Cirurgião plástico, Alessandro Martins aborda tema estética genital feminina e masculina e diz o que fazer em cada caso


“É importante que os pacientes saibam que existem opções de tratamento e que não se deve ter vergonha de pesquisar ou de procurar um médico que conheça essa área. Não é um procedimento para ser feito por curiosos’, ressalta o cirurgião plástico, que participou da Quinta Jornada Carioca de Cosmiatria e as novas tecnologias, na qual a estética genital, tanto feminina quanto masculina, foi um dos temas abordados

Cirurgião plástico, Alessandro Martins aborda tema estética genital feminina e masculina e diz o que fazer em cada caso

*Por Alessandro Martins

A estética genital, tanto feminina quanto masculina, foi um dos temas abordados durante a Quinta Jornada Carioca de Cosmiatria. A genitália reflete várias questões e cada paciente sabe aquilo que incomoda, constrange ou não o deixa à vontade com o (a) parceiro (a). Recentemente, aprendi um termo: nudez social. É usado para referir-se a situações não relacionadas a relações sexuais, mas, por exemplo, na academia ou num exame médico, nas quais as pessoas sentem vergonha de tirar a roupa. São situações que trazem um constrangimento ao qual, às vezes, muitos não lançam luz a fundo. É algo que não se deve ser julgado ou criticado, pois é algo íntimo e pessoal que tem que ser respeitado, compreendido e escutado pelos profissionais de saúde que atuam nessa área.

Já tratei, neste espaço, da ninfoplastia, cirurgia feita em pacientes que têm os pequenos lábios muito longos e, por vezes, ressecados ou pigmentados. Esta operação também é solução para a dispareunia, situação em que a mulher sente dor e desconforto durante a relação sexual, porque os pequenos lábios entram no canal vaginal com a penetração, transformando o sexo em algo que traz desconforto.

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Abordamos este assunto, mas hoje estamos falando de estética, não de operação. A genitália feminina perde volume com a idade ou o emagrecimento, fazendo com que tanto os grandes como os pequenos lábios ganhem um aspecto de flacidez, de envelhecimento da vagina – aliás, da vulva: vagina é o canal onde ocorre a penetração, a passagem do parto e a saída do tecido que descama do endométrio, levando à menstruação; vulva é a genitália externa. A flacidez pode ocorrer no espaço suprapúbico (monte de Vênus), nos grandes lábios (porção de pele na qual crescem pelos ao redor da vulva) e nos pequenos lábios (tecido da transição cutâneo-mucosa da vulva onde começa o canal vaginal).

Cirurgião plástico, Alessandro Martins aborda tema estética genital feminina e masculina e diz o que fazer em cada caso

Dr. Alessandro Martins (Foto: Vinicius Mochizuki)

Atualmente, a flacidez é tratada com preenchedores (entre eles, o ácido hialurônico, um dos mais seguros), enxertos de gordura e bioestimuladores de colágeno, na tentativa de preencher os grandes lábios para que a visualização dos pequenos seja menor. Na verdade, como os grandes estão atrofiados ou flácidos, os outros ficam mais expostos, dando a impressão de que são longos. A flacidez causa essa maior exposição. Além desses procedimentos, há técnicas como o peeling inglês, usado para clarear os pequenos lábios. Também usamos laser intravaginal ou ultrassom microfocado intravaginal.

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Quando a região do monte de Vênus tem mais volume, há técnicas como o ultrassom microfocado, utilizado para diminuir o tecido de gordura na região (o oposto do tratamento para flacidez) e o uso de enzimas lipolíticas que também promovem uma “queima” da adiposidade. Temos dois tipos de pacientes: as que têm perda de volume, levando à flacidez por perda de gordura, e as que têm aumento da gordura. Ambos incomodam. Para quem tem aumento de volume na região do púbis,  a indicação seria lipoaspiração; as que têm flacidez podem submeter-se à ressecção de fuso de pele, que deixa uma cicatriz mais ou menos na altura da cesariana, puxando o púbis para cima.

Nos homens, a lipoaspiração pubiana serve para aumentar a visualização do órgão sexual. Essa técnica é bastante utilizada, mas não consegue proporcionar muita exposição e, principalmente, alterar sua espessura quando está flácido. A utilização de ácido hialurônico no preenchimento peniano faz com que o falo pareça mais visível e aumenta seu diâmetro. Temos observado que esta questão constrange muito os pacientes, principalmente quando estão com o membro flácido, pois causa uma impressão de não virilidade, de esconder-se. Até pouco tempo atrás, esse procedimento não era protocolado, o que trazia muitas complicações.

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É preciso ter grande cuidado no plano de injeção do ácido hialurônico, pois aplicar no corpo cavernoso leva à sua obstrução, fazendo com que  o paciente sofra de impotência. É um procedimento que deve ser feito por profissionais que conheçam o plano de aplicação do ácido, com materiais absorvíveis (de forma alguma materiais inabsorvíveis como o polimetilmetacrilato – PMMA) e utilização de cânulas de ponta romba para não perfurar estruturas importantes.

Esses procedimentos podem ser guiados por ultrassom para se obter o plano adequado de infiltração do ácido hialurônico. É fundamental saber a forma de injeção, o ponto onde se insere o ácido para que o paciente tenha o benefício do aumento da exposição do corpo peniano ou de seu diâmetro sem ter complicações como comprometimento do corpo cavernoso e migração do ácido para outras regiões. As camadas são tênues e a pele é muito fina no membro. A injeção numa área onde não há estruturação desse preenchedor pode levar ao seu deslocamento, tornando necessário aplicar hialuronidase (o antídoto do ácido hialurônico) ou fazer até mesmo pequenas incisões para retirar o produto.

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O assunto é recente e muito delicado. É importante que os pacientes saibam que existem opções de tratamento e que não se deve ter vergonha de pesquisar ou de procurar um médico que conheça essa área do corpo. Não é um procedimento para ser feito por curiosos. Há no mercado cirurgiões plásticos e urologistas atuando nessa região e até alguns dermatologistas. Mas é importante que se tenha conhecimento, também, da experiência e do plano de injeção para que o paciente, em vez de de ter um aumento da sua auto-estima, não tenha uma complicação que pode ser irreversível.

Para as mulheres temos dermatologistas, ginecologistas e  cirurgiões plásticos. Tanto o bioestimulador quanto as tecnologias e o preenchedor de ácido hialurônico são muito mais do domínio do dermatologista e do cirurgião plástico do que do ginecologista. Mas há ginecologistas especializados nessa área.

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