*Por Alessandro Martins
Com a contagem regressiva para o verão, devemos estar atentos às doenças causadas pela exposição excessiva ao sol. Entre diversos problemas, temos o câncer de pele que, basicamente, se divide em três tipos: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. É importante entendermos os diferentes cânceres, sua prevenção, seu tratamento e a gravidade de cada um.
O principal fator causador do câncer de pele é a exposição solar crônica. Mas os tipos de pele e fatores genéticos também participam da etiologia da doença. Pacientes com pele muito clara têm mais chance de desenvolver câncer com a exposição ao sol. A melanina atua como protetor em relação à luz solar. O tipo mais comum é o carcinoma basocelular. Trata-se de um tumor que pode ocorrer em várias áreas do corpo, mas ele é muito comum na face. Pode aparecer em jovens e é muito comum em pacientes idosos.
Leia mais – Dr. Alessandro Martins fala sobre as definições do contorno corporal e como evitar os exageros
Esse câncer tem uma característica de invasão local, não dá metástase (quando um câncer sai do lugar e se dissemina, contaminando outro órgão ou os gânglios). O carcinoma basocelular não tem esse padrão de metástase ou de invasão de gânglios. Ele pode ser localmente agressivo; ou seja, pode penetrar na pele, no local onde existe, e invadir as estruturas, como músculo, ossos, cartilagem… Por isso o tratamento precoce é importante. Apesar de ser, na grande maioria das vezes, indolente, de crescimento lento, a displicência com relação ao seu tratamento permite que ele vá invadindo, progressivamente, os tecidos mais profundos.
Outro câncer de pele é o carcinoma espinocelular. Ele pode aparecer tanto em pele como em áreas de mucosa (lábios, por exemplo). A presença do carcinoma espinocelular é bastante comum nos lábios, principalmente em trabalhadores que têm grande exposição ao sol ou ao calor nessa região. Este câncer tem um comportamento diferente: ele não só tem a capacidade de invasão local como pode dar metástase para os gânglios, os linfonodos. É um carcinoma mais invasivo, mais agressivo que o basocelular.
E o terceiro tipo de tumor e o mais grave de todos é o melanoma, caracterizado por lesões normalmente enegrecidas, apesar de também existirem melanomas que não são escuros. Eles têm a característica de serem graves e fazem invasão não só de linfonodos como também de órgãos; ou seja, causam doença no fígado, no baço, no cérebro etc. Esse é o mais grave de todos. E o melanoma tem uma característica: ele é muito comum em pacientes de pele muito clara, apesar de também poder acontecer em pacientes negros.
Esse fator genético, familiar do melanoma se torna muito importante. E nos pacientes que têm histórico familiar, com fator de risco, a exposição solar, mesmo que não tão prolongada, pode levar à formação do melanoma. O melanoma é o mais grave de todos os cânceres de pele. Ele tem uma taxa de doença à distância (invasão dos órgãos) e uma taxa de mortalidade mais elevada que os demais.
Entre todos, o que tem menor taxa de mortalidade é o carcinoma basocelula. Em segundo lugar, o carcinoma espinocelular – se ele invadir os gânglios e os linfonodos. E o de maior gravidade é o melanoma – Alessandro Martins, cirurgião plástico
O tratamento do câncer de pele, independentemente de ser basocelular, espinocelular ou melanoma, é cirúrgico: o tumor tem que ser removido, precisa ser operado. A partir da retirada do câncer, o paciente pode estar 100% curado, tratado (principalmente no carcinoma basocelular) ou pode ter, além da retirada do câncer, o tratamento dos linfonodos, tanto no caso do espinocelular quanto no do melanoma, ou até quimioterapia e radioterapia, no caso do melanoma.
Qual é a importância de lembrarmos do carcinoma basocelular e dos demais cânceres de pele? Que usar protetor solar e evitar exposições prolongadas ao sol, principalmente nos horários de maior agressividade dos raios solares, é a única prevenção que temos contra o câncer de pele.
NÃO SE ESQUEÇA
. A única prevenção do câncer de pele é evitar a agressão dos raios solares e a exposição demasiada ao sol.
. É importante a gente entender o que é fator de proteção de protetor solar. Quando a gente fala de um protetor que tem um fator de proteção 30, 60, 90, 100, indica a cada quantos minutos o protetor solar deve ser retocado. Por exemplo: fator 30 indica que você tem proteção por 30 minutos; então, a cada meia hora você deve retocar esse protetor solar. Essa é a forma de interpretação do protetor solar. Não adianta usar uma vez só e ficar exposto o dia inteiro ao sol achando que, dessa forma, está protegido.
. É importante entender os tipos dos cânceres de pele e, principalmente, o tratamento. E entender que a mortalidade por câncer de pele não é grande, porque o principal câncer de pele, o de maior estatística, é o carcinoma basocelular que, normalmente, não causa doença grave ou à distância.
. Lembrar que o tratamento do câncer de pele é sempre cirúrgico. Não adianta usar creme para postergar o tratamento ou o diagnóstico de uma lesão.
. Nos pacientes que têm melanoma ou que têm esse diagnóstico, o importante é que, ao sinal de qualquer lesão pigmentada, estranha, diferente, de surgimento recente (não aqueles sinaizinhos escuros que a gente tem desde que nasceu), deve-se procurar o dermatologista para que isso seja avaliado e um cirurgião plástico para que a lesão seja ressecada.
. O verão está chegando e devemos nos lembrar sempre não só do protetor solar, mas da hidratação e que, além do câncer de pele, existem outras lesões cutâneas – lesões benignas, envelhecimento e outros danos solares causados pela exposição demasiada.
Contato: Dr. Alessandro Martins
Facebook: clique aqui
Instagram: @dr.alessandromartins
Artigos relacionados