider Silveiro.
Na mesma ótica de embelezar a nova civilização, o estilista Victor Dzenk escolhe o modelo-velocista Felipe Martins e explica o porquê: “Ele é um deus grego vindo diretamente do Minas Tênis Clube!”. Mas, no contraponto, o mineiro prefere escolher os BBBs de plantão a qualquer político corrupto para largar no redemoinho marítimo.
E os modelos, o que elas querem afinal? Quem elegem para entrar na sua arca babadeira? Acabando de arrasar no desfile da Lenny, a top Flavia Lucini decreta logo o produtor de casting Bill McIntire para sobreviver ao cataclisma: “Não tem para ninguém, Bill é o cara!”, destaca, acreditando que o cara ainda ia poder fazer uma seleção de animais mais bonitos para repovoar do planeta. Hum, quais?
Já a atriz e ex-modelo Letícia Birkheuer faz uma escolha super válida. “Lenny Niemeyer, ela sempre acerta em tudo. O que ela faz é incrível, como este show que estava lindo, agora. E deixaria todos esses políticos cariocas que são corruptos lá no mar, porque eles não são flor que se cheire, diferente dos hibiscos que vi no desfile da minha amiga”, conta a gatíssima, amiga há mais de 20 anos da estilista.
Lenny certamente não precisa se preocupar com um sítio seguro na arca dos fashionistas, a estilista deixou todo mundo de queixo caído com suas criações e, como era de se esperar, fechou com chave de ouro o último desfile da temporada. Outro que a salvaria de um afogamento é o produtor executivo Claudio Gomes. “Tudo dela é sempre especial. Ela nunca erra, como pode? É sempre incrível”, diz emocionado com o desfile e conta que deixaria todos os homofóbicos em um mar de sofrimento.
Por falar em homofobia na política, Marco Feliciano foi um dos principais apontados para jamais fazer parte dessa nova civilização. É o caso da blogueira Érica Bourgueignon, que diz que ele é uma referência daquilo que está errado e é arbitrário na política. Por outro lado, ela é mais uma que elege a soberana Costanza Pascolato para salvar na sua arca, explicando: “Ela é unanimidade, foi um dos pontos de partida da moda que vemos hoje, então poderá conduzir a nova era da moda para a nova civilização”, ilustra.
Por fim, HT conversa com aquele personagem que melhor se encaixa na pele de Noé, a barba mais opulenta da moda: o fotógrafo e diretor criativo Zee Nunes, que dá um depoimento bem esperto. “Salvaria correndo a minha equipe, claro! Depois algumas pessoas queridas como o Pedro Sales (stylist), Daniel Ueda (stylist), o Bill McIntire… tanta gente boa. Mas deixaria lá a pior política de todas: Dilma Rousseff.
Bom, pelos contemplados da rapaziada, HT acredita que o novo mundo vai ter leão de saia midi e girafa de maxi colar…
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