Promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o Minas Trend em sua 23ª edição está inovando o rumo da história da moda ajudando a impulsionar a roda da economia criativa mineira e agregando novos talentos autorais e representantes de outros estados do país. Em entrevista à imprensa nacional, o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, falou sobre as mudanças vanguardistas que democratizaram o evento e garantiu que as transformações estão só começando. “Nós ampliamos o que o evento já possuía de interessante e transformamos o que precisa de mudança, como o Salão de Negócios (o maior da América Latina), inserindo a passarela próxima aos lojistas. Houve ainda um aumento na participação de novas marcas e compradores de forma mais fácil e proporcionando destaque a todas as grifes de forma igualitária. Além disso, democratizamos o acesso à população que tem a chance de vivenciar os ambientes de um dos maiores eventos de moda do país, participar de atividades promovidas pelos patrocinadores e apoiadores, conhecer o novo espaço gastronômico e adquirir roupas e acessórios direto dos fabricantes na loja temporária batizada Nômade e instalada no Expominas”, frisou Roscoe.
“Já podemos vislumbrar a edição de abril de 2019 com novidades que vão além do que as pessoas esperam”, comentou o novo diretor criativo do Minas Trend, o estilista Ronaldo Fraga. E nós já constatamos o tanto de transformação que o evento conseguiu apresentar já nessa temporada de lançamentos Outono-Inverno 2019. Flávio Roscoe e Ronaldo Fraga implementaram mudanças vanguardistas que democratizaram o evento, como temos enfatizado. Com o tema Agora e Para Sempre, o projeto do novo Minas Trend surpreendeu pela inovação ao pensar a moda na simbiose do tempo e do ser humano, levantando questões sociais, culturais e de diversidade. Até o próximo dia 1º, no Expominas, visitantes poderão mergulhar na experiência da moda plural.
A noite de abertura da Semana de Moda ressignificou a passarela e seu discurso: trouxe 13 talentos autorais de Minas Gerais, no dia 28 de outubro, para desfilar looks que exaltaram alternatividade, identidade e essência. Ronaldo contou que fez essa proposta e acabou sendo uma oportunidade para mostrar o trabalho dos estilistas que seguem o caminho autoral repleto de engajamento, atitude, sustentabilidade e inovação. “Nós iríamos fazer uma seleção de cada projeto enviado, mas decidimos inserir todos. Era a primeira vez que o Minas Trend promovia um desfile de abertura diverso e autoral como um cartão dourado que representa o evento e eu sabia que existiam muitas marcas incríveis e pouco divulgadas, então nos guiamos por esse caminho de união e cooperação entre marcas, ideias e sentimentos”, relevou Ronaldo Fraga. As grifes mineiras do desfile, Anne Est Folle, Candê, Fe-Lis, Not Equal, Jardin, Jessica Andrade, LED, Libertees, Lucas Magalhães, Meniax, Miêtta, Nouveau Jour e Virgilio Couture apresentam o início de um caminho que leva às passarelas nas próximas edições. A ideia é inserir também marcas de todo o Brasil e da América Latina. A cenografia feita com contêineres, inspirada em uma cidade imaginária colorida e mutável, e a trilha, formada pelas bandas The Pulso In Chamas, Velotrol e Poison Gas, também foram símbolos de inovação durante o desfile. “Eu queria uma ambientação que trouxesse oxigênio e que as pessoas gostassem de estar ali”, complementou Ronaldo Fraga.
Toda a materialidade dos elementos durante a semana de moda mostra o planejamento em expandir o alcance. Com uma previsão de 15 mil visitantes na edição, o número inclui aproximadamente 700 compradores vip’s e 3 mil espontâneos. Além disso, o Minas Trend, durante sua história, impulsionou mais de R$ 100 milhões em apoios para empresas. A cadeia produtiva da indústria mineira de moda, na qual o presidente da Fiemg possui experiência há anos, responde a 23,5% do total de empresas e é a segunda maior empregadora do estado, sendo mais de 130 mil postos de trabalho e contando com mais de 10 mil fabricantes, o que descreve o estado como o pólo da moda. Segundo Flávio, o mercado também foi inspiração para investir na ampliação de marcas, setores e tecelagens participantes do Minas Trend, o que incentiva ainda mais a indústria. O Minas Trend conta com a participação inédita de três das maiores tecelagens – Cedro Têxtil, Ematex e Tear Têxtil -, além da Silmaq, uma das principais máquinas de costura industrial do segmento. Na nova edição, a Semana traz as coleções de 191 marcas, contando 82 de vestuário, 72 de joias e bijuterias e 37 de bolsas e calçados, distribuídas por 246 estandes. “Nós acreditamos que na próxima edição vamos dobrar o número de patrocinadores e aumentar ainda mais as marcas autorais participantes. Esse evento começa a criar outras receitas devido a isso, principalmente com as pessoas que vêm ao evento, compram, se interessam, divulgam e consomem”, disse Roscoe.
Para levar adiante o objetivo de fomentar a indústria mineira, SESI-MG e SENAI-MG são as duas entidades que marcam presença no Minas Trend. Durante o evento, apresentam os serviços disponibilizados e as atividades para o público, além de oferecer oficinas e demonstrar tecnologias para profissionais e aprendizes de uma gama de setores da indústria. Investindo nos setores industriais, a iniciativa traz a área “Conheça o SESI”, espaço que conta com a área de exposições, onde é exibida a criatividade dos alunos da instituição e a qualidade da infraestrutura educacional. Nesta edição do evento, o SESI traz a mostra fotográfica “Photon – Fotografia na Escola”, composta por produções de alunos do SESI/ SENAI, que visa uma forma diferente de enxergar e entender os espaços do cotidiano. Além disso, o Museu de Artes e Ofícios, mantido pelo SESI-MG, leva ao Expominas a exposição “Ofícios da Moda”, revelando um recorte ao resgatar a memória e importância de atividades como tecelagem, fiação e lapidação. A rede SESI prepara alunos para o mercado de trabalho e investe em educação para desenvolver a cultura da inovação, da criatividade e do empreendedorismo, todos traços presentes na mais nova edição do Minas Trend. Com mais uma novidade, a entidade exibe durante o evento um robô, representando a indústria da moda e construído com LEGO pelos alunos da Educação Tecnológica, que une robótica e programação. Para completar a experiência educativa e cultural, o SESI apresenta seus serviços nas áreas de Saúde, Educação, Cultura, Esporte e Atividades Físicas, Empresariais e de Responsabilidade Social com oficinas e mini palestras. Com acesso livre, visitantes podem conhecer o braço mecânico robotizado que produz croquis, a caneta 3D no desenvolvimento de protótipos, óculos virtuais com simulação da indústria 4.0. A parceria com o Minas Trend é essencial para continuar o legado de dedicação à educação e tecnologia. O SENAI CETIQT do Rio trouxe a exposição de todas as edições do projeto SENAI Brasil Fashion. O objetivo é fortalecer e divulgar a educação profissional no Brasil por meio de uma plataforma de moda que capacita os alunos através de uma experiência hands on – e que gera visibilidade para o segmento. jovens estilistas e modelistas, alunos dos cursos de longa duração na área de moda oferecidos pelo sistema SENAI de todo o Brasil. Os alunos estão na quinta edição do projeto que prepara minicoleções compostas por três looks em um grande desfile. Eles têm como coaches os estilistas Lenny Niemeyer, Lino Villaventura, Ronaldo Fraga e Alexandre Herchcovitch.
Como grande apoiadora oficial do evento, a ArcelorMittal traz ao salão da moda o “Pavilhão Nuvem”, espaço repleto de soluções inovadoras e versáteis em aço. Para a montagem no Minas Trend, foram incluídas cortinas em linho que dão intimidade ao espaço interno, telas soldadas da ArcelorMittal para trabalhar o reuso, além de ganchos de vergalhão para receber redes de descanso com a chegada do público ao espaço, promovendo um intervalo na experiência do evento.
Além do desfile de abertura repleto de moda autoral, o evento também traz o Projeto Nômade, uma loja itinerante formada por 20 marcas de vestuário, acessórios, calçados e objetos de design. Os visitantes do evento podem garantir peças de fabricantes mineiros. E ainda fica melhor: parte dos produtos já é a coleção Outono-Inverno 2019. O fortalecimento de Minas Gerais como polo incrivelmente rico é pauta, mas também busca enfatizar que a moda é para todos. “As marcas, nessa edição, puderam participar mais democraticamente, o que é uma evolução das últimas edições, em que apenas as grandes marcas poderiam se manter nesse sentido”, contou Flávio. Os idealizadores buscaram trazer marcas diferentes, o que inclui a parceria com o Sindivest de Alagoas, trazendo a estreia na passarela mineira de marcas de acessórios como Ateliê Endy Mesquita, Ateliê Escola Criar, Caleidoscópio, Sandra Cavalcante, Carol Paz, Alana Tenório, Leia Monteiro e Estúdio Monteferro e as marcas de vestuário Aquas Beachwear, Ateliê Nathalia Amaral, Manu Mortari e Maneka. Além disso, joias-bijuterias também marcam presença ao trazer tendências da nova temporada nas coleções dos criadores associados do Sindijoias/MG em um desfile batizado Trendbijoux.
O caminho para cada marca, indivíduo e estilista é diverso e múltiplo, o que caracteriza a campo atualmente, em especial no momento em que a diversidade é tão valorizada, além disso, o incentivo para criar pontes entre setores e a moda é destacado pelos idealizadores da 23ª edição do Minas Trend.“A moda, além da mídia que gera, estabelece diálogo com todas os setores e indústrias, da química ao aço. Ela é capaz de se conectar com todos os meios e eu espero que a semana possa ser uma referência no futuro para o meio industrial também, mas tendo como protagonista a moda”, comentou Ronaldo. Segundo Flávio, haverá um grande incentivo à exportação. “É algo que nós buscamos trabalhar, educar e desenvolver no estado, inclusive esperamos na próxima edição articular cada vez melhor os negócios que envolvem compradores internacionais”, completou.
Com tanta tecnologia envolvida na elaboração de um dos maiores eventos de moda do país, a FIEMG garante que a evolução de um mercado consciente, diverso, competitivo e justo é um caminho a se seguir. “A moda é o berço da industrialização em Minas Gerais e também no mundo. É necessário investir nesse processo, como fizemos ao contar com a participação inédita de três tecelagens, a Cedro Têxtil, a Ematex e a Tear Têxtil, incluindo também a Silmaq, marca de máquinas de costura industrial. Um dos nossos objetivos na próxima edição é instaurar uma exposição têxtil junto com confecção, mostrando o encadeamento e o setor produtivo andando juntos”, frisou Roscoe.
Ronaldo Fraga acrescentou: “A moda é o retrovisor do tempo e, independente do que aconteça, ela vai continuar causando esse registro. Nós olhamos o século passado e muito é dito pelo que se vestia. Eu acredito que tem uma força maior do que o momento político que estamos vivendo: a inclusão, do entendimento e do aceite das diferenças. Isso não tem retorno e vai continuar refletindo na moda. Uma mudança política não vai regredir isso e uma luz está sendo lançada nos grupos que antes não existiam como consumidores e que não eram visíveis principalmente pela indústria da moda. Eu sou extremamente otimista, também pela economia, porque existe um mercado para trabalhar essas diversidade. Nunca se pensou como agora em fazer roupa para deficientes, pessoas mais idosas que eram invisíveis aos olhos da sociedade. Dessa mudança não temos como voltar atrás. Ela só continua em frente”, defendeu o diretor criativo.
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