‘A Febre’, de Maya Da-Rin, ganha o prêmio de Melhor Filme no Festival de Biarritz, na França


Estreado em agosto no Festival de Locarno, na Suíça, onde recebeu três prêmios, o filme já tem sua seleção confirmada em mais de 25 festivais internacionais

“A Febre”, de Maya Da-Rin, conquistou o prêmio “Abraço de Melhor Filme”, o principal do Festival de Biarritz. O ator Regis Myrupu esteve presente para receber o prêmio. O filme já foi selecionado para mais de 25 festivais internacionais. As próximas exibições serão nos Festivais de Pingyao (China) e Chicago (EUA). O longa estreou mundialmente no Festival de Locarno conquistando três prêmios (Pardo de Melhor Ator, para Regis Myrupu, prêmio da crítica internacional FIPRESCI e o prêmio “Environment is Quality of Life”). A produção é da Tamanduá Vermelho e Enquadramento Produções, em coprodução com Still Moving (França) e Komplizen Film (Alemanha). No Brasil o filme será distribuído pela Vitrine Filmes. A Still Moving é responsável pelas vendas internacionais.

“A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, ganhou o Prêmio do Júri e o Prêmio do Sindicato Francês da Crítica de Cinema. “O Mistério da Carne”, de Rafaela Camelo, ficou com o Prêmio de Melhor Curta-Metragem.

 “Esse prêmio é muito especial para nós, por vir de um festival dedicado ao cinema latino-americano. Queria agradecer especialmente a meus colegas diretores latinos que participaram do festival com seus filmes, ao júri e ao festival de Biarritz. “A Febre” foi realizado por muitas mãos, graças ao esforço e dedicação de trabalhadores da cultura que se empenharam muito para que ele se tornasse realidade. Esse prêmio é deles. E gostaria de dedicá-lo também aos diversos povos que vivem no território que convencionamos chamar de Brasil e que continuam a lutar para que esse país seja um lugar mais acolhedor e respeitoso com todos os seres que nele vivem”, comemora a diretora Maya Da-Rin.

 A trama narra a história de Justino, um indígena do povo Desana que trabalha como vigilante em um porto de cargas e vive na periferia de Manaus. Desde a morte da sua esposa, sua principal companhia é a filha Vanessa, que está de partida para estudar Medicina em Brasília. Como o passar dos dias, Justino é tomado por uma febre forte. Durante a noite, uma criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter acordado no trabalho. Porém, sua rotina do porto é transformada com a chegada de um novo vigia. Nesse meio tempo, seu irmão vem de visita e Justino relembra a vida na aldeia, de onde partiu há mais de vinte anos.

Com o passar dos dias, Justino é tomado por uma febre forte. Durante a noite, uma criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter acordado no trabalho. A rotina tediosa do porto é quebrada pela chegada de um novo vigia. Enquanto isso, a visita de seu irmão faz Justino rememorar a vida na aldeia, de onde partiu vinte anos atrás. Entre a opressão da cidade e a distância de sua aldeia na floresta, Justino já não pode suportar uma existência sem lugar.