Herbert Vianna lança clipe com versão de ‘Purple haze’: “Trabalho indescritível e sobrenatural do Jimi Hendrix”


Versão de “Purple haze” gravada pelo líder dos Paralamas do Sucesso no disco solo “hv sessions vol. 1” ganha vídeo assinado por Ennio Torresan, animador e ilustrador da DreamWorks. Os dois já trabalharam juntos nos clipes de “A palavra certa” e “Sinais do sim”

Herbert Vianna lança clipe oficial da versão de “Purple haze”

Herbert Vianna (Foto: Maurício Valladares)

*Por Simone Gondim

Em outubro, Herbert Vianna apresentou mais uma aventura musical que nada tinha a ver com os Paralamas do Sucesso. Quinto álbum solo do artista, “hv sessions vol.1” reúne canções que ele gostaria de ter feito e influenciaram profundamente a sua formação. Uma delas é “Purple haze”, de Jimi Hendrix. “Essas canções são fonte muito direta de inspiração e de motivação por abraçar a guitarra, aprender um pouco mais sobre a criação de imagens que são feitas ali através dos acordes e das letras”, explica Herbert. “Em ‘Purple haze’ temos um trabalho indescritível e sobrenatural do Jimi Hendrix”, acrescenta.

Produzido por Chico Neves, “hv sessions vol.1” foi gravado entre 2010 e 2011 e traz dez faixas. Além de “Purple haze”, Herbert interpreta “Pinball wizard”, clássico do grupo The Who lançado na ópera-rock “Tommy”; “And I love her” e “While my guitar gently weeps”, dos Beatles; “Tempted”, do Squeeze; “There’s a kind of hush”, sucesso na voz da dupla The Carpenters; “Wichita lineman”, do repertório de Ray Charles; “Sunshine of your love”, do Cream; “Opportunity”, de Elvis Costello; e “Europa”, de Carlos Santana.

Cena do clipe de “Purple haze”, assinado por Ennio Torresan (Foto: Divulgação)

Esta semana foi lançado o clipe oficial da versão de Herbert para “Purple haze”. O vídeo leva a assinatura de Ennio Torresan, animador e ilustrador da DreamWorks, estúdio responsável por sucessos como as franquias “Shrek” e “Como treinar o seu dragão”. “Espero que vocês curtam esse filme novo que trata de um amor incompatível entre um pequeno ponto perdido no universo e a intangível mãe natureza, criadora suprema da vida no espaço”, diz Torresan.

Morando nos Estados Unidos há mais de 20 anos, o brasileiro é diretor criativo do Departamento de Histórias da DreamWorks e assinou storyboards de produções como “Madagascar”, “Kung Fu Panda” e “Bee movie – A história de uma abelha”. Antes disso, Torresan ilustrou revistas como “Mad” e “Medo”, ainda no Brasil, e fez parte da equipe de “Bob Esponja”, da Nickelodeon, já em solo estadunidense. Entre seus prêmios, estão um Emmy pela direção da série animada “O cãozinho esperto”, da Disney, e o de melhor animação no Festival de Havana, em Cuba, pelo curta “El Macho”.

“O trabalho do Jimi Hendrix é muito luminoso, muito intenso”, diz Herbert Vianna (Foto: Maurício Valladares)

Mas não é de hoje que a parceria entre Herbert Vianna e Ennio Torresan rende bons frutos. “Nossa parceria vem de muito tempo, desde ‘El Macho’, meu primeiro curta, que ganhou vários festivais, inclusive o Kikito de Melhor Trilha na 22ª edição do Festival de Gramado. Essa trilha foi responsabilidade do Herbert, também com engenharia musical do Chico Neves”, conta Torresan. “Depois, a gente fez ‘A palavra certa’ e, mais recentemente, ‘Sinais do sim’ com os Paralamas”, emenda.

“A palavra certa” faz parte do segundo álbum solo de Herbert Vianna, “Santorini blues”, lançado em 1997 e mais voltado para o formato acústico. Já “Sinais do sim”, do disco de mesmo nome dos Paralamas do Sucesso, saiu 20 anos depois, em 2017.

Um pequeno ponto perdido no universo estrela o clipe de “Purple haze” (Foto: Divulgação)

Voltando a falar da versão de “Purple haze”, na qual ele une violão e guitarra ao minimog de Chico Neves, o líder dos Paralamas do Sucesso recorda a época em que Jimi Hendrix lançou a música. “Houve uma ruptura de culturas, com a abertura para a sonoridade, atitude, linguagem e, muito especialmente, para a cor. Na Inglaterra havia uma paixão muito grande por Eric Clapton, pichava-se nas paredes ‘Eric is God’ (Eric é Deus), mas Clapton o tempo todo dizia que Deus, realmente, era Jimi Hendrix”, observa Herbert.

O artista ressalta a força do trabalho de Hendrix. “A partir de coisas como “Hey Joe” e “Purple haze”, até o final, foi tudo muito luminoso, muito intenso”, afirma Herbert. “Infelizmente, Jimi Hendrix teve uma trajetória curta entre nós”, lamenta (Hendrix foi encontrado morto em um quarto de hotel em Londres, no dia 18 de setembro de 1970. Ele tinha 27 anos).