Claudia Leitte: “Já bloqueei muita gente, mas agora aprendi a silenciar para não dar ‘ousadia’ a hater”


A cantora falou do novo EP “Sol a Sol’, disponível em todas as plataformas digitais a partir desta quinta-feira (10). Com o trabalho, Claudia pretende trazer um pouco de alegria para esses tempos, exalta as mulheres, e faz uma espécie de ‘esquenta’ para os shows que espera poderão startar em 2021: “Sinto falta, canto para gente. Sou cantora de axé, entretenimento, de festa, de sol e não estamos neste momento. E tem mais: me inspiro muito nos shows, mas, desta vez, tivemos que fazer um disco sem palco. O sol voltou a nascer no estúdio mesmo. Olha, quando eu era criança imaginava que estava cantando para plateias, multidões. Agora, criando desse jeito, voltei para esse lugar de imaginação”

*Por Brunna Condini

Com músicas que ela mesma definiu como “pílulas de autoestima e raios de sol para momentos de alegria e outros onde tudo que a gente precisa é incorporar uma ‘afrontosa’ e largar um ‘desembaça dessa vibe, rapaz’!”, Claudia Leitte  lança seu novo EP, ‘Sol a Sol’, nesta quinta-feira (10), às 20h, em todas as plataformas digitais, acompanhado de lyric vídeos inéditos. Para a capa do novo trabalho, produzido durante a pandemia, a cantora posou coberta de filtros e com pouca ou nenhuma roupa e já arrancou elogios dos fãs e seguidores nas redes no início da semana, quando compartilhou a foto do EP.

Claudia Leitte  lança seu novo EP, ‘Sol a Sol’, nesta quinta-feira (10), às 20h, em todas as plataformas digitais (Divulgação)

A0s 40 anos, a mãe de Davi, 11 anos, Rafael, 7, e Bela de 8 meses, se mostrou luminosa, satisfeita com o resultado do trabalho e com energia de sobra para gastar em 2021. “A música é uma ferramenta que sempre tivemos à disposição, ela traz carinho para o coração ainda mais em um momento assim. Mas o show ao vivo, a troca do calor, é insubstituível. Não vejo a hora de cantar no palco, na muvuca. Faço neste momento o que posso fazer, com todo empenho, amor, mas com a expectativa de subir ao palco em breve”.

E Claudia complementa: “O título desse EP vem disso. Eu vinha de uma vibe homenageando as mulheres em outros trabalhos. E curiosamente meu último show foi em 8 de março. Encerrei meu carnaval no dia Internacional da Mulher. Se passaram 9 meses. Uma gestação de sol a sol é a luz nascendo. Até porque, o sol é uma estrela, símbolo de esperança. E acho que ele representa a música que faço, a música da Bahia, a mulher baiana”.

“Acho que esse trabalho já é a cara do Verão. O Brasil começa na Bahia. É para ouvir comendo churrasco em casa, sem aglomeração” (Divulgação)

Com cinco canções que englobam também duas faixas já apresentadas ao público como esquenta para esse lançamento – ‘Desembaça’ e ‘Rodou’ (feat com Wesley Safadão) – o trabalho novo traz ainda duas músicas inéditas: ‘Mulherão’ e ‘Afrontosa’ que conta com a colaboração do cantor Dadá Boladão. Claudia também incluiu uma versão de ‘Desembaça‘ (Vete de Mi Vida) em espanhol. “É um álbum de música de axé, para dançar, se divertir. Acho que esse trabalho já é a cara do Verão. O Brasil começa na Bahia. É para ouvir comendo churrasco em casa, sem aglomeração”.

É saudade que fala?

Ela repete, a todo momento, o quanto está sentindo falta do calor do público ali, ao vivo. “Quando a pandemia avançou já estava com meu carnaval de 2021 organizado, abadás à venda. Mas tudo mudou e temos que aguardar. Sinto falta, canto para gente. Sou cantora de axé, entretenimento, de festa, de sol e não estamos neste momento”, observa. “E tem mais: me inspiro muito nos shows, mas desta vez tivemos que fazer um disco sem palco. O sol voltou a nascer no estúdio mesmo. Olha, quando eu era criança, imaginava que estava cantando para plateias, multidões. Agora, criando desse jeito, voltei para esse lugar de imaginação”.

“Minha referência de mulherão é a minha mãe. Tem minha avó também, minhas tias. Com elas tive as fundações todas alicerçadas” (Divulgação)

Mulheres inspiradoras

Neste trabalho, no lyric vídeo na música ‘Mulherão’, Claudia também homenageia as pessoas com que mais aprendeu na vida. “Minha referência de mulherão é a minha mãe, Ilna. Tem minha avó também, minhas tias. Com elas tive as fundações todas alicerçadas. Fiz o cartum da minha mãe, da minha avó e da minha mãe Bah neste trabalho. Os desenhos são baseados em mulheres que existem, que admiro, tem gente da minha equipe também”.

“Mulherão é aquela mulher que tem autoestima consciente. Ela se olha no espelho e se reconhece, se gosta como é” (Divulgação)

A cantora aproveita ainda, para definir o que seria um ‘mulherão’ em sua visão: “É aquela mulher que tem autoestima consciente. Ela se olha no espelho e se reconhece, se gosta como é”. E diz que a letra também pode ser interpretada como uma resposta ao machismo na sociedade em relação à mulher: “A vibe é essa: sou o amor da minha vida. Precisamos ter isso muito claro nas nossas relações. Tenho meu marido do lado (Marcio Pedreira), ele me inspira como mulher, ressalta minhas qualidades, nos momentos difíceis é meu parceiro. Mas sou uma mulher livre, sou minha, como disse, o amor da minha vida”.

No mesmo single, você também canta: “Vai ficar chorando sim /Bloqueado até o fim /Implorando pra voltar/Coitadinho/ Ha ha há”. Mas nos diga, você já bloqueou muita gente? “Oxi, muita gente (risos). Mas agora aprendi a silenciar, para não dar ‘ousadia’ ao hater. Porque se você bloqueia, deixa a pessoa famosinha…vou até pensar em lançar uma música chamada ‘silenciar’, dizendo que é melhor”.