Dr. Alessandro Martins participa da Jornada Carioca de Cirurgia Plástica e analisa os temas mais abordados e inovações


“As tecnologias que estão ganhando destaque atualmente utilizam plasmas de Argônio e de Hélio, que prometem estimular a produção de colágeno. Embora o tratamento da gordura continue a ser realizado por meio da lipoaspiração mecânica, essas novas tecnologias são aplicadas para promover a produção de colágeno, o que ajuda a tratar a flacidez e a melhorar a aderência da pele à musculatura”, comenta o cirurgião plástico que ainda detalha os procedimentos mais procurados no momento e o avanço nas inovações

*Por Alessandro Martins

Recentemente, o Rio de Janeiro recebeu a 43ª Jornada Carioca de Cirurgia Plástica – e eu decidi compartilhar alguns dos temas mais debatidos pelos especialistas da área. Um dos principais destaques foi o avanço das tecnologias associadas à lipoaspiração. Embora essa seja uma técnica já bastante consolidada, tradicionalmente realizada apenas com cânulas e lipoaspiradores, nos últimos anos novas técnicas e tecnologias foram introduzidas. Essas inovações visam melhorar a fragmentação da gordura, especialmente em pacientes que já passaram por lipoaspirações anteriores, além de reduzir a perda sanguínea e aprimorar a qualidade da gordura para procedimentos de lipoenxertia.

As tecnologias que estão ganhando destaque atualmente utilizam plasmas de Argônio e de Hélio, que prometem estimular a produção de colágeno. Embora o tratamento da gordura continue a ser realizado por meio da lipoaspiração mecânica, essas novas tecnologias são aplicadas para promover a produção de colágeno, o que ajuda a tratar a flacidez e a melhorar a aderência da pele à musculatura. Isso resulta em um aumento significativo na qualidade dos resultados, especialmente em lipoaspirações de média e alta definição. Nesses procedimentos, o objetivo é realçar a musculatura da parede abdominal, criando um contraste entre áreas de relevo e depressão para simular uma definição muscular mais acentuada.

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Essas inovações foram amplamente discutidas, com foco em como estimulam a produção de colágeno, suas indicações e possíveis complicações. Elas geram energia térmica que aquece o tecido, e é esse aquecimento que impulsiona a produção de colágeno pelo organismo. Os riscos incluem queimaduras, hipocromias e até mesmo aderências excessivas, que podem levam a resultados tardios desfavoráveis, especialmente se o paciente ganhar peso. Os endolasers, embora sejam tecnologias mais antigas, também continuam a ser muito comentados devido à dupla função de quebra de gordura e fibrose, além de estimularem a produção de colágeno, inclusive não só nas cirurgias corporais, mas também nas associações em cirurgias faciais.

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Dr. Alessandro Martins (Foto: Vinicius Mochizuki)

As radiofrequências estão sendo utilizadas não apenas externamente, na pele, como nas sessões realizadas em consultório, mas também em cirurgias. A radiofrequência intra-operatória gera calor, e esse aquecimento provoca uma lesão térmica que, por sua vez, estimula a produção de colágeno. Temos múltiplas tecnologias, cada uma com seu nome comercial. Entre elas, o Renuvion, no plasma de Hélio; o Argoplasma, no plasma de Argônio; o Bodytite, nas radiofrequências; e o One Step, nos endolasers.

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Nas cirurgias faciais, também se destaca o uso de técnicas de descolamento profundo do SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), um tecido que reveste a musculatura da face e contribui para a flacidez e o peso que essas estruturas exercem no rosto. Isso resulta em sinais como as linhas de marionete, o bigode chinês e a perda de definição do ângulo da mandíbula.

As técnicas de descolamento mais profundo desse tecido, conhecidas como Deep SMAS ou Deep Plane, permitem um reposicionamento mais eficaz dos tecidos faciais com menor descolamento da pele. A principal vantagem dessas técnicas é a maior tração e fixação do plano profundo nas estruturas faciais, o que reduz a necessidade de grandes descolamentos. Isso diminui o risco de complicações, como a desvascularização, que ocorre quando há uma redução do fluxo sanguíneo, podendo resultar em lesões como necroses durante cirurgias de face lifting.

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A rinoplastia também ganha destaque com as técnicas de estruturada e preservadora, nas quais o objetivo é manter a estrutura cartilaginosa do nariz e preservar sua função respiratória. Essas técnicas utilizam vários enxertos de cartilagem para criar narizes mais estruturados, fortes e bem definidos, afastando-se da abordagem das cirurgias redutoras do passado, que resultavam em narizes pequenos.

Essas técnicas já foram bastante estudadas e são introduzidas no mercado com segurança. No entanto, sempre alerto os pacientes sobre a necessidade de cautela ao lidar com calor e energia. É fundamental que o procedimento seja realizado por um profissional experiente e conhecedor desses equipamentos para evitar complicações, como queimaduras, que poderiam comprometer os resultados das cirurgias corporais, como a lipoaspiração, e até mesmo causar problemas graves.

Sempre destacamos que a cirurgia plástica é destinada a pessoas saudáveis que buscam melhorar sua autoestima. Qualquer complicação pode impactar profundamente o paciente. É importante ser cauteloso com promessas milagrosas e resultados extraordinários, especialmente nas redes sociais, pois nem todos terão o mesmo tipo de resultado, e cada paciente possui indicações específicas para diferentes tecnologias e procedimentos. O fato de um procedimento estar na moda não significa que ele seja o mais adequado para você. A escolha do procedimento deve ser feita com base na avaliação de um profissional, que, utilizando seu conhecimento, estudo e experiência, determinará a melhor técnica para alcançar o resultado desejado – Alessandro Martins

Outro tema discutido nesta Jornada Carioca foi o aumento dos explantes, ou seja, a retirada de próteses de silicone. Atualmente, há um número crescente de pacientes optando por não ter mais esta prótese. No entanto, é fundamental alertar que o explante não deve ser encarado como uma tendência, pois nem todas as mulheres possuem tecido suficiente para realizar essa cirurgia e manter um volume mamário. É importante lembrar que, inevitavelmente, o volume mamário de quem remove a prótese será menor. Em alguns casos, não há tecido ou gordura suficientes para serem enxertados, o que torna impossível remodelar a mama após a retirada do silicone.

As próteses de silicone continuam sendo um material seguro, com indicações e resultados muito positivos. Não se deve criar uma abordagem contra elas, pois cada paciente tem suas próprias necessidades, desejos e características anatômicas. É fundamental respeitar os limites corporais e as medidas torácicas, sem tentar substituir o tecido mamário natural por uma prótese. Qualquer complicação que leve à remoção do implante pode resultar na perda do tecido mamário, dificultando a reconstrução e comprometendo o resultado estético.

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