Minas Trend – Day 1: ode ao Algarve de Victor Dzenk, o poder dos acessórios no coletivo Trendbijoux e a estreia do grupo de alagoas na 23ª edição da semana de moda inclusiva e diversa


O line up do evento patrocinado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), contou com Atelier Chilaze, Hector Albertazzi, Letícia Sarabia Acessórios, SD por Sheila Morais, Palone Design e Camila Klein reunidos pelo Sindijoias/MG. O Sindivest de Alagoas trouxe as marcas Alana tenório, Aquas Beachwear, Ateliê Criar, Caleidoscópio, Carol Paz, Endy Mesquita, Leila Monteiro, Maneka, Manu Mortari, Nathália Amaral, Sandra Cavalcante e Estúdio Monteffero. Alagoas é o estado, depois de Minas, com maior número de participantes no Salão de Negócios

 

Cada dia é uma surpresa diferente na passarela da 23ª edição do inovador Minas Trend. Promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o primeiro dia oficial do evento contou com collabs poderosas da moda alagoana e a aproximação maior entre os estilistas e o consumidor. Diminuindo as hierarquias do mercado e inserindo a passarela da moda no centro do maior Salão de Negócios da América Latina, os desfiles desta segunda-feira foram realizados seguidamente, logo após os lojistas encerrarem as atividades nos estandes. No line up do day 1 do Minas Trend Agora e Para Sempre tivemos o desfile do TRENDBIJOUX by Sindijoias/MG, que convidou o público a uma viagem intimista. Logo na sequência, a esperada estreia do grupo Alagoas sob a batuta do Sindivest Alagoas que exaltou à décima potência a cultura estadual, valorizando desde a fauna até a flora com o tema Lagoas: dp amanhecer ao entardecer. Finalizando a noite, o poderoso Victor Dzenk construindo uma nova visão sobre Portugal, ao mostrar as belezas do Algarve com leves toques de brasilidade. Vem conferir tudo o que rolou por aqui!

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TRENBIJOUX BY SINDJOIAS/MG

O Sindijoias Ajomig está em casa. Já é a terceira edição do desfile do Trendbijoux que reúne seis marcas nacionais de bijus e semi-jóias na passarela do Minas Trend. A parceria duradoura contribui para a valorização da moda autoral no mercado de acessórios. “O sindicato tem o papel fundamental de dar oportunidade para pequenas empresas. Ao fazer um desfile coletivo, estamos democratizando o acesso dos criadores ao backstage e à passarela. A ideia é que juntos possamos incentivar uns aos outros. Temos o compromisso de continuar nos reinventando. Somos uma inspiração para muitos”, afirmou o presidente da Sindijoias/MG, Manoel Bernardes. A união faz a força e o sucesso do desfile do Sindijoias é prova. “O Minas Trend é o maior Salão de Negócios da América Latina e, ao mesmo tempo, consegue abrir espaço para o novo. Não estamos falando apenas de uma moda festa, mas de um lugar de investigação do futuro do setor”, completou.

Com a responsabilidade de abrir a passarela da 23ª edição do Minas Trend, as marcas Atelier Chilaze, Camila Klein, Hector Albertazzi, Letícia Sarabia, Palone Design e SD por Sheila Morais deram um show ao trazer suas visões pessoais sobre as tendências para o Inverno 2019. “A proposta era falar de contemporaneidade e autoralidade”, afirmou Maurício Carvalho. E assim foi feito. Além de ditar tendências, as grifes levaram o público a uma viagem introspectiva na busca pela calmaria. O desfile contou com uma alusão ao caos exterior em contraponto com a tentativa intimista de encontrar a paz. Com coordenação geral de Carlos Penna, a inspiração veio através da atmosfera de um poema de Charles Baudelaire.

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O passeio pelo universo começa com um look que reúne diferentes peças de cada uma das seis grifes. O desfile é uma tomada de fôlego no meio do caos. Exatamente por isto queremos incitar a confusão mental através da disposição das bijus”, explicou a stylist do desfile, Bianca Perdigão. A partir disso, a individualidade das marcas tomaram a passarela, trazendo ideais de reflexão desta busca. “No meio do caos do mundo, o interlocutor embarca nesta jornada pela busca da calmaria interior. É uma descoberta intimista”, salientou. O mesmo mar revolto de bijus acabou por finalizar o desfile.

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A beleza do desfile ficou por conta de Ricardo dos Anjos. O maquiador encontrou as tendências para o inverno 2019 que mais se adequavam para o mood do desfile da Sindijoias e o resultado foi uma passarela clean. “Apostei em um cabelo preso clássico do inverno com um visual bem limpo para prevalecer a jóia. Além de uma maquiagem com interferência de pigmentos metálicos e gloss nos lábios, em uma pele leve e suave”, salientou o profissional.

Quando o Atelier Chilaze passou na passarela do Minas Trend, a associação foi imediata. Com uma identidade visual poderosa, a marca levou os seus característicos maxi colares inspirados em tons terrosos, indo desde o laranja até o marrom escuro. “Com exclusividade, estou misturando várias matérias-primas. Sempre usei no máximo duas ou três, mas, dessa vez, coloquei peças com até cinco! Misturei cortiça com madeira, resina, corda e metal”, comentou a designer Cláudia Chilaze. A qualidade do produto e o handmade são palavras de ordem na grife carioca que faz jus à criatividade e ao aproveitamento dos materiais. Com peças únicas e super artísticas, o Atelier Chilaze levou a ousadia e a brasilidade.

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O romantismo ficou por conta de Letícia Sarabia. A designer, cuja marca carrega o próprio nome, apostou na tendência de peças marítimas que já estão bombando no Verão 2019 para a passarela. A coleção ‘A-mar’ traz à tona elementos do fundo do mar com metais e cristais. “A ideia é trazer elementos leves, porque estamos passando por um momento de caos no Brasil e a minha marca entra como um respiro, uma renovação de energia… Espero que isto tome a passarela e o país”, afirmou Letícia, que já atua desde 2011 com sua grife no mercado.

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Enquanto Letícia propõe uma renovação, a SD por Sheila Morais instigou a felicidade na passarela com uma coleção denominada Alegria. “Estou levando amor. O meu último look, inclusive, pede por mais compaixão no mundo e na moda”, afirmou a designer Sheila. O tema reúne cores fortes da estação como branco, rosa e azul e contoucom vários desenhos que reforçam o lado mais sensível. As flores chegam com tudo acompanhadas de corações esmaltados com pérolas cravejadas. Os maxi acessórios vieram para ficar também sob o olhar de Sheila.

A coleção Translúcido da Palone Design chegou à passarela do Minas Trend. Criada especialmente para esta edição do evento com uma coleção cápsula e repleta de simbologia, a marca de acessórios traz a tendência interessante da transparência e do lino como matéria prima. “Nós usamos lino com pontos de luz, iluminando a peça, que é o que precisamos no momento. E transparente entra em conexão com o ‘eu’ e o momento que estamos vivendo, devido à mídia, ao Instagram e a internet”, contou Palone Leão, proprietária da marca. Além do lino, ela utilizou minerais de ferro de forma bruta e metal em abundância, sempre atenta aos detalhes nas peças delicadas.O processo de minuciar a criação handmade e de se inspirar, para a designer, veio da mãe. “Eu herdei dela o dom de criar. Ela era designer de joias e, desde criança, eu ia ao escritório dela e a observava fazer as peças, o que até hoje é minha inspiração. E o processo de se reconectar com a inspiração pode acontecer no cotidiano e pode vir do nada”, contou Palone.

Hector Albertazzi, em contrapartida, apostou na mitologia e diversidade de crenças para criar o design das bijus. Lembrando a antiguidade,ele trouxe para a passarela deuses e seres que apareceram nos acessórios em materiais como metal, o grafite e pedras de esmeralda. A marca Camila Klein, enquanto isso, investiu em peças que trabalhavam a ilusão de ótica. O geométrico ganhou força em formatos triangulares e quadrados e a paleta de cores ficou pelo bordô, cinza, flúo, preto e branco. A principal aposta da coleção foram os maxi brincos e braceletes.

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Desfile Alagoas

Um dos marcos do novo Minas Trend foi trazer Sindivest Alagoas para Minas Gerais, no desfile que valorizou a cultura e a essência alagoana. É a primeira vez que Alagoas toma a passarela do evento mineiro, por isso não faltaram surpresas e exaltação da criatividade regional. Ao todo, 12 grifes participaram desta estreia como Alana Tenório, Aquas Beach Wear, Ateliê Criar, Caledoscopio, Carol Paz, Endy Mesquita, Laila Monteiro, Maneka, Manu Mortari, Nathália Amaral, Sandra Cavalcanti e Estúdio Monteferro. Segundo o presidente da Sindivest de Alagoas, Francisco Acioli, esta segunda-feira representou um novo caminho para a moda do estado. “Toda a produção foi feita em Alagoas com a curadoria do Minas Trend e nós temos apoio do governo do estado, do SEBRAE e da FIEMG, então, hoje, vivemos um começo de uma nova história no Minas Trend. No início, éramos duas empresas e hoje somos 12, em que representamos 10% da feira. Isso tudo é fruto de um trabalho de equipe e, se não tivéssemos o apoio das instituições, não estaríamos aqui”, frisou Francisco. Expandir o comércio, valorizar a produção cultural e os nomes que fazem as engrenagens da moda girar no Nordeste são a tônica do Sindivest. “Nós temos artistas natos e uma personalidade muito forte. O nosso artesanato enriquece a passarela”, comentou o presidente, que estava acompanhado da primeira-dama do estado de alagoas, Renata Calheiros. Apesar do mercado da região ainda ser muito recente, Alagoas provou que sabe muito como produzir moda.

Primeira-dama de Alagoas, Renata Calheiros, e presidente da Sindivest, Francisco Acioli, assistiram juntos ao desfile (Foto: Anna Castro)

Foi difícil encontrar uma pessoa que não tenha ficado encantada com o desfile de Alagoas. Não apenas pela beleza das roupas e acessórios, mas as marcas representaram o estado ao mostrar a importância da união. Em uma collab gigante, as 12 grifes se transformaram em uma só dando um show de diversidade. Com styling de Davi Leite, o mood da passarela convidou o público para passar um dia em Maceió, aproveitando as belezas desde o amanhecer até o entardecer. “A cartela vai acompanhando estas nuances começando dos tons claros, caindo nos terras, dourados e terminando nos pretos”, salientou. Para potencializar a mensagem que cada grife passou, Ricardo dos Anjos, que assinou a beleza, apostou em uma make mais fresh,  leve e limpa, com apenas alguns fios soltos. “Este desfile é uma homenagem ao povo nordestino, que é tão criativo, espontâneo e feliz. Nestas eleições, eles foram um respiro em meio ao caos. Temos muito o que aprender com eles. Eles são poderosos”, garantiu o beauty artist.

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Diversidade é uma das principais apostas do Minas Trend com a direção criativa de Ronaldo Fraga e nada mais inclusivo do que a moda alagoana de Maneka. A marca plus size valoriza todos os shapes da mulher brasileira, provando que este público possui muitas opções de qualidade no mercado. “As pessoas anseiam por ver o nosso desfile já que esperam modelos plus size e nós realmente conseguimos levá-las para a passarela. Comecei a apostar nesta linha, porque realmente há muito preconceito e dificuldade de encontrar peças jovens para este público. É sempre um desafio, mas estamos conseguindo trazer a bandeira da diversidade”, comentou Lara Amorim. A coleção Cactus é um tributo à região de Alagoas, tendo sido inspirada na vegetação da caatinga como folhas secas, cactus e o universo semiárido. As tonalidades da paisagem acabaram servindo de estampas para calças, blusas e vestidos, passeando, assim, por elementos solares, a escassez da terra e o linho. A paleta de cores fica pelos tons de terra, verde, preto e branco. Já tendo desfilado outras vezes no Minas Trend, a marca conta com estampas para lá de diferenciadas e algumas, inclusive, foram criadas em parceria com a FIEMG. “A FIEMG é uma potência. O Minas Trend é o maior evento de moda da América Latina e quando nós achamos que não dá para melhorar, eles conseguem nos surpreender. Esta edição está maravilhosa e eles fazem a diferença na moda do país”, agradeceu a estilista, que assina o mood junto com Laís Amorim.

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Para Sandra Cavalcante, o mood do desfile é imporantíssimo “Alagoas é a minha marca, a minha inspiração e a minha origem”, adiantou a estilista, dona da grife que carrega o seu próprio nome. A partir desta identificação direta, a coleção esbanja toques clássicos nordestinos como o crochê, a customização e as redes. “Busco inovar ao trazer a mulher atrevida, ousada e chique. Vim do manguezal e levo isso para as minhas tramas, que é a minha marca registrada”, adiantou. Participando pela primeira vez do desfile coletivo de Alagoas, a empresária ainda comemorou o ótimo momento para marcar presença no evento que ganhou uma boa repaginada nesta edição. “Fiquei maravilhada com o resultado final do desfile de abertura. Não tenho dúvidas de que vamos ganhar proporções internacionais ainda mais potentes”, comemorou.

Como linha guia do desfile, Alagoas continua sendo protagonista da coleção de Endy Mesquita e que, especialmente na nova coleção, trouxe liberdade como a palavra-chave. Nesse sentido, a designer de bijoux fez uma homenagem a Zumbi dos Palmares. Tendo a cultura quilombola como foco, as peças possuem muitos metais, búzios, madeira e outros materiais naturais, mas compondo de forma luxuosa, com banho dourado, de ouro velho e prata. O estilo africano em simbiose com o brasileiro dá o tom destas peças. “Nosso ateliê não faz uma coleção simplesmente por fazer. Nós contamos uma narrativa com as peças e esse é o diferencial. E, nessa coleção, trazemos Zumbi, que foi um homem incrível e que merecia ser homenageado. Não só ele, mas o povo que ele representava”, frisou a designer de acessórios. Com quase 10 anos de história no mercado, a alagoana transformou o seu hobby em trabalho sério. No DNA marcante do ateliê, as peças elaboradas são resultado de um processo minucioso de valorização da matéria-prima e da produção artesanal. “O Brasil está precisando vestir mais suas raízes e, nesse desfile pensado em Alagoas, cada marca trouxe um pouco do estado a sua maneira, mostrando a diversidade de ideias, de cultura e de visão que nós possuímos”, comentou Endy.

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O nome Alagoas significa uma terra que possui muitas lagoas e foi a partir disso que surgiu o tema da marca Caleidoscópio. Através de ‘As Lagoas das Alagoas’, marca apostou nas belezas naturais da região exaltando nos acessórios. Inclusive, determinadas bijus são inspirada no sururu, um marisco que só existe na região. “As lagoas são fundamentais para a economia do nosso estado, por isso focamos nela. Além disso, com esta coleção, estamos ajudando a trazer ainda mais luz a causas ambientais que, por sinal, são levadas em consideração no meu estado”, salientou Renata Fontana, que é sócia da empresa ao lado de Janine Fontana. Com madrepérola, pirita, ágata, pérolas e cristais Swarovski em tons esverdeados e alaranjados em sua composição, a jóia reflete aquilo que  a região tem de mais bonito. A flora também marca a coleção através do colar flores do mangue, por exemplo, que faz uma alusão à vegetação típica das lagoas. O design inovador é confeccionado, ainda, por um grupo de mulheres que são treinadas pelas próprias donas para trabalhar no ramo. Além de ser autoral, a Caleidoscópio ainda fomenta a economia.

A marca Aquas Beachwear trouxe como grande inspiração para a nova coleção as belezas naturais de Alagoas, especialmente as cachoeiras no interior do estado, em Murici, onde a fábrica está instalada e, em homenagem ao local em que foram bem recebidos. Kelly Acioli, designer, conta que elementos na natureza foram incorporados às peças da coleção “Nós trazemos esse movimento da água, da cachoeira, as cores indo dos tons terrosos pela questão das rochas até o verde das águas, sem esquecer dos tons da nossa mata, que é pura e faz parte desse cenário. Então passamos pela cartela de terrosos, azuis e verdes e valorizamos o movimento da água, o que podemos ver nas curvas das mulheres com as peças que exalam sensualidade”, comentou Kelly. Além dos elementos de cor, a renda, vinda da própria região, também é parte dos detalhes da coleção, para valorizar a mão de obra local, que a marca investe ao capacitar mulheres para o processo de confecção.

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Alana Tenório trouxe outra visão do estado de Alagoas para a sua coleção inspirada na cidade Maceió ao apostar em elementos como a palha, tradicional da região. A partir desta matéria-prima, ela foi estilizando as últimas tendências da moda aplicadas ao seu jeito handmade de criar. Outra marca também ligada à palha como elemento central é a Leila Monteiro. A designer apostou na lembrança afetiva da infância, que se inscreve na passarela com crochê, madeira, palha, cordas e linhas, de uma forma bem rústica. Deixando a pegada mais delicada de lado, entra em cena o Estúdio Monteferro com a coleção Indomável trazendo a natureza bruta, com pedras, sementes, fibras, metais oxidados, incendiados e polidos, além dos elementos marinhos.

A matéria-prima também é essencial para o Ateliê Escola Criar. Inspirada no solo do sertão, a coleção Raízes aposta em cristais, ferro, couro, cobre, palha e pedras para agregar ainda mais beleza as roupas. Enquanto o foco da Escola Criar é o chão, a marca Carol Paz focou no amanhecer e no pôr-do-sol. A estilista, cuja grife carrega o seu nome, aposta em maxi colares que trazem as luzes dos primeiros raios do dia e também abusa de metais e colorações mais escuras para mostrar o entardecer.

A história ficou por conta da marca Manu Mortari. Inspirada em xilogravuras do Nordeste, a coleção Xílo buscou elementos da arte de cordel em peças customizadas. As técnicas manuais se alinham com a modernidade através de roupas que retrataram a cultura e a religião. Por outro lado, a grife de Nathália Amaral também se inspirou no lado cultural da região. A coleção Menina de Engenho buscou elementos de Antonio Costta e na obra de José Lins do Rêgo para confeccionar tecidos em tons terrosos. Poá e babados também fazem parte do mood, dando uma pegada mais romantizada.

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VICTOR DZENK

Victor Dzenk aproximou o público da passarela em peças que exalavam elegância, arte e identificação. Inspirada em sua última visita ao Algarve –point dos portugueses nas férias europeias -, a coleção desconstrói a clássica ideia da terrinha, trazendo detalhes 100%  contemporâneos. “Fiquei impactado ao ver uma Portugal diferente daquilo que lembramos. Completamente moderna, vanguardista e futurista”, informou o estilista. Victor nos levou para uma viagem até o país, exibindo o lado fashionista e inovador dos portugueses. É uma convite para atualizarmos a nossa visão.

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O Portugal revisitado de Victor foi endossado pelo styling de Felipe Veloso. “A roupa do Victor já trazia referências explícitas sobre o ideal contemporâneo que ele embarcou, principalmente, através das estampas. Recriamos esta proposta de uma maneira muito simples apostando nas amarrações dos lenços portugueses. De qualquer forma, o mood se basta, deixando a proposta clara sem depender de um stylist mais definido. Foquei na composição de texturas a partir das proximidades”, garantiu Felipe Veloso. “Vivemos dias nos quais a moda não possui grandes referências, devido à liberdade, mas as pessoas precisam assimilar de forma mais real a identidade da passarela. Sendo assim, nós trazemos um exercício um pouco mais explícito para que o público se identifique e reconheça. Fugimos um pouco do abstrato”. A beleza, assinada por Ricardo dos Anjos, se inspirou no visual das mulheres lusitanas, focando em sobrancelhas bem marcadas. O cabelo ganhou uma escova simples e a make incluiu uma boca bem marcada em um suave degradé entre o rosa e o roxo.

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Ao som da nova safra da música portuguesa, o estilista apostou na azulejaria contemporânea, no smoking masculino para pontuar as cinturas, no plissado leve e pesado, no tricô, na alfaiataria e em tecidos fluidos. As peças elevam as cores das paisagens, gostos da gastronomia e artesanato português, o que levou o estilista a reforçar a ideia de feminilidade. A famosa tapeçaria Arraiolo é a principal referência para trazer releituras do azulejo, da cortiça, do animal print floral, além das maxi e mini estampas. As cores são fortes e marcantes. Com estampas inspiradas na tapeçaria, ele encontrou a interseção entre os portugueses e a moda nacional. Neste caso, o trabalho da artista plástica Clara Valente, que traz traços lúdicos e geométricos, serviu de base para a criação das estampas dos últimos looks que mostraram esta conexão. “A tapeçaria, muito presente na arte de Portugal, passeia pela coleção na interpretação da obra da Clara que reúne o lúdico, as formas geométricas e os tons vibrantes. A coleção é uma homenagem à mulher luso-brasileira”, pontuou.

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Victor é consagrado nas passarelas do Brasil afora e, dessa vez, teve a responsabilidade de encerrar o primeiro dia oficial do Minas Trend Agora e Para Sempre, sob a batuta de Ronaldo Fraga. “Fico muito feliz de estar participando desta edição repaginada, cujas mudanças compactuo totalmente. Precisamos valorizar os criadores. O evento está colorido”, comemorou.

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O primeiro dia oficial da 23ª edição do Minas Trend chegou ao fim reverberando diversidade cultural e traçando um novo caminho da moda brasileira: a beleza da união de marcas que, juntas, promovem um espetáculo na passarela, e a proximidade entre o público e o estilista. O desfile TRENDBIJOUX by Sindijoias/MG revelou a importância da integração entre sindicato e marcas. Alagoas chegou provando que o Nordeste sabe produzir artesanato de luxo e, ainda, dando uma aula de como a moda colaborativa é essencial atualmente. E, para finalizar, Victor Dzenk quebrou barreiras oferecendo qualidade e internacionalização. Avant, Minas Trend!