Arte para todos: exposição gratuita no Paço Imperial lança luz em recorte inédito de modernismo carioca


A Exposição ‘A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na coleção Banerj’, reúne mais de 127 obras, de diversos artistas, produzidas entre os séculos XIX e XX. Os trabalhos destacam a arte modernista específica da cena da cidade

Viva a cultura e a história de um país! Preservar é preciso! Mas exibir ao público também, não é mesmo? E se um acervo de arte pudesse falar, o que diria? É isso que a a exposição A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na coleção Banerj pretende fazer, através dos trabalhos de Djanira, Caribé, Marcier, Cícero Dias, entre outros artistas. As festas de rua, o samba, o candomblé, bem como o Corcovado e o Pão de Açúcar, tornam-se ícones do imaginário da cidade e do povo brasileiro. Do Rio boêmio e folclórico, de Di Cavalcanti, ao Rio oblíquo, de Goeldi, a cidade domina a coleção, que exalta a cultura carioca. Dividida em oito módulos expositivos, a mostra pode ser vista no Paço Imperial, até março de 2022. A curadoria é de Marcus de Lontra Costa e Viviane Matesco. Tudo nosso e acessível, para ver e rever. Imperdível! E gratuito!

A pintura Ciranda, de Djanira, em óleo sobre tela que estará exposta (Foto: Rogério von Krüger/Divulgação)

A pintura Ciranda, de Djanira, em óleo sobre tela que estará exposta (Foto: Rogério von Krüger/Divulgação)

Quando pensamos em arte moderna, incluindo a Semana de 1922, é a conjuntura artística paulista que domina o pensamento e o discurso. No entanto, a cidade do Rio de Janeiro tem um desenvolvimento moderno anterior a 1922 e uma especificidade artística que necessita ser reconhecida. Diferente da aristocracia e do nacionalismo ligado à conjuntura paulista, o modernismo carioca acentua o caráter popular e a beleza natural da cidade, expressa nos grandes painéis e em outras inúmeras obras que retratam o Rio. As diferentes maneiras de conceber a paisagem revelam-se como marca da coleção: a luminosidade dos trabalhos de Eliseu Visconti contrasta com as tensas pinceladas de Anita Malfatti, a cidade anônima e silenciosa de Oswald Goeldi se opõe à exuberância das cenas urbanas de Di Cavalcanti, a paisagem imaginária de Cícero Dias distancia-se da racionalidade de Aldo Bonadei.

Hector Carybé e sua Embarcações com Índios(1965), que também poderá ser vista na mostra (Foto: Rogério von Krüger/Divulgação)

Hector Carybé e sua Embarcações com Índios(1965), que também poderá ser vista na mostra (Foto: Rogério von Krüger/Divulgação)

Fazer um ‘acervo falar’ significa torná-lo disponível e acessível para as diversas camadas da população. José Roberto Gifford, presidente da FUNARJ, sintetiza a importância deste momento para o Estado do Rio de Janeiro. “Com esta exposição, comemoramos a oficialização de sua condição de coleção pública e, ao mesmo tempo, contribuímos para a retomada cultural do Rio de Janeiro e antecipamos as celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna. Acima de todos os motivos, queremos viabilizar o acesso e a fruição das obras de arte aos cidadãos brasileiros, especialmente aos fluminenses. E assim, podemos afirmar mais uma vez, a Coleção Banerj é nossa!”.

A pintura Gente da Ilha de Di Cavalcanti sendo apreciada na exposição ((Foto: Rogério von Krüger/Divulgação)

A pintura Gente da Ilha de Di Cavalcanti sendo apreciada na exposição ((Foto: Rogério von Krüger/Divulgação)

 

SERVIÇO

A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na coleção Banerj

Paço Imperial – Praça XV de Novembro, 48. Centro

Até 20 de março de 2022

Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h.

Realização: FUNARJ, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Apoio e Parceria: Amigos do Paço, Museu do Paço Imperial, IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.