MITA: A convite da label Marisa, conferimos o que rolou no festival sinônimo de sinergia entre os mais diversos sons


O site Heloisa Tolipan foi ao Festival Mita a convite da label Marisa. O evento que nasceu com cara de gente grande ocupou o Jockey Clube do Rio de Janeiro e já se estabelece como um marco no calendário da cidade. Vem saber!

O Festival MITA ocupou o Jockey Clube, no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação/MITA)

*Com Rafah Moura

Astrônomos acreditam que quando duas estrelas colidem, elas se fundem e produzem uma explosão intensa. Agora o que acontece quando muitas se chocam? O grande mestre das artes Joãosinho Trinta (1933-2011) diria que é um verdadeiro Big Bang, afinal, a luz sempre vai reinar! O MITA, Music Is The Answer, é um festival que já nasceu com ‘cara de gente grande’, pois, foram dois dias de muitos astros, em dois palcos no gramado do Jockey Clube. E, como escreveu Olavo Bilac (1865- 1918), no poema Ora (direis) ouvir estrelas. ‘Pois só quem ama pode ouvir estrelas’.

Com o Cristo Redentor ao fundo, a label Marisa montou um lounge com várias experiências sensoriais durante o MITA, no Jockey Clube (Foto: Divulgação/Marisa)

E a convite da label Marisa, que armou um super lounge, o site Heloisa Tolipan estava lá, afinal moda e música andam juntas e têm sintonia e sinergia incríveis. E com um grande olhar inovador, a gigante do varejo foi uma das patrocinadoras do evento fazendo desse match de mercados cada vez mais sólido.

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O sol veio abençoar a dobradinha do Coruja BC1 e da cantora Larissa Luz, que lançou com o rapper um EP com cinco faixas gravadas com Tropkillaz, o ‘Deusa dulov’. As músicas ‘Afrodate (Dreadlov)’, ‘Brinco só’, ‘Cupido erê’, ‘Montanha russa’ e ‘TBT’ trazem batidas que vão do pagode baiano ao dancehall jamaicano e aqueceram o outono carioca. Apesar da pequena plateia, por causa do horário, foi um show gigante e que merece uma turnê urgente.

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Sob os braços do Redentor vieram as bênçãos para a Deusa de Ébano, Xênia França usando um vestido de tricô pink, criação da Sambento Crochet et Tricot, da Samira Carvalho, mostrando toda a poesia e beleza das artes que são enriquecidas pela ancestralidade e afrofuturismo trazendo novos caminhos para a música preta brasileira. A musa cantou os sucessos ‘Preta Yayá’, ‘Pra Que Me Chamas’, ‘Nave’, ‘Respeitem Meus Cabelos Brancos’ e o novo single ‘Renascer’. Foi uma chuva de muito amor. ‘Esse reencontro com o público está sendo uma delícia. A pandemia me deixou muito fragilizada e agora estamos celebrando, porque estamos vivos. E foi daí que nasceu Renascer, esse single lindo que faz parte do novo disco. Estou feliz que estamos de volta, que sobrevivemos e estamos expressando o nosso amor, nossa arte”, conta Xênia.

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Black Alien deu o tom urbano ao festival. O rapper de São Gonçalo, subiu ao palco Deezer e cantou sucessos como ‘Mantenha o Respeito’, ‘Carta Para Amy’, ‘Vai Baby’, ‘Que Nem O Meu Cachorro’, ‘Aniversário de Sobriedade’. A energia e o mood continuaram com o Heavy Baile. O coletivo carioca, que mistura funk e música eletrônica, é uma das grandes reinvenções do movimento no Brasil. “A música e dança são a espinha dorsal do trabalho apresentado pelo Heavy Baile. Apoiar o trabalho dos artistas de funk é de extrema importância, é preciso conversar e se manter aberto, tirando o ritmo desse lugar de música marginal”, conta Leo Justi, fundador do Heavy Baile.

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Como uma verdadeira cheerleader da felicidade, Liniker entregou tudo e mais um pouco. Aos 26 anos, a cantora mostra um amadurecimento sonoro, com o lançamento do seu primeiro álbum solo, ‘Indigo Borboleta Anil’, que conta com as colaborações de Milton Nascimento e Tassia Reis, que estava na plateia tietando a amiga. Desde o lançamento do primeiro single, ‘Zero’, a artista ainda com os Caramelows, vem em disparada conquistando o coração dos fãs. E ‘Baby 95’ e ‘Psiu’ refletem esse match. “Tocar no Rio de Janeiro é sempre uma felicidade imensa. Eu amo essa cidade, o público e essa energia. Tem uma mágica estar aqui, ainda mais no MITA, em que a música é a resposta para tudo”, conta Liniker.

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O pôr-do-sol trouxe a banda de rock irlandesa Two Door Cinema Club, depois foi a vez dos britânicos do The Kooks, com seu indie. Encerrando o dia foi a vez do Gorillaz, banda virtual de trip rock britânica criada composta por quatro membros animados: 2-D, Murdoc, Noodle e Russel. O vocalista Damon Albarn, dias antes do show do MITA, gravou com o MC Bin Laden duas músicas, ainda sem nome e data de lançamento. Segundo o cantor paulista, uma das faixas “parecia festa junina”, com pegada brasileira misturada a um “gravezão” gringo, primeira foi um “funk underground”, com versos ousados que incluem o trecho ‘sua prima me mamou’. A outra tem uma “vibe relax”, ao estilo Gorillaz mesmo.

A temperatura subiu, literalmente, e o segundo dia começou com Alice Caymmi e sua arte repleta de identidade. E brinca que, com 10 anos de carreira, tudo fica mais leve. Seu último single ‘Serpente‘ é um grito de liberdade no qual defende o direito de se expressar. “O artista é quase como uma tela em branco… As pessoas vão projetar em você o que elas acham. Em Serpente, eu mostro um lado indomado. Foi exatamente ter nascido mulher que me fez ser a artista que sou hoje, ter passado por tudo o que passei. Só eu sei o que eu passei e eu não trocaria isso por nada”, revela. A carioca neta de Dorival Caymmi convidou Maria Luiza Jobim, filha de Tom Jobim, para uma dobradinha de milhões.

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Marcos Valle foi ‘o artista’ do dia! Além de brindar o público com seu talento, afinal são 59 anos de carreira e 28 discos, ele ainda ‘se jogou’ no palco de Tom Misch, onde tocaram ‘So Good’ e no de Marcelo D2. A apresentação oficial com a banda Azymuth, formada por José Roberto Bertrami, Alex Malheiros e Ivan Conti, foi uma crescente e convidou os fãs a cantarem como se não houvesse amanhã. Foi uma grande ode à liberdade e à vida. Ah, Valle ainda gravou com Liniker uma faixa chamada ‘Vidas’, que será lançada em breve.

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Letrux subiu no palco Deezer com um look da Verkko, marca da carioca da estilista Thaís Delgado, com um show que misturou muito drama, força e dança. A cantora Letícia Novaes mandou ver em sucessos dos discos ‘Letrux em Noite de Climão’, 2017, ‘Letrux em Noite de Pistinha’, 2019, e ‘Letrux aos Prantos’, 2020. O ponto alto do show foi com ‘Flerte Revival’ que levou a plateia à loucura pulando e cantando intensamente. O hino lésbico ‘Que Estrago’ foi cantando em muito bom som pelos fãs da musa. Ah, detalhe, a artista na saída do palco ainda recebeu os cumprimentos do grande Michael Sullivan. #RespeitaAsMinas

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Em um clima ‘domingo no parque’, totalmente família, Marcelo D2 subiu ao palco Deezer e disse: “Cheio de família aqui, que lindo. É uma delícia ver várias gerações curtindo juntos”. Além do filho mais velho, Stephan, 28 anos, um parceiro de shows, ele levou ao palco também a mulher, Luiza Machado e filha do casal Maria Isabel, de nove meses. O astro, um veterano de festivais, fez um super show com a energia no topo.

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Gilberto Gil in concert foi um show para zerar a vida! Afinal são mais de 60 anos nos palcos. Uma apresentação para toda a família, literalmente, porque além do Gilsons, grupo é formado por José Gil, Francisco Gil e João Gil, respectivamente filho e netos de Gilberto Gil. Ainda subiram ao palco Corcovado, Preta Gil e Bela, além da neta Flor Gil, a grande estrela que cantou três músicas com o avô, entre português e inglês. Hits como ‘Palco’, Drão, ‘Toda Menina Baiana’, ‘No norte da saudade’, ‘Andar com fé’ não faltaram. Foi simplesmente impecável, um concerto para ficar na história e na memória, afirmando a grandiosidade desse grande sábio das nossas artes.

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O fenômeno Jão, que lota plateias em todo o Brasil com o seu pop-dramático-sofredor é um verdadeiro showman. Seu último lançamento ‘Idiota’ é um grande sucesso e possui mais de 22 milhões de reproduções nas plataformas digitais e o videoclipe mais de 4 milhões de visualizações. A canção, atualmente, está no Top 20 do Spotify Brasil e em Portugal, além de figurar no ranking global das virais na mesma plataforma – feito de peso para o cenário pop brasileiro. A cenografia trazia um Kraken, o ser mitológico que habita águas profundas, assim como o artista escorpiano. Nada pode ser raso. As backings vocals vestidas de coração afirmam esse conceito de um amor que é destruído e reconstruído a todo momento. Lembrando que ‘Pirata’, disco de 2021 está rodando o Brasil com todas as letras na ponta da língua.

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O trio australiano Rüfüs Du Sol formado por Tyrone Lindqvist, Jon George e James Hunt apagou as luzes do festival MITA deixando um gostinho de queremos muito mais. Um evento que já nasce com cara e porte de gigante e já se torna um marco no calendário da cidade. Até ano que vem!!!