Os 57 anos de idade que Sharon Stone carrega nas costas não a impediram de aceitar o convite da versão americana da “Harper’s Bazaar” para posar nua para a edição de setembro. A atriz e modelo foi clicada pelo fotógrafo Mark Abrahms usando apenas salto alto e joias e falou sobre beleza, sensualidade e claro, idade. Como não poderia de ser diferente, deu uma aula de auto estima. “Se eu acreditasse que ser sexy fosse ser quem eu era quando fiz ‘Instinto Selvagem’ [longa da década de 90], então todos nós teríamos um dia difícil hoje”, ironizou a estrela à publicação.
Modesta, Sharon ainda revelou que não se sente na melhor forma física, mas acredita que a beleza é algo que vem de dentro. Pura filosofia de vida. “Estou consciente de que meu bumbum parece um saco de panquecas, mas não estou tentando ser a mais bela do mundo. Chega um momento em que você começa a se perguntar: ‘O que de fato é ser sexy?’. Não é só a elevação dos seus seios. É se divertir e gostar da pessoa que você mesma é”, disse convicta.
Ah, e não são apenas as curvas da musa dos anos 80 e 90 que continuam fazendo sucesso. As fotografias em P&B do ensaio também destacaram a aparência jovial de Sharon, que atribui a ausência de marcas de expressão aos tratamentos que fez após o derrame que sofreu em 2011 – e que desfigurou parte de seu rosto. “É muito comum para as pessoas fazerem preenchimento, é quase como um tratamento de beleza”, se defendeu. E afinal de contas, se a diva está com tudo e não está prosa, qual o motivo da solteirice? Ela até está pronta para um novo amor, mas admitiu que encontra dificuldade na hora da paquera. “É tão estúpido. Eu não sei o que fazer. Estou mais descarada em flertar, mas não acho que os homens percebam que estou flertando. Eles simplesmente pensam, ah, ela é engraçada”, confessou cheia de prosa.
O ensaio fez HT lembrar do que sempre batemos na tecla aqui: a indústria da moda – com seus respectivos editoriais – vêm mostrando que não é só das ninfetinhas que o mercado gosta. E as provas são muitas. Madonna, por exemplo, estrelou a última campanha da Versace aos 56 anos. Outra foi Cher, aos 69 anos, escolhida como a musa da nova temporada de Marc Jacobs. E não é só: a própria Givenchy, depois de ter usado Julia Roberts, aos 47 anos, para as peças de publicidade da marca, escolheu para a próxima temporada a ‘colega’ de profissão, Donatella Versace, do alto de seus 60. Sharon só engrossa essa lista de pompa e circunstância.
O motivo desse movimento na cena fashion? Foi a maneira da indústria de contornar o hype em torno de novas modelos e fresh faces, e destacar a importância de artistas já consolidadas em suas carreiras. E essa virada do jogo tem seus motivos econômicos por trás. Explicamos: Em 2010, os consumidores acima de 50 anos gastaram mais de U$8 trilhões em todo o mundo, com um poder de compra anual entre R$2,1 bilhões e R$2,4 bilhões apenas no Brasil, de acordo com pesquisa divulgada pela InfoMoney. A publicação também mostra que, apesar desse poder de consumo, 42% dos entrevistados na terceira idade não encontram roupas adequadas ao seu estilo. E, também por isso, a resposta para atrair esse público esteja justamente no uso de figuras conhecidas por eles. Bingo!
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