Pabllo Vittar faz sua primeira live solo em clima de festa do pijama: “Ao vivo, é babado”

*Por Simone Gondim

Usando um pijama estilizado, peruca loura na altura dos ombros e pantufas do personagem Sulley, da animação “Monstros S.A.”, Pabllo Vittar abriu sua primeira live solo no mesmo lugar onde já havia feito o Festival do Orgulho Live. Dessa vez, o ambiente foi transformado em um quarto, com cama de casal, várias almofadas e imensas cortinas de voil com pequenas luzes douradas. Esperta e bem assessorada, Pabllo não repetiu o erro de Gusttavo Lima – embora a live dela também tenha sido patrocinada por uma marca de cerveja, a cantora pouco foi vista segurando uma latinha, sempre fechada, e enfatizou diversas vezes a importância de beber com moderação. Além disso, a artista contava com um ponto eletrônico para lhe dar orientações, como não esquecer de fazer as chamadas de marketing, mostrar vídeos previamente selecionados e ler recados no Twitter.

Seguindo a tradição da maioria das lives de artistas nesse período de isolamento social por causa do novo coronavírus, a de Pabllo mesclava cunho beneficente com parcerias comerciais, agrado para os fãs e uma dose de autopromoção. Foi anunciado que o dinheiro arrecadado em mais de duas horas e meia de show iria ajudar a ONG Casa 1, de São Paulo, que acolhe pessoas LGBTQ+ em situação de vulnerabilidade. Até o momento da publicação desta matéria, o valor total das doações ainda não havia sido divulgado.

(Foto: Reprodução Instagram)

Os pequenos problemas durante a live não pareceram incomodar os Vittarlovers, como são chamados os fãs da artista – a primeira música, “Flash pose”, entrou antes da hora e foi interrompida para agradecimento a um patrocinador; Pabllo pediu ajustes no som, mais de uma vez, e reclamou que a versão de “Energia” não era a que ela costumava cantar em shows. A cantora também se confundiu na ordem do roteiro em vários momentos, mas procurou contornar a situação sem perder o bom humor. “Ao vivo, é babado”, disse ela.

No setlist chamaram atenção versões forró de “If I were a boy”, de Beyoncé, e “Summertime sadness”, de Lana Del Rey. Não faltaram hits próprios como “Amor de que”, “Parabéns”, “K.O.”, “Corpo sensual” e “Problema seu”, entre outros. Pabllo aproveitou a live para lançar um desafio no aplicativo TikTok: ao exibir um vídeo de Flávio Verne ensinando a coreografia de “Rajadão”, ela pediu aos fãs que participassem do #rajadaochallenge e dançassem a música em seus perfis do TikTok. “Usem a hashtag #rajadaochallenge que eu vou ficar de olho em todos os vídeos e repostar os que eu mais gostar”, prometeu.

(Foto: Reprodução YouTube)

Mas nem só de música e dança foi feita a live de Pabllo Vittar. Em vídeo, convidados como a vencedora do “BBB20″, Thelma Assis, o cantor Dilsinho, a funkeira Pepita e a drag queen Rita Von Hunty deram seus recados. “Viver é um ato político. Tudo que a gente faz está permeado pela importância de se engajar no debate político. Vale lembrar que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Quando a gente fala em populações LGBT, essa violência é ainda mais exorbitante e chocante. Nossos órgãos de cultura, arte e incentivo devem fomentar uma cultura da paz e inclusão, que valorize as nossas vidas”, afirmou Rita.

Pabllo ainda se jogou várias vezes na cama que fazia parte do cenário, avisando que iria querer uma daquelas no palco, e mandou muitos beijos para os fãs. “Estou igual ao programa da Xuxa, mandando beijo para todo mundo”, brincou. “Pessoal em casa pode ir ao banheiro, beber água, pode fazer tudo. Eu estou aqui cantando, tenho que me hidratar”, acrescentou, enquanto bebia água em um copo que passou a live no piso, perto dela, e chegou a ser derrubado acidentalmente na primeira parte da apresentação.

(Foto: Reprodução YouTube)

O pouco espaço para se movimentar, a ausência dos bailarinos e a falta de toda a estrutura de iluminação e sonorização pareceram ter deixado a artista um tanto tímida. Para quem está acostumado às coreografias caprichadas de Pabllo, tanto nos clipes quanto ao vivo, foi estranho vê-la repetindo passos que, muitas vezes, davam a impressão de não combinar com o ritmo da música, ou apelando para pulos e movimentos de corpo quase caricatos. Para a alegria dos fãs, uma das poucas coisas que não mudou foi a clássica rebolada, ainda que o bumbum da musa estivesse quase todo coberto por uma bermuda folgada, bem diferente das roupas curtas e/ou modelando o corpo que fazem parte do figurino dela. Mas, como diva pode quase tudo, os comentários do YouTube e do Twitter eram majoritariamente de elogios.

Apesar de diversas pausas para respirar fundo, a voz potente da cantora não falhou em momento algum. “Eu estou é morta”, confessou Pabllo, pouco antes de se despedir. Para encerrar a live, ela teve fôlego para cantar à capella um trecho de “Planeta de cores”, da banda nordestina Forrozão Tropykália, que agradeceu a homenagem em sua página no Facebook.

Confira o setlist completo da live:

Flash pose
Nêga + Kill this love
Energia parte II
I got it
Shake it
Caliente
Ele é o tal
Ponte perra
Buzina
No chão
Minaj
Miragem
Ouro
Open bar
Então vai + Baby boy
Tímida
If I were a boy (remix forró)
Disk me
Trago o seu amor de volta
Não vou deitar
Clima quente
Summertime sadness (remix forró)
Lovezinho
Seu crime
Meu anjo
K.O.
Amor de que
Indestrutível
Tara
Irregular
Não esqueço
Paraíso
Eu te avisei
Pode apontar
Salvaje
Garupa
Sua cara
Parabéns
Corpo sensual
Problema seu
Rajadão
Planeta de cores