Rock In Rio 2015: Joyce Cândido é a primeira artista a tocar no festival, convida Carlinhos de Jesus ao palco e diz: “Me chamam de chave de ouro”


Aposta quente da nova geração da MPB, HT falou com a cantora no backstage do evento, logo após o show elétrico e cheio de energia que ela fez na Rock Street, mostrando que samba e rock conseguem andar juntos

Joyce Cândido recebe HT no backstage após abrir o Rock In Rio 2015 (Foto: João Ker)

Joyce Cândido recebe HT no backstage após abrir o Rock In Rio 2015 (Foto: João Ker)

De frente para o sol carioca, que resolveu dar as caras com todo o seu potencial na tarde de hoje, Joyce Cândido, um dos nomes mais quentes da nova geração do samba, foi a responsável por abrir o primeiro dia da edição 2015 do Rock In Rio, que comemora os 30 anos do festival. “Costumam me chamar de ‘chave de ouro'”, brinca a paulista em entrevista ao Site HT, logo após encerrar seu show na Rock Street.

Ao longo da apresentação, Joyce, com vestido azul royal Animale e salto alto, não só segurou o público que passava pelo local como também atraía todas as gerações de pessoas que passavam por ali e não conseguiam se parar para ver e ouvir a moça de voz doce e samba no pé. E haja samba! Como HT havia contado aqui, ao longo de 50 minutos Joyce cantou além da música própria “O que sinto”, parceria sua com Roberto Pontes, sucessos de Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Edu Lobo e, um dos pontos altos da tarde, “Geni e o zepelim”, composta por Chico Buarque para a “Ópera do Malandro”. “Vocês não se espantem com essa aqui não, mas é de um musical que eu adoro”, comentou animada, antes de interpretar a composição, abusando dos gestos e feições teatrais.

E claro, como a primeira atração de todo o festival, Joyce Cândido não pensou duas vezes em chamar um reforço mais do que especial para o palco: Carlinhos de Jesus, que dançou ao lado da morena “Cê pó pará”,  e ainda fez uma confissão após a apresentação. “Gente, vocês nos perdoem, mas nós ensaiamos só uma vez rapidinho antes do show”. HT nem precisa falar que o resultado foi empolgante e executado brilhantemente, né? Tanto que teve repeteco, em “Vatapá”, de Dorival Caymmi.

No camarim, após o show – que teve direito a bis duplo, de tanto que o público gritou e pediu -, Joyce comentou com HT como foi a rotina de preparação e as expectativas para o dia. “Eu estou com um frio constante na barriga, desde o dia que me falaram sobre o show. Mas tive uma rotina muito intensa de ensaios, de escolha de figurino com o meu stylist, Rômulo Maduro, e de preparação, que me ajudaram para que tudo isso desse certo”, comenta. E como foi encarar esse sol tórrido com tanto samba? “Olha, foi difícil. Eu me cansei muito mais, parece que fiz três shows seguidos. Mas o pessoal da banda – Mauricio Piassarollo (piano), Edu Krieger (baixo), Fabiano Krieger(guitarra) e Carlos César (bateria) – me deu uma força fundamental para que eu conseguisse segurar tudo”, entrega.

Carlinhos de Jesus abraça Joyce Cândido no backstage após se apresentarem juntos no RIR 2015 (Foto: João Ker)

Carlinhos de Jesus abraça Joyce Cândido no backstage após se apresentarem juntos no RIR 2015 (Foto: João Ker)

Por sinal, Edu Krieger é o responsável por um dos momentos mais inusitados e surpreendentes do show, no qual Joyce cantou “Aos 27”, composição do artista que fala sobre os grandes nomes musicais que morreram aos 27 anos – Amy Winehouse, Janis Joplin, Noel Rosa etc. – e que dá um ar mais rock’n roll à MPB de Joyce. Por sinal, rolou um frio na barriga de chegar ao Rock In Rio com samba? “Acho que foi uma surpresa para o público, mas eu sempre aposto na música brasileira. Hoje, eu misturei algumas guitarras e até um pouco de baião, mas meu carro-chefe é mesmo o samba, e acho que esse gênero tem uma força tão imensa que é impossível não gostar. Quem não gosta, bom sujeito não é”, diz rindo, enquanto parafraseia Caymmi. E Joyce ainda conta para HT como o destino dá voltas, já que ela nunca havia visitado o RIR. “Eu sempre tive vontade de vir, mas acabou não acontecendo. Na última edição eu ainda pensei comigo: ‘Gostaria de ir, mas para cantar'”. Ela foi, cantou, ampliou seu público e deixou a gente orgulhoso!