“BABENCO – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou”, de Bárbara Paz, é o indicado do Brasil ao Oscar


Filme de Bárbara Paz sobre o companheiro Hector Babenco é escolhido para representar o Brasil na disputa do Oscar 2021. É a primeira vez que um documentário é escolhido para representar o país. Filme chega aos cinemas na próxima quinta-feira (26)

O longa-metragem “BABENCO – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou”, de Bárbara Paz, é o indicado do Brasil ao Oscar 2021. É a primeira vez que um documentário é escolhido para representar o país na premiação. Traça um paralelo entre a arte e a doença do diretor Hector Babenco (1946-2016). O filme revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e a fragilidade física que marcou sua vida. O filme chega aos cinemas do Brasil na próxima quinta-feira, 26 de novembro.

“É uma maravilha isso, é o primeiro documentário a ser escolhido pelo Brasil a competir. É uma surpresa maravilhosa, o Hector merecia muito isso. Eu acho que o amor venceu”, comenta Bárbara, que falou ao site: “Estou muito feliz. é um momento histórico. O Hector deve estar sorrindo lá em cima. Acho que levar o Babenco de volta para a academia, o Brasil de volta para o lugar onde o Hector levou, é incrível. ele levou o cinema brasileiro para o mundo. Só agradeço à Academia, aos votantes que escolheram o filme. É um filme de amor ao cinema. intimista e forte, porque fala de questões do ser humano. Acho que todo mundo vai se identificar quando assistir. Vamos torcer pelo Brasil no Oscar!”, convoca.

“É uma maravilha isso, é o primeiro documentário a ser escolhido pelo Brasil a competir. É uma surpresa maravilhosa, o Hector merecia muito isso. Eu acho que o amor venceu” (Foto: Bobo Wolfenson)

“Recebemos com enorme alegria a escolha do filme para representar o Brasil na corrida pelo Oscar. Ao mesmo tempo que é uma enorme alegria, é uma enorme responsabilidade. É uma disputa com os melhores 80, 90 filmes do ano… Faremos essa campanha com muita dedicação e orgulho. Temos um filme lindo e muito especial nas mãos”, afirma o coprodutor Fabiano Gullane.

O filme já foi selecionado para mais de 20 festivais internacionais e estreou mundialmente no Festival de Veneza de 2019, recebendo o prêmio de Melhor Documentário na Mostra Venice Classics e o prêmio Bisato D’Oro 2019 (Prêmio Paralelo ao 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza dado pela crítica Independente). No início do ano o filme conquistou o prêmio de Melhor Documentário no Festival internacional de Cinema de Mumbai, na Índia. O documentário também já foi selecionado para o festival do Cairo, Festival de Havana, Festival de Mar del Plata, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival do Rio, Mostra de Tiradentes, Festival de Aruanda, FIDBA (Festival Internacional de Cinema Documental), na Argentina,Baltic Sea Docs, na Letônia e para o Mill Valley Film Festival, nos Estados Unidos.

Hector Babenco e Bárbara Paz. A atriz e cineasta vibra com sua produção sobre o companheiro, morto em 2016, representando o Brasil no Oscar 2021 (Reprodução)

Mas o que é o filme?

“Eu já vivi minha morte, agora só falta fazer um filme sobre ela” – disse o cineasta Hector Babenco à Bárbara Paz, ao perceber que não lhe restava muito tempo de vida. Ela aceitou a missão e realizou o último desejo do companheiro: ser protagonista de sua própria morte.  Nesta imersão amorosa na vida do cineasta, ele se desnuda, consciente, em situações íntimas e dolorosas. Revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e fragilidade física que marcou sua vida.  Do primeiro câncer, aos 38 até a morte, aos 70 anos, Babenco fez do cinema remédio e alimento para continuar vivendo.’ Tell me when I die’ é o primeiro filme de Bárbara Paz mas, também, de certa forma, a última obra de Hector – um filme sobre filmar para não morrer jamais.