Já imaginou um body que é capaz de medir a febre do bebê e ainda enviar informações sobre a curva térmica da criança via bluetooth para um aplicativo no celular dos pais, que por ventura possam estar longe de seu filho? Ou ainda comprar um vestido customizado, não apenas com base em medidas corporais, mas no escaneamento do volume de cada pedacinho do seu corpo? Parecem coisas de filme futurista, mas já é realidade. Esses foram alguns dos projetos desenvolvidos por 44 empresários e altos executivos de 32 empresas do setor têxtil e de confecção durante os seis meses de MBI em Indústria Avançada: Confecção 4.0, realizado pelo SENAI CETIQT.
A apresentação dos oito projetos que trazem conceitos da Indústria 4.0 ocorreu no último dia 20, em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A data já é considerada um marco para o setor, uma vez que tais projetos foram as primeiras sementes para o início da Quarta Revolução Industrial no setor têxtil e de confecção brasileiro. “Este é um dia marcante para a indústria e para o Brasil, pois foi dada a largada para o processo de implantação da 4.0 em nosso segmento”, afirmou Fernando Pimentel, presidente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), que esteve presente no evento. Segundo ele, apesar do universo têxtil ser tradicional, está cada vez mais focado em tecnologia, inovação e sustentabilidade e, para dar conta das transformações, é preciso formar profissionais capazes. “Aqui temos sementes de projetos que são nitidamente parte relevante da Quarta Revolução Industrial. O segmento têxtil foi, é e continuará sendo um grande protagonista desses movimentos. Esse protagonismo é possível graças a esse grupo pioneiro que aqui está”, declarou.
Os projetos foram apresentados a uma banca altamente qualificada composta por players da indústria e do mercado financeiro. Fernando Pimentel, da ABIT; William Respondovesk, gerente do Departamento Operacional da Finep, em São Paulo; Job Rodrigues, gerente de estudos setoriais do BNDES; Felipe Morgado, gerente-executivo de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI; Renato Boaventura, presidente da Unidade de Fibras da Rhodia; Pedro Bastos, CEO da Coteminas e Sergio Baltar, professor do SENAI CETIQT assistiram e debateram com os alunos-executivos os detalhes dos projetos. “Ouvir todas essas ideias foi fantástico. Vimos projetos em potencial, com inovações de serviços, produtos e processos que certamente irão acontecer”, disse William Respondovesk, da Finep.
Conheça as ideias inovadoras apresentadas pelos oito grupos de empresários e executivos formados no MBI promovido pelo SENAI CETIQT.
– Otimização e integração da cadeia produtiva por meio de tecnologia RFID (Identificação por radiofrequência).
– Robô ‘caça tendências digital’ que varre as redes sociais em busca de inspiração para novos modelos de roupas.
– Hardware de escaneamento digital que não só tira as medidas da pessoa, mas mede o volume de cada parte do corpo do usuário.
– Roupa de bebê que impede que ele se suje, confeccionada com fibras inteligentes, como proteção antimicrobiana, antiodor, impermeabilidade e proteção solar.
– Planta de Confecção 4.0 sem nenhuma interferência humana.
– Tecido de parede funcional produzido em uma Fábrica 4.0 com isolamento térmico, acabamento antimicrobiano e acabamento retardante à chama.
– Body equipado com dispositivo tecnológico que faz o monitoramento da oscilação da temperatura de bebês com febre.
– Ambiente integrado com loja, Fábrica 4.0 e espaço de convivência, onde uma mulher pode tirar suas medidas, escolher a padronagem da peça e customizá-la por meio de um espelho virtual. A peça entra em produção e está pronta em 30 minutos.
O evento contou ainda com uma premiação da ABIT, que entregou às empresas participantes um troféu como reconhecimento formal do pioneirismo das corporações no movimento de implantação da Indústria 4.0 no setor têxtil e de confecção. Os troféus, em formato de peças de quebra-cabeça, formam um grande cenário, no qual cada empresa representa uma peça e a junção delas costura o processo produtivo de confecção. “O prêmio tem um significado especial, pois demostra que são essas 32 empresas que começam a partir de agora a modificar o cenário da indústria têxtil brasileira. A semente que plantaram aqui é o começo de algo grandioso para o Brasil e para a nossa Quarta Revolução Industrial”, ressaltou Sergio Motta, diretor-geral do SENAI CETIQT.
Os participantes receberam ainda um cartão de benefícios do SENAI CETIQT, com desconto em cursos oferecidos pela instituição, além de um crédito de R$3 mil para indicação de um participante para a próxima turma do MBI em Indústria Avançada, que será regionalizada. A Edição Nordeste 2019 do MBI em Indústria Avançada: Confecção 4.0 é um projeto multiestados com objetivo de levar conhecimentos da Confecção 4.0 para o empresariado da região. “O projeto é resultado do reconhecimento do Nordeste como área estratégica para a transformação da indústria têxtil e de confecção nacional”, explicou Robson Wanka, gerente de educação do SENAI CETIQT.
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O início do curso será em 5 de abril, no Ceará, mas Paraíba, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte também irão receber encontros presenciais do MBI. “Não há saída para a indústria nacional se não tivermos uma cadeia pujante, forte, com conhecimento e profundidade. Esse curso em Confecção 4.0 vem de pronto sinalizar uma perspectiva, um caminho importante para o futuro do setor. A indústria têxtil é responsável pela geração de emprego para quase seis milhões de pessoas e a confecção é a mola propulsora desse processo têxtil nacional”, concluiu Agnaldo Diniz Filho, presidente do Conselho Técnico Consultivo do SENAI CETIQT.
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