Atriz Maria Gal e Favela Sem Corona se unem para realização de testes de Covid-19 na Rocinha, maior comunidade da América do Sul


Atriz Maria Gal, projeto Favela Sem Corona e diversas empresas se unem para realizar exames gratuitos de Covid-19 em comunidades do Rio

A atriz, apresentadora e colunista Maria Gal arregaçou as mangas para fazer a diferença durante a pandemia do Coronavírus. Convidada a ser embaixadora do Favela Sem Corona, iniciativa que nasceu no início da quarentena para diminuir o impacto da doença nas comunidades cariocas, Gal correu atrás de apoio financeiro e fechou parceria com o Laboratório Hilab para realizar exames gratuitos para diagnóstico da Covid-19 nos moradores da favela da Rocinha. A ação acontece até 10 de outubro e deve contemplar, aproximadamente, 300 pessoas. Uma equipe de entrevistadores treinados vai fazer a triagem e o agendamento para evitar aglomeração.

“Chegamos, em setembro, à terrível marca de 1 milhão de mortos no mundo e a 150 mil mortos só no Brasil. Nas comunidades do Rio de Janeiro, 67% dos moradores são pretos. Pensar que os moradores das comunidades do Rio de Janeiro estão entregues à própria sorte, com pouca contribuição do poder público, me fez entender que, enquanto uma mulher preta privilegiada, eu precisava fazer algo para além de usar a minha imagem, e contribuir para que pessoas desfavorecidas economicamente pudessem fazer o teste de forma gratuita, me pareceu uma ação necessária e urgente”, conta Gal.

“Pensar que os moradores das comunidades do Rio de Janeiro estão entregues à própria sorte, com pouca contribuição do poder público, me fez entender que, enquanto uma mulher preta privilegiada, eu precisava fazer algo” (Divulgação)

“Lembro que, quando me contactaram, relataram uma história de uma senhora da Rocinha que fez o teste pela manhã e à noite faleceu. Pensei que, se ela soubesse que estava com coronavírus  antes, a possibilidade dela se tratar seria muito maior. Foi quando fiz contato, pessoalmente, com algumas empresas pedindo apoio e, dentre elas, o Hilab que eu já acompanhava o trabalho. Afinal de contas, estamos passando por um momento extremamente delicado, e é preciso que nós, da sociedade civil, possamos de alguma forma, contribuir principalmente em projetos que visam ajudar os mais vulneráveis. Estamos todos no mesmo mar revolto, mas não no mesmo barco. Isso é cidadania”, completa.

Idealizador do Favela Sem Corona, Pedro Berto reforça a necessidade de ampliar o alcance da testagem. “Através das nossas redes sociais, utilizamos linguagem informal, simples e objetiva, para mantermos os moradores das favelas informados sobre os cuidados que devem ser tomados em relação ao coronavírus. As doações financeiras que recebemos também são utilizadas para compra de sabonetes, álcool em gel e máscaras, que entregamos a entidades e organizações que trabalham nas comunidades”, explica.