Beyoncé desabafa sobre o crescente número de assassinatos de negros: “Não precisamos de compaixão, precisamos que respeitem nossas vidas”


O texto divulgado em seu site oficial foi publicado logo depois do show em Glasgow, quando colocou no telão o nome de centenas de vítimas negras de ações policiais nos Estados Unidos

Beyoncé cansou de ser a artista inatingível, perfeita e queridinha da América. Ela quer e vai colocar o dedo na ferida e usar a sua voz, que é ouvida no mundo inteiro, para chamar a atenção contra o racismo e o crescimento do número de mortes de jovens negros nos Estados Unidos. Depois de lançar o álbum visual “Lemonade”, fazendo barulho com músicas como Freedom e Formation, nas quais chama a atenção para o movimento “Black Lives Matter (A vida dos negros é importante)” e critica a polícia norte-americana pelas incontáveis mortes de negros inocentes, ela não se calou frente ao recente caso do atirador de Dallas que foi fazer justiça com as próprias mãos e matou cerca de cinco policiais durante um protesto da comunidade negra contra a violência policial. Em seu show em Glasgow, na quinta-feira, ela enfileirou no telão o nome de centenas de vítimas negras assassinadas nos últimos meses e em seu site oficial publicou uma carta com conteúdo bastante forte e urgente.

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“Nós estamos cansados dos assassinatos de homens e mulheres jovens das nossas comunidades. Depende de nós tomar uma posição e exigir que eles parem de nos matar. Não precisamos de compaixão. Nós precisamos que todos respeitem nossas vidas. Nós vamos nos mobilizar enquanto comunidade e lutar contra qualquer um que acredite que o assassinato ou qualquer outra ação violenta daqueles que juraram nos proteger devem continuar constantemente impunes. Estes roubos de vidas nos faz sentir desamparados e sem esperança mas nós temos temos de acreditar que estamos lutando pelos direitos da próxima geração, pelos homens e mulheres jovens que acreditam no bem”, desabafou a artista, antes de convocar todo mundo para lutar ao lado da comunidade negra.

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“Esta é uma luta dos seres humanos. Não importa sua raça, gênero ou orientação sexual. Esta é uma luta por qualquer um que se sente marginalizado, que está lutando por liberdade e direitos humanos. Isto não é um recado a todos os oficiais de polícia, mas para todo ser humano que não valoriza a vida. A guerra contra pessoas de cor e todas as minorias precisa acabar. Medo não é uma desculpa. O ódio não vencerá. Nós todos temos o poder de canalizar nossa raiva e frustração para ação. Nós devemos usar nossas vozes para fazer contato com políticos, legisladores e nossas comunidades para pedir mudanças sociais e judiciais”, finalizou a cantora.