“Sou uma artista que gosta de ousar, dar saltos na carreira e criar rupturas”, frisa Gal Costa


Bárbara, doce, fatal, profana, estratosférica, atemporal, a voz de Gal Costa segue atenta e forte. A musa tropicalista em parceria com a Biscoito Fino, disponibiliza, na íntegra, hoje (17) no canal da gravadora no YouTube, a partir das 11h, o festejado espetáculo ‘Estratosférica’, lançado em CD e DVD ao vivo. “Eu acho incrível a facilidade que as plataformas digitais trazem. Hoje você pode ouvir tudo em um clique”, pontua

A cantora Gal Costa e a gravadora Biscoito Fino liberam o DVD ‘Estratosférica’, no YouTube (Foto: Marcos Hermes)

*Por Rafael Moura

Para a estratosfera e além… Estratosfera, lugar alto, alto, a segunda maior camada da atmosfera. É nesta camada que começa a difusão da luz solar (que origina o azul do céu). Brilho lindo assim como Gal Costa, que hoje (dia 17), em parceria com a Biscoito Fino, disponibiliza na íntegra, no canal do Youtube da gravadora, a partir das 11h, o festejado espetáculo ‘Estratosférica’, lançado em CD – produzido por Moreno Veloso e Kassin – e DVD ao vivo. “Eu acho incrível a facilidade que as plataformas digitais trazem. Hoje você pode ouvir tudo em apenas um clique”, pontua. O show mostra uma artista que a cada momento se reinventa e acompanha as mudanças do mundo, além de coroar os seus 50 anos de sucesso. “Estratosférica é um show muito intenso e prazeroso. Será ótimo poder revivê-lo junto com o público”, comenta a cantora.

Com direção geral de Marcus Preto e produção musical de Pupillo (Nação Zumbi), o show estreou no Teatro Castro Alves, em Salvador, em setembro de 2015, e a gravação do álbum/DVD ao vivo foi realizada quase dois anos depois, em junho de 2017, na Casa Natura Musical, em São Paulo, com Joana Mazzucchelli, no comando e a banda formada por Guilherme Monteiro (guitarra e violão), Fabio Sá (baixo), Mauricio Fleury (teclados e guitarra) e Pupillo (bateria e programações), que embalaram sucesso como ‘Objeto Não Identificado’, ‘Como 2 e 2’, ‘Namorinho de Portão’, ‘Pérola Negra’, ‘Mal Secreto’ e ‘Meu Nome É Gal’. “O Marcus Preto foi o responsável por ir em busca das músicas, pediu canções e juntos ouvimos tudo o que ele garimpou”, relembra Gal Costa.

“Gosto de cantar o que me emociona, que bate, sem pensar na idade dos compositores”, diz Gal (foto: Marcos Hermes)

Durante a carreira dessa musa tropicalista, percebemos que a artista vem entrelaçando diferentes pontas na história musical do Brasil, unindo os compositores de sua geração a nomes da nova cena nacional, um intenso processo de pesquisa e curadoria para trazer sucesso cantados por todas as gerações. “Como sempre, em todos os discos, as músicas vão chegando e o repertório vai tomando forma aos poucos. É como um quebra-cabeça. Eu gosto de cantar o que me emociona, que bate, sem pensar na idade dos compositores. E ao mesmo tempo, acho importante e interessante devolver, retribuir a essa nova geração uma música deles gravada por mim. Eles bebem na minha fonte, assim como eu já me influenciei por outros artistas. Em todo disco que você lança, você presta um serviço à cultura”, enfatiza.

O ‘Estratosférica’ ao vivo mostrou várias facetas da Gal Costa nesses 50 anos de carreira (foto: Marcos Hermes)

A estrela soteorpolitana que arrebatou na Tropicália, embalou na Bossa Nova, surfou na MPB, eletrizou no Rock and roll e sintetizou nos sons eletrônicos costuma dizer que tem várias Gal dentro de si. “Elas refletem o que eu sou hoje. Eu sou plural, a gente deve estar aberta para ver o mundo de várias maneiras. Sou uma artista que gosta de ousar, de dar saltos na carreira e criar rupturas. Meu temperamento é esse, de não ter preconceito com nenhum tipo de música”. E completa: “A cultura é o espelho, a cara de um país, e é muito importante que se dê força e incentivo aos artistas que fazem a cultura. E não só isso, é preciso que se dê acesso à cultura para o povo do Brasil. O povo precisa de educação, cultura e saúde”.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Com mais de 50 anos de carreira Gal ecoo sua voz para públicos de todas as idades, mostrando que a música não tem fronteiras e nem barreiras. Uma plateia que tem suas letras na ponta da língua. “Desde o álbum ‘Recanto’ (2011), tenho visto um público mais jovem nos meus shows, junto com os fãs que me acompanham a mais tempo. Acho esse diálogo entre gerações muito importante porque a gente não deve ignorar a juventude. Ela tem grande referência no trabalho da minha geração. É importante mostrar o talento de cada um desses jovens”, enfatiza.

Gal Costa e banda no DVD ‘Estratosférica’ (Foto: Marcos Hermes)

Seguindo a campanha #FiqueEmCasa Gal nos conta que está levando muito a sério o isolamento social. “Estou em casa, assistindo TV, lendo, ouvindo as notícias, não saímos de casa para nada”. Lembrando que desde o início dessa quarentena, que começou há 30 dias, a gravadora já exibiu espetáculos de Chico Buarque, Alcione, Maria Bethânia e Zeca Pagodinho, Hamilton de Holanda, entre outros.

Serviço:

DVD Gal Estratosférica

www.youtube.com/biscoitofino