*por Lucas Rezende
A queda de braço entre a turma que movimenta a Marquês de Sapucaí e o Palácio da Cidade – com as declarações cada vez mais polêmicas do prefeito Marcelo Crivella em relação aos Carnaval – ganha agora a voz de Pretinho da Serrinha, compositor e percussionista de marca maior.
“(Com a chegada de Crivella ao poder), pela primeira na minha vida ouvi as pessoas dizendo que não teria o Carnaval. Ele não acabou, mas o ensaio técnico chegou a ter fim, por exemplo”, relembra Pretinho que, de história de carnaval entende bem, desde os tempos de criança no Império do Futuro, escola-mirim do Império Serrano.
Como se sabe, em 2018 a falta de verbas fez as escolas de samba abandonarem os treinos na Marques de Sapucaí. Só neste mês que a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) confirmou a volta dos ensaios. A Liga, aliás, conseguiu captar R$ 600 mil via Lei Rouanet para a realização dos ensaios técnicos, de acordo com o Ministério da Cultura. A empresa incentivadora, segundo o sistema do governo federal, é a Latasa – Latas de Alumínio S/A, do ramo de reciclagem.
Mas mesmo com a volta dos ensaios e o repasse de R$ 1 milhão para cada uma das 13 escolas de samba do Grupo Especial, Crivella continua no embate. Dia desses, o prefeito disse que o “Carnaval é um bebê parrudo que precisa ser desmamado e andar com as próprias pernas”. Para o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, “o Carnaval precisa cada vez menos de recursos da Prefeitura”.
E Pretinho arremata: “Senhor prefeito, Carnaval é a festa do povo, que para a maioria é diversão. Para alguns, religião. E para muitos, profissão. Deixa o Carnaval passar. Deixa o povo do samba em paz!”.
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