No ano em que completa 18 anos, o Festival Internacional de Cinema Infantil comemora a data com programação de filmes gratuita, em sua primeira versão integralmente digital. De 9 de outubro a 2 de novembro, o FICI Online apresenta mais de 100 títulos, entre curtas, médias e longas-metragem, séries televisivas e conteúdos diversos, divididos por 15 salas, de acordo com temas e faixa etária. O festival lança também uma plataforma permanente de streaming para exibição de vídeos de internet escolhidos através da curadoria do FICI, além de espetáculos de teatro, dança, música, clipes, oficinas, jogos e aulas. O Fórum Pensar a Infância, painel de debates que há 11 anos reúne expoentes do audiovisual para discutir os rumos da produção, narrativas e linguagem infanto-juvenil, apresenta dez palestras e dedica parte de sua programação a neurocientistas para falar sobre o desenvolvimento cerebral na primeira infância.
Através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o 18º Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI) tem patrocínio da Cinemark, conta com o apoio do Telecine e da Mistika Post, coprodução da Esmeralda Produções e realização da Copacabana Filmes e Produções, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal. “Era preciso adaptar o festival à realidade da pandemia, mas, a partir dessa necessidade, surgiu a ideia de aproveitar a quebra das fronteiras que o meio digital proporciona para ampliar seu escopo e dar espaço a outras expressões artísticas, como também estender esses conteúdos além do período do festival. Assim, pensamos em criar uma plataforma de streaming permanente e mais abrangente, ancorada na Copacabana Filmes”, explica Carla Camurati, cocriadora e diretora do FICI, ao lado de Carla Esmeralda. “Mesmo com a grande itinerância das edições passadas, percorrendo diversas capitais de norte a sul do país, poderemos chegar com esta edição online a cidades que nunca receberam o festival. Se em 17 anos acumulamos um público de 1,8 milhão de espectadores, a escala de crescimento será exponencial a partir de agora”, avalia Esmeralda.
A nova plataforma de streaming contará com salas permanentes e temporárias, que serão abertas durante o FICI Online. As permanentes abrigarão programação variada, com clipes musicais, canções e espetáculos de dança (Roda); oficinas, jogos e aulas (Conecte); vídeos da internet (FICI Indica), além da sala dedicada ao Fórum Pensar a Infância, que este ano será dividido em dois blocos. O primeiro se debruça sobre as narrativas, linguagens e produção audiovisual, passando pela direção (Rosane Svartman), animação (Andrès Lieban), trilha sonora (André Abujamra), formatação de projetos (Clélia Bessa) e pitching (Victor Lopes), que terá inscrição no site do festival (fici.com.br). O segundo bloco tem foco na Primeira Infância, com palestras de neurocientistas sobre a formação do cérebro (Patricia Garcez), o aprendizado da comunicação (Olga Rolim Rodrigues), a neuroplasticidade – o que modifica do cérebro na infância e no decorrer da vida (Roberto Lent), a influência da alimentação, do sono e do exercício no desenvolvimento humano (Sergio Gomes da Silva) e como se desenvolvem as competências sócio-emocionais (Rochele Fonseca).
A mostra Novos Olhares é outra novidade da programação do FICI Online. Os filmes selecionados, em sua maioria curtas e médias metragens, e mesmo um clipe, têm em comum a participação de crianças e adolescentes na produção e realização, sob a tutoria de professores e profissionais do cinema, e criados a partir de oficinas e projetos pedagógicos de instituições de ensino como a Escola Nova, no Rio de Janeiro, a oficina Cinemin, de Salvador, entre outras do Paraná, Espírito Santo, São Paulo e Pernambuco. Um dos destaques é ‘O outro lado do outro’, de Rita de Cacia Oenning da Silva e Kurt Shaw. Crianças de uma favela de Recife fazem um filme sobre o que imaginam ser a realidade das crianças de um condomínio de classe média, enquanto estas fazem o mesmo sobre o primeiro grupo. Os dois filmes são exibidos para todas as crianças, que, ao se encontrarem, podem confrontar seus preconceitos, desmistificar estereótipos e, enfim, conhecer ‘o outro lado do outro’.
O FICI Online irá espalhar sua programação por todos os canais digitais do festival com sete vídeos de curtíssima duração, as Pílulas Online. A Menina Robô, Carpe Diem e Vida Real são alguns desses títulos que serão exibidos apenas nas redes sociais.
Uma boa chance para todo o país conhecer filmes que fizeram sucesso em edições anteriores do festival e nunca tiveram veiculação comercial no Brasil é a mostra Melhores do FICI. Do Meu Tamanho (Alemanha), Alfie, O Pequeno Lobisomem (Holanda), Iep! (Bélgica e Holanda) e Heavysaurs (Finlândia) são alguns deles. Já a parceria com o Telecine traz os sucessos Dora e a Cidade Perdida, D.P.A. 2 – O mistério italiano, Tito e os Pássaros e Turma da Mônica – Laços, entre outros.
O FICI abre espaço também para as produções televisivas e da internet na mostra Melhor da Telinha, exibindo episódios de séries e filmes como O Brasil de Tuhu – Nesta Rua, Meu Irmão Nerd, Astrobaldo, Animazoo e Sapo Xulé.
O Prêmio Brasil de Cinema Infantil, programa competitivo do FICI, recebeu a inscrição de 153 filmes em sua 13ª edição. A seleção final conta com 28 curtas, divididos nas sessões Animação (+ 6 anos), Histórias Curtas (+ 8 anos) e Mostra Teen (+ 10 anos). O grande vencedor será eleito pelo júri oficial, mas, assim como nas edições anteriores, o público poderá escolher seus filmes preferidos na categoria Voto Popular. A novidade é que a votação será estendida a todos os títulos do festival, mesmo aqueles fora do Prêmio Brasil. Cada mostra/categoria terá seu vencedor, anunciados no encerramento do FICI.
Artigos relacionados